Smart City Week 2023: de mobilidade a água potável, os caminhos para tornar as cidades inteligentes

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Smart City Week 2023: de mobilidade a água potável, os caminhos para tornar as cidades inteligentes

SC Inova dá a largada para cobertura do maior evento global de smart cities destacando as iniciativas eficientes da inteligente Paris

O SC Inova dá a largada para mais uma cobertura do maior evento global de smart cities – que inicia na terça (07) em Barcelona – destacando as iniciativas simples, mas eficientes, da inteligente e apaixonante Paris – como essa rua/playground para pedestres. / Fotos: Jean Vogel


[06.11.2023]


Por Jean Vogel, presidente da Câmara de Smart Cities da FIESC, direto de Barcelona (ESP) 

Esta cobertura é um oferecimento da Câmara de Smart Cities FIESC e Bairru PARC / Pista Innovation Hub 

Nesta semana, tem início em Barcelona o Smart City Expo World Congress 2023, maior evento global sobre cidades inteligentes, tema que o SC Inova aborda há anos e que rendeu, no ano passado, uma cobertura diária, que batizamos de Smart City Week. E estamos começando hoje mais uma cobertura especial do evento diretamente da capital da Catalunha, uma das grandes referências que o mundo tem sobre smart cities.

Em 2022, falamos muito sobre as áreas públicas que Barcelona possui, sendo que é uma cidade que tem aproximadamente 50% do seu território como área pública, um verdadeiro convite para que as pessoas caminhem e vivam a cidade. Também abordamos as questões tecnológicas e a “missão” que fez com que a cidade de Barcelona adotasse o tema de cidades inteligentes para promover uma virada na sua economia e nas suas questões sociais. 

Além disso, passamos pelo 22@, o Distrito de Inovação de Barcelona, um epicentro hoje europeu de empresas de tecnologia, empresas de economia criativa e que movimenta não só recursos, mas muitas pessoas, atraindo a atenção de talentos mundo afora e fazendo com que Barcelona seja um grande hub. 

Passamos também pela gastronomia, uma vez que esse é um momento onde as pessoas se encontram e de maneira líquida, sem uma formalidade de uma mesa de negócios, acabam por criar relações que geram novos negócios. Voltando para esse ano, iniciando mais uma Smart City Week, entendo que precisamos olhar para pontos que vão além da tecnologia. 

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A tecnologia, em minha opinião, vai se transformar em algo cada vez mais transparente. A sociedade não deve se importar com qual é a tecnologia que viabiliza, o que importa é que ela ajude a cidade a “funcionar”. E a minha provocação neste primeiro artigo da semana vem de Paris, de onde eu acabei de chegar. A capital francesa, assim como Barcelona, aproveita os espaços públicos de uma maneira muito inteligente, que além de oferecer atrativos, além de oferecer atrações para as pessoas, promove uma aproximação da relação que as pessoas têm com a cidade. Quando observamos um simples paredão às margens de um rio (e aí falamos do rio Sena), basta oferecer um equipamento de escalada para estimular crianças a se relacionarem com a cidade de uma maneira divertida. Isso causa um efeito de cuidado, de interesse pela cidade. 

Paris Cidade Inteligente
Basta oferecer um equipamento de escalada para estimular crianças a se relacionarem com a cidade de uma maneira divertida.

INOVAÇÃO SURGE EM PESSOAS FELIZES

Eu costumo dizer que a inovação surge de pessoas felizes, portanto, uma cidade inteligente precisa, necessariamente, contar com smart people. Mas não refiro a QI, mas do mindset da cultura. À medida que você se apaixona pela sua cidade, você naturalmente vai cuidar, respeitar e procurar fazer com que ela seja cada vez mais agradável e eficiente. Isso permite que a cidade receba e ofereça ao mesmo tempo vários ativos que fortalecem esse vínculo. 

Indo para questões relacionadas à mobilidade, você vê em Paris como uma mobilidade planejada e diversificada, não focada apenas em um determinado modal, pode estimular a realização de grandes eventos. É o caso do recém-encerrado torneio de tênis ATP Masters 1000 de Paris, que reúne cerca de 10 mil pessoas numa arena. Como você consegue organizar um evento com uma grande concentração de pessoas sem causar um grande estresse para aquela região onde a arena está localizada?

A organização consegue ser muito mais eficiente à medida que permite que você chegue e rapidamente entre e ocupe o seu lugar, algo muito diferente do que a gente costuma ver nos estádios de futebol no Brasil. Esse fluxo também é fomentado por diversos modais, como o metrô, as bicicletas compartilhadas, as linhas de trem e até mesmo para quem vai à pé. 

ÁGUA POTÁVEL É COISA DE CIDADE INTELIGENTE

Torneiras de Paris: estímulo à qualidade de vida.

É comum em Paris você tomar água em torneiras, em qualquer lugar, até mesmo na pia de um banheiro, onde há um adesivo que diz que a água é potável. A qualidade da água associada à disponibilidade promove um consumo maior e isso também estimula uma melhor qualidade de vida. Na medida que você promove um ambiente que estimula a caminhada, que estimula a brincadeira, você vê muitas pessoas se exercitando às margens do rio. 

Um outro ponto aí é a forma, e isso não é só em Paris, com que as cidades se relacionam com os seus rios, praias e mares. O rio Sena, que corta Paris, traz vida noturna, equipamentos turísticos e uma série de ativos que trazem as pessoas para seu entorno e isso fortalece a relação de amor com a cidade. Em resumo, é qualidade de vida. 

O ponto central aqui, ao começarmos a abordar o tema durante a semana, é justamente o próximo passo para as cidades inteligentes. Já falamos muito de tecnologia, de política pública, regulamentações etc. Ao mesmo tempo, vemos uma numerosa comitiva brasileiros vindo para Barcelona nessa semana: federações de indústrias do Brasil todo, Sebraes de vários estados, prefeitos, secretários municipais, stakeholders que podem influenciar esse tema. 

Porque tornar uma cidade de fato inteligente não é uma missão simples e não é também uma missão para poucas pessoas. Ao mesmo tempo que ela é difícil, e talvez ainda distante da nossa realidade, é animador ver que todos os anos cada vez mais brasileiros estão aqui. 

Eu espero que nesse ano possamos inspirar e despertar ainda mais interesse desses stakeholders aqui para transformar de fato as nossas cidades em verdadeiras plataformas para desenvolvimento de pessoas e de negócios, e que no final do dia deve olhar para a vida do cidadão e tornar ela cada vez mais simples e fácil.

Já que a população está cada vez mais migrando para as áreas urbanas, qual é o nosso próximo passo para promover um crescimento urbano sustentável? O que há de melhor e o que pode ser efetivamente implementado? É isso que eu vou tentar entender essa semana, junto com os nossos leitores!

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