Com inteligência artificial, imobiliária renegocia mais de 4 mil contratos de aluguel durante a pandemia

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Com inteligência artificial, imobiliária renegocia mais de 4 mil contratos de aluguel durante a pandemia

Em cerca de dois meses, foram mais de R$ 7,5 milhões negociados por locatários e proprietários da Grande Florianópolis por meio de solução desenvolvida pelo Núcleo de Inteligência Artificial (NIA) da Brognoli.

Em cerca de dois meses, foram mais de R$ 7,5 milhões negociados por locatários e proprietários da Grande Florianópolis por meio de solução desenvolvida pelo Núcleo de Inteligência Artificial (NIA) da Brognoli. / Foto: NIA/Divulgação


[FLORIANÓPOLIS, 31.08.2020]
Redação SC Inova, scinova@scinova.com.br

O impacto econômico causado pela pandemia da Covid-19 no início deste ano – desemprego e queda de receita das famílias –  levou a uma corrida inédita às imobiliárias, por parte dos locatários, para renegociação de contratos de aluguel. Nunca o mercado se viu diante de um volume tão grande de clientes solicitando, praticamente ao mesmo tempo, a revisão dos pagamentos. Um cenário praticamente impossível de resolver sem a utilização de ferramentas de tecnologia e automação de processos.

Na Brognoli Imóveis, uma das maiores empresas do setor na Grande Florianópolis, o uso de inteligência artificial e chatbots permitiu que as negociações fossem feitas de maneira digital, evitando o acúmulo de pedidos e criando uma metodologia para analisar cada pedido dos locatários. 

Por meio do Núcleo de Inteligência Artificial (NIA), que começou como um departamento da empresa e hoje desenvolve soluções de tecnologia para o mercado imobiliário nacional, foram negociados desde o início de abril mais de 4 mil contratos de aluguel, grande maioria deles de imóveis residenciais (80%). E em mais da metade dos casos resolvidos (53%), o processo não levou mais do que 24 horas. Ao todo, foram R$ 7,57 milhões transacionados por meio deste canal digital.

“A velocidade dada por esta tecnologia permitiu que virássemos rapidamente a página dessa crise, algo que seria muito difícil se dependêssemos do contato humano individualmente em cada caso. Isso preservou não só a imobiliária, que garante o aluguel, quanto proprietários e locatários”, ressalta Eduardo Barbosa, CEO da Brognoli. 

Logo que o usuário entrava em contato, havia uma opção direta para quem estava afetado pela Covid-19. “O processo era bem simples: o cliente digita o CPF e, em tempo real, verificamos se está adimplente, que era a condição para iniciar a negociação. Quando abre a negociação, o cliente fazia qualquer proposta, mas como não seria possível automatizar este processo sem criar parâmetros, limitamos algumas opções – como percentual de desconto e por quanto tempo duraria esta condição negociada. Também usamos e-mails para confirmar negociação com fiadores e proprietários e enviar um aditivo de contrato”, explica Gabriel Diederichsen, head do Núcleo de Inteligência Artificial (NIA), hoje uma das startups do braço de venture builder da Brognoli. 

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A experiência com a negociação em massa nos últimos meses gerou uma série de fluxos de automação para acompanhar o processo, lembra Gabriel: “se o proprietário não respondesse à proposta, era enviado um SMS como reforço, por exemplo. Além disso, passamos a controlar a inadimplência por meio do CRM (sistema de relacionamento com o cliente)”. A imobiliária manteve um papel ativo de intermediação nestes casos, sem expor o proprietário à negociação direta com o locatário.  

“O NIA é um projeto de mais de um ano e se mostrou muito efetivo em um momento nevrálgico, pela capacidade de rodar um volume absurdo de negociações simultaneamente. A solução foi validada e agora estamos olhando para outras frentes para acelerar o processo de adesão da inteligência artificial no mercado imobiliário”, avalia Barbosa.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL COMO SUPORTE ÀS ROTINAS NO MERCADO IMOBILIÁRIO

O chatbot com inteligência artificial começou a ser desenvolvido no ano passado, para auxiliar no atendimento digital ao público. Assim surgiu a Fabi, assistente virtual para agendamento de visitas e contato ativo (encaminhamento de solicitações e informações gerais) com clientes, e que se tornou também uma interface para negociação de contratos em função da pandemia. 

Fabi, a assistente virtual da Brognoli: interface para negociação de contratos durante a crise da Covid-19.

“Nossa preocupação é com a dificuldade que muitos têm com o uso de robôs no atendimento. Hoje conseguimos entender 80% das intenções do cliente, do agendamento de visitas (que pode ser feito em poucos minutos), à manutenção e o financeiro. Aquilo que o bot não consegue resolver, encaminhamos para contato humano para não deixar o cliente sem resposta. Essa mescla é fundamental”, detalha o líder do NIA. 

A validação da tecnologia com a Brognoli permitiu ao NIA levar a solução para o mercado nacional – o sistema já está rodando em imobiliárias de Porto Alegre, Recife, Brasília, Campinas e na região metropolitana de São Paulo. “Na maioria dos casos, as empresas usam o chatbot para pré-venda, mas algumas também querem transformar o bot no principal canal de comunicação com os clientes e até mesmo pensar em novas soluções a partir de cada demanda”, diz Gabriel.

“Nossa visão de futuro é ser um hub de soluções para acelerar a digitalização do mercado imobiliário nacional. Não queremos apenas fornecer uma tecnologia de automação mas sim auxiliar na inteligência de negócios: entender o processo da empresa, trabalhar na modelagem, o que pode ser digitalizado e o que pode ser acoplado de tecnologia em cada caso”.  A startup conta hoje com 10 colaboradores, entre designers, desenvolvedores e analistas de processos e negócios.

Steve Jobs dizia que o computador é a bicicleta da mente. Eu acredito que a inteligência artificial é o câmbio de marcha, pois conseguimos ganhar em velocidade e performance quando necessário”, compara o CEO da Brognoli.

“Não estamos submetidos à tecnologia, mas temos ela como uma ferramenta para determinadas situações – quem souber utilizá-la terá ganhos significativos. E assim também permitimos que o ser humano se preocupe mais com seu trabalho intelectual do que com o braçal”, conclui. 

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