Pós-graduação oferecida pela Câmara de Smart Cities e Academia de Negócios da Fiesc é a primeira do país nesse formato. Squads envolvendo indústrias, setor público e entidades transformaram conceitos e ideias em projetos inovadores ao mercado e sociedade. / Fotos: Divulgação Fiesc
[21.12.2023]
Redação SC Inova, com informações da Câmara de Smart Cities da FIESC
Transformar conceitos, referências e ideias sobre cidades inteligentes em projetos aplicáveis na sociedade foi o objetivo que levou à criação do primeiro curso de pós-graduação no país com modelo de squads envolvendo (e conectando) mercado privado, setor público e entidades. Iniciado em maio, em Florianópolis, e com conclusão na última sexta (15), o MBI em Smart Cities foi desenvolvido pela FIESC e a Universidade SENAI, em parceria com o Instituto La Salle (Espanha), teve 360 horas de conteúdo e contou com imersões in loco em ambientes “smart” no Sul do país.
O MBI contou com aulas presenciais, online ao vivo e materiais que foram disponibilizados aos alunos, preparados pelos maiores especialistas do país em temas alinhados com os conceitos de Smart Cities. Entre eles, Bruno Portela, ex-Ministério da Fazenda, especialista no tema de compras públicas inovadoras, Silvio Barros, ex-prefeito de Maringá (PR) e Aloisio Pereira, CEO da Infracities, especialista em infraestrutura.
Os squads foram formados por profissionais de empresas como Krona, Energy Saver, Top Med, alunos com projetos individuais (áreas de governança, urbanismo e legal), além de representantes de entidades como Sebrae/SC, Fiesc/Senai e a prefeitura de Florianópolis. Além dos conteúdos e aulas com especialistas, os alunos também participaram de 3 imersões presenciais, na Pedra Branca, em Palhoça, no Ágora Tech Park (projeto Perini City Lab) e em Curitiba (reconhecida com o Smart City Awards neste ano em Barcelona), em parceria com iCities e Petinelli Engenharia.
Para Jean Vogel, presidente da Câmara de Smart Cities da FIESC e curador do MBI, o programa é um marco na história do tema em Santa Catarina: “todo sonho necessita de recursos para ser atingido. E em se tratando de Smart Cities, o sonho é ver Santa Catarina liderando o tema, não apenas tendo cidades inteligentes, mas indústrias produzindo e exportando soluções para o mundo. Por isso nos dedicamos para oferecer aos participantes uma experiência que os permita liderarem o tema dentro de suas instituições. E os projetos apresentados comprovam nosso êxito”.
“O programa de Smart City da Academia Fiesc Negócios tem uma importância fundamental para preparar o ambiente adequado ao desenvolvimento de empreendimentos competitivos, modernos, inteligentes e inovadores. Ao mesmo tempo, ele também é resultado de todo o desenvolvimento de empreendimentos inovadores, empreendedores e competitivos. Essa sinergia entre o desempenho de beleza e a adequação do ambiente, absorvendo soluções e inovações e ao mesmo tempo criando condições mais adequadas de competitividade que pode fazer o Brasil se destacar diante de seus desafios e aproveitar ao máximo as oportunidades”, complementa José Eduardo Fiates, diretor de Inovação da Fiesc.
Em 2024 o MBI terá novas turmas, com formato e calendário a ser divulgado em breve.
PILARES DAS SMART CITIES APLICADOS A PROJETOS
Como exemplo dos projetos desenvolvidos pelas entidades, estão a proposta de aplicação de tecnologias (como inteligência artificial) à Sala do Empreendedor, espaço do Sebrae que atende mais de 150 municípios do estado com consultorias especializadas. Já o Senai mostrou um programa de capacitação e apoio a pesquisa e desenvolvimento para ajudar os municípios a resolverem problemas urbanos como mobilidade – e envolvendo outros entes do Sistema S nas áreas de educação, consultoria e inovação.
Já a Prefeitura de Florianópolis, por meio de um squad formado por duas arquitetas e um economista, apresentou um novo modelo para o masterplan do Sapiens Parque, parque tecnológico idealizado há mais de 20 anos pelo governo do Estado – e que poderia, na visão dos participantes – ser atualizado para captar novas oportunidades de negócio, embarcando serviços e conceitos de smart cities globais.
Israel Furtado, head de inovação da Krona, destacou que o programa foi muito proveitoso à empresa, que vem atuando com uma estratégia de diversificação de negócios e buscando produtos com mais inovação agregada. “Principalmente no que diz respeito a casas inteligentes, smart buildings, smart houses. Para nós, foi de suma importância ter esse contato com outras partes interessadas também nesse tipo de projeto. Pretendemos agora usar esse conhecimento em nosso P&D”, afirmou Israel, que também é gerente de Engenharia e P&D na companhia de Joinville (SC).
Na avaliação de Valda Stange, CEO da TopMed Saúde Digital, foi uma jornada inspiradora. “Conhecemos no MBI os múltiplos pilares que sustentam as smart cities: tecnologia e inovação para aprimorar serviços, saúde, educação, segurança, conectividade robusta e infraestrutura digital, sustentabilidade ambiental, mobilidade urbana eficiente, qualidade de vida dos cidadãos governança participativa, economia inteligente e resiliência diante de desafios. Para nós ficou ainda mais forte a visão de que a interseção entre saúde e tecnologia (com ênfase na saúde digital e na telemedicina, que emerge como um dos pilares proeminentes) é essencial para o desenvolvimento de cidades genuinamente inteligentes. O término do MBI é o ponto de partida para uma trajetória onde usaremos este conhecimento para remodelar nossas cidades. Estamos prontos para contribuir, criar e transformar nossas cidades em espaços mais inteligentes, inclusivos e preparados para os desafios do amanhã”, detalhou.
A banca final de apresentação dos projetos, contou além de Jean Vogel, com Danilo Conti, ex-secretário de Planejamento Urbano de Joinville e atual diretor geral da Cidades das Águas de Joinville; Juliano Pires, Secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, de Florianópolis; Luc Pinheiro, ex-diretor técnico no Sebrae de Santa Catarina, e Lucas Amancio, Secretário Adjunto de Planejamento do Governo de Santa Catarina.
“A Prefeitura de Florianópolis colocou três técnicos de carreira nesse projeto, e isso traz benefícios a médio e longo prazo já que eles podem aplicar todo o conhecimento adquirido nesse curso em suas ações e projetos. Além disso, ter participado da banca nos traz a possibilidade de conhecer ideias novas, abrindo a cabeça dos gestores públicos e trazendo uma nova perspectiva de soluções. Florianópolis é uma referência nacional e internacional de polo de tecnologia e cursos e capacitações dessa natureza, o que faz com que a cidade desponte em nível nacional e internacional”, ressaltou Juliano Richter Pires, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da capital catarinense.
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