O jogo de “ganha-ganha” das cidades inteligentes

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O jogo de “ganha-ganha” das cidades inteligentes

Por um lado, qualidade de vida para todos e, do outro, potencial de gerar US$ 1 trilhão em negócios em 2027, dizem líderes em debate na FIESC

Por um lado, qualidade de vida para todos e, do outro, o potencial de gerar US$ 1 trilhão em negócios em 2027. Tema foi debatido em evento na FIESC nesta quinta (13), em Florianópolis, por líderes do poder público, privado e entidades. / Foto: Filipe Scotti (FIESC)


[FLORIANÓPOLIS, 13.04.2023]
Por Carla Pessotto, especial para agência SC Inova

A inovação deve, necessariamente, ser pensada para melhorar a qualidade de vida de todos nós, hoje e no futuro, e isso implica em um potencial gigantesco de negócios, em diferentes áreas. Esses foram os fios condutores do evento online “Cidades inteligentes: oportunidades para a indústria, governo, negócios e pessoas”, realizado nesta quinta-feira (13) pela Câmara de Smart Cities da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) e Academia Fiesc de Negócios. O desenvolvimento sustentável, que inclui questões como mobilidade, saneamento, habitação, saúde e segurança permeou todas as falas, na perspectiva que há grandes desafios a serem vencidos, mas com iniciativas já estão em uso ou sendo testadas para darem conta dos problemas. 

Segundo Jean Vogel, presidente da Câmara e mediador do encontro, a expectativa é a de que o mercado global de negócios envolvidos dê um salto dos atuais US$ 511,6 bilhões para US $ 1 trilhão em 2027. Com um recorte apenas ele exemplifica uma questão emergente e os setores relacionados a ela. “Temos um déficit habitacional no Brasil de 6 milhões de moradias e isso inclui soluções em construção civil, eletrificação, reuso da água, tratamento de esgotos, Net Zero (zero lixo, zero carbono), distritos de inovação, cloud e data analytics”, diz. 

O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Igor Calvet, também seguiu a mesma linha de raciocínio, apontando os desafios a serem vencidos na perspectiva “espaço e técnica”. Entre diferentes exemplos, citou o aumento da expectativa de vida de população, que passou de 45 anos da década de 1940 para atuais 76 anos. “O envelhecimento da população exige a formatação de espaços urbanos adequados, exige pensar em um espaço sustentável, inteligente, que seja bom para nós hoje, mas também no futuro”, defende. Segundo ele, são os problemas reais que devem orientar trabalho da gestão pública e iniciativa privada no desenvolvimento e oferta de soluções inovadoras (no caso, as técnicas). 

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INFRAESTRUTURA EM 5G 

Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de SC, Marcelo Fett fez um relato sobre a restruturação da Pasta recém-criada e os programas que estão em estudo ou em execução justamente para que o Estado avance na proposta. Um deles é o Santa Catarina Inovadora, que por sua vez contém o Projeto SC 5G, que trata de infraestrutura em conectividade e pretende levar ao menos um ponto de telefonia de tecnologia 5G a 246 municípios até 2028 e aos 295 até 2030. “A ideia é iniciar essa disponibilização em centros e distritos de inovação, expandido depois para hospitais e escolas, para que sejam desenvolvidas competências que depois serão expandidas para toda a cidade”. 

Sobre iniciativas que já estão sendo colocadas em prática, Calvet, da ABDI, exemplificou com o Programa Sandbox, que envolve 24 municípios do país – entre eles, Jaraguá do Sul (SC) e Pacaraima (RR), este na divisa entre Brasil e Venezuela. “As cidades disponibilizam áreas livres de regulamentação que são usadas para testes de tecnologias para cidades inteligentes como iluminação pública, tráfego e sensoriamento de enchentes, por exemplo”. 

CEO do iCities, Beto Marcelino apresentou os dados de alcance da iniciativa criada em 2011: hoje são mais de 500 cidades mapeadas, com 20 mil pessoas e instituições  impactadas  e um número superior a 200 de empresas no portfólio. A expertise do trabalho levou o hub a ser contratado pelo Sebrae Nacional para uma consultoria em gestão pública empreendedora, com a capacitação de cerca de mil consultores para levar a habilitação de cidades inteligentes para 181 municípios a partir de 5 mil moradores – que neste primeiro momento atinge um público de 22 milhões de habitantes. “A nossa expectativa é chegar a 1,2 mil municípios, então o potencial de disseminar esse conhecimento é enorme, imagine quantas frutos isso vai render”. 

MBI EM SMART CITIES

O evento também marcou a aula inaugural do primeiro MBI em Smart Cities do País, que terá início em 5 de maio, em formato híbrido, com objetivo de formar especialistas para a elaboração, implantação e gerenciamentos de projetos para cidades inteligentes. Inovação, desenvolvimento territorial, legislação, as dimensões da cidade inteligente e suas áreas de desenvolvimento (educação, saúde, mobilidade, energia, governança, segurança, sustentabilidade, conectividade, entre outras), com a tecnologia como um tópico transversal estão entre os temas.

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