Ao digitalizar o processo comercial em plena pandemia com startup Terraz, Brognoli bate recordes na locação de imóveis

Projeto que ganhou força no início de 2021 trouxe resultados como otimização de custos e ciclo de locação em menos de 24 horas. Atualmente, 85% da jornada do cliente já é digital. / Foto: Terraz Digital

[FLORIANÓPOLIS, 21.07.2021]
Por Redação SC Inova, scinova@scinova.com.br 

O mercado imobiliário, assim como outros segmentos econômicos, ainda vive uma espécie de “ressaca” em função dos efeitos da pandemia. Após a brusca queda de renda de locatários no primeiro semestre de 2020, o que provocou uma corrida às renegociações pontuais de contratos, o setor se depara agora com a demanda cada vez mais digital dos consumidores – um dos “legados” da pandemia. 

Após iniciarem uma parceria no início de 2019 para estabelecerem a primeira empresa em Santa Catarina totalmente digital para oferta de aluguéis, a Brognoli Imóveis e a Terraz foram ampliando a integração de serviços, especialmente nos duros meses do isolamento social. Entre junho e agosto passado, diz o diretor de Operações da Terraz, André Lima, “praticamente dobramos o volume de locações em comparação com o final de 2019”. Naquele momento, a startup respondia por cerca de 30% do total de imóveis da Brognoli.

A rápida adesão de clientes à jornada digital fez a tradicional imobiliária da Grande Florianópolis virar totalmente a chave e colocar todo o departamento comercial sob a gestão da Terraz. “Nosso cliente da locação hoje faz 85% do processo de forma digital. Ele não abre mão da visita presencial, é um pré-requisito, mas todo o resto da jornada ele resolve eletronicamente”, comenta Eduardo Barbosa, CEO da Brognoli. 

“Com todos os desafios impostos pela pandemia, aceleramos esse processo e tivemos um resultado muito positivo. Hoje temos uma gestão bem mais efetiva de todo o processo: o cliente visita, entramos em contato online para efetivar ou não o contrato, e digitalmente ele aprova e assina. Estamos batendo metas e recordes de locação dos últimos anos – e tudo isso com atendimento virtual, diminuindo atritos e o tempo para tomada de decisão”, diz Barbosa. 

A estrutura física da empresa também foi otimizada a partir dessa experiência digital: as seis lojas para atendimento foram reduzidas para três, enquanto as equipes ficaram mais focadas na área de vendas e pós-venda. 

Com a jornada azeitada, comenta André Lima, é possível completar a conversão do cliente em poucas horas: “tínhamos uma meta de conseguir alugar um imóvel em até 24h – mas já fechamos contratos em seis horas, em alguns casos. É algo que se tornou normal pra gente, não é mais desafio locar tão rápido”.  

PERSPECTIVA DE GRANDE DEMANDA COM VOLTA PRESENCIAL ÀS AULAS

Com o avanço da vacinação e o controle da pandemia, a expectativa é de que o “antigo normal”, ou melhor, as atividades presenciais, façam muitos setores da economia retomarem os níveis pré-2020. No caso do mercado imobiliário, uma das atenções está na volta presencial às aulas, especialmente em centros universitários – como é o caso de Florianópolis, sede da Brognoli e da Terraz. 

Para Eduardo Barbosa, o que foi implementado até agora na oferta digital “vai nos ajudar a responder à demanda que surgir com o retorno dos estudantes na velocidade adequada – e melhorar ainda mais nossos indicadores de performance”. 

Além do público estudantil, há também a perspectiva de reaquecimento geral pós-pandemia, com maior geração de empregos no comércio, serviços e indústria – outro motivo para  o que também movimenta transferências ou mudanças de bairro. “O nosso usuário já era digital, mas ele voltará ainda mais habituado”, analisa André, da Terraz.

O FUTURO DA TECNOLOGIA PARA O MERCADO IMOBILIÁRIO

A adesão digital na oferta de serviços imobiliários vai muito além da jornada de contratação. É só a primeira parte do trajeto, comenta o CEO da Brognoli. Nos últimos anos, a empresa criou um programa de inovação aberta, uma venture builder para apoiar o desenvolvimento de novos negócios e se tornou um hub de startups especializadas no segmento.

Algumas iniciativas surgiram dentro deste braço de inovação – caso do Bloco, consultoria para transformação digital do setor; a Woliver, uma plataforma de digitalização de serviços;  e a NIA, que nasceu no Núcleo de Inteligência Artificial da Brognoli.

Outras startups focadas no setor imobiliário também foram agregadas ao hub da empresa recentemente, seja no apoio ao desenvolvimento de produtos ou mesmo com investimento. É o caso da Locates, que criou uma plataforma que usa dados georreferenciados e análise espacial para mostrar aos clientes (no mercado de locação comercial e de serviços) a área de influência do negócio e onde está o público alvo.

A Refera, que organiza a gestão de chamados de manutenção e rescisões de contratos para imobiliárias, também recebeu um investimento da Brognoli (em parceria com a Softplan). Assim como a Divid, plataforma de coliving que atua no modelo Housing as a Service e que teve recentemente um novo aporte de recursos pela Rede de Investidores Anjo, da Acate e Anjos do Brasil;  

No desenvolvimento de soluções disruptivas, uma das apostas é o “totem cognitivo” para tours virtuais em imóveis, projeto em parceria com a startup BeUpse e o consultor Leandro Mattos. O sistema “enxerga” a navegação pelos olhos do usuário, recebe comandos por rastreamento ocular e oferece as melhores opções com base nos pontos de atenção visualizados. 

Entre os próximos passos, estão projetos conectados a produtos financeiros (seguros) e parcerias com empresas de mudança. “Estamos buscando um portfólio de serviços que orbitam ao nosso redor para todos os clientes, não apenas com relação a tecnologia e digitalização, mas também na vivência em comunidade, o relacionamento com o entorno do bairro onde os clientes vivem”, enumera Barbosa.

Uma experiência recente adotada pela Brognoli é o Floripa+, iniciativa da Brognoli de valorização de comércio e serviços nos bairros. O projeto busca recriar uma qualidade de vida, com a população mais integrada à sua vizinhança, os restaurantes, parques e demais espaços públicos, redescobrindo a proximidade geográfica conectada ao lazer em família. 

“Isso significa mudar nossa relação com o tempo, especialmente com relação à mobilidade – preferencialmente fazer esse percurso a pé ou de bicicleta, reduzindo emissão de poluentes. Redescobrir os bairros ajuda a cidade a não ser socialmente segmentada, saindo da vida sempre apressada e dos longos trajetos, como é comum nas metrópoles e grandes centros”, conclui o CEO. 

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