SC no CASE 2019: Para atrair talentos, Blumenau se apresenta ao país como polo de tecnologia

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SC no CASE 2019: Para atrair talentos, Blumenau se apresenta ao país como polo de tecnologia

Cidade que iniciou seu polo de tecnologia há 50 anos criou ação em evento nacional para startups, em São Paulo, para mostrar que é muito mais do que a terra da Oktoberfest. 

Cidade que iniciou seu polo de tecnologia há 50 anos criou ação em evento nacional para startups, em São Paulo, para mostrar que é muito mais do que a terra da Oktoberfest. 


Texto e fotos: Fabrício Umpierres Rodrigues, direto da Conferência Anual de Startups e Empreendedorismo (CASE), em São Paulo

Há 28 anos, uma comitiva de empresários do setor de tecnologia de Blumenau seguiu rumo à maior feira do setor na época, a Fenasoft, para mostrar ao país que a cidade do interior de Santa Catarina era um celeiro de empresas desenvolvedoras de software e sistemas – e não apenas a terra da Oktoberfest. A ação acabou sendo a gênese do Blusoft, entidade que passou a representar desde então as empresas do setor.  

Quase três décadas depois, a nova geração de empreendedores locais e parte do primeiro escalão da prefeitura de Blumenau chegou ao maior evento de startups do país – a Conferência Anual de Startups e Empreendedorismo (CASE), que encerra nesta sexta (29.11), em São Paulo – para novamente posicionar a cidade como um polo de tecnologia e qualidade de vida para atrair talentos. 

Segundo estimativa do Blusoft, há pelo menos 2 mil vagas abertas no setor de TI da cidade, que conta com médias e grandes empresas, além de multinacionais que se instalaram na cidade nos últimos anos (T-Systems, Philips, Serasa) e outras gigantes que compraram negócios locais (Ambev e HBSIS) – ao todo, são 1.325 empresas instaladas na maior cidade do Vale do Itajaí. 

Mas esse volume de vagas abertas não prevê a estimativa de crescimento das próprias empresas que estão instaladas na cidade. “Tem empresa que foi para Blumenau querendo, sozinha, contratar 2 mil pessoas”, conta Henrique Bilbao, presidente do Blusoft. Segundo ele, “se uma pessoa fala inglês fluente ou alemão, está contratada. Depois se ensina tecnologia por alguns meses”. 

O prefeito Mario Hildebrandt foi à caráter para apresentar Blumenau – terra não só da Oktober, mas de uma diversificada indústria de tecnologia – ao mercado nacional.

“Atingimos um grau de maturidade que nos permite crer que Blumenau é, hoje, uma das melhores cidades para se investir no mercado de tecnologia porque ela oferece formação de mão de obra e condição para essa mão de obra viver sem custo tão elevado”, ressaltou o prefeito Mario Hildebrandt que, como os empresários que foram promover a cidade em São Paulo na década de 1990, se apresentou em trajes típicos alemães. 

Ainda que a cidade não queira ser vista apenas como terra da Oktober, a rainha e as princesas da festa marcaram presença no estande e pelos corredores do evento. “Havia uma conjugação de esforços antes, com ações oficiais como repasse de recursos para programas como o Entra 21, e não oficiais, apoiando eventos. Mas isso não se materializava da forma como estamos fazendo hoje”, explica. 

Na palestra de apresentação da cidade, o presidente do Blusoft Henrique Bilbao destacou a realização do Oktober Tech Week, uma iniciativa que nasceu meio que ao acaso e que acabou reunindo mais de 2 mil pessoas em vários eventos – sobre direito digital, construtechs, internet das coisas, computação em nuvem  e empreendedorismo – ao longo da semana da maior festa da cidade. 

“A entidade atua a partir de verticais de negócio e grupos temáticos e cada um dos responsáveis por essas verticais começou a puxar eventos, como o Pitch Day, Oktober Cloud, IoT, Fastbuilt e outros e reunimos todos esses dentro de uma mesma semana”, explicou Bilbao. Em 2020, os vários eventos cervejeiros da cidade – Oktoberfest, Festival Nacional da Cerveja, Sommerfest – terão, em paralelo, encontros também voltados para o mercado de tecnologia, para fortalecer as duas principais vocações econômicas locais, que quer se posicionar como um cidade de grandes eventos.

UM NOVO MOMENTO EM MEIO SÉCULO DE HISTÓRIA NA TI

Em 2019 completa-se 50 anos da primeira iniciativa tecnológica na cidade, a criação do Centro Eletrônico da Indústria Têxtil (CETIL), fundada por empresários daquele setor e que se tornou a base para criação de empresas (Benner, Senior e outras) nas décadas seguintes. “Assim como teve a revolução têxtil, Blumenau hoje vive um momento de consolidação na indústria de tecnologia, mas também buscamos formação de mão de obra, com escolas básicas bilíngues e ensino de lógica para que, em 10 ou 15 anos, o setor seja uma oportunidade de transformação social”.

Ele cita o projeto Entra 21, criado em 2005 e voltado à formação de mão de obra para o setor de TI, que no último ano formou 350 pessoas. “Temos casos de pessoas que eram balconistas, atendentes no comércio e que hoje atuam em empresas de tecnologia e têm mais perspectivas de renda e emprego”. 

“Do total de inscritos, destacamos e selecionamos os mais carentes e com maior vocação pra tecnologia”, conta Bilbao. O programa é mantido por seis empresas âncora da cidade, que também recebem um dossiê do desempenho dos alunos, habilidades e características, encurtando o processo de seleção e contratação.  

“Nosso objetivo é a empregabilidade. Em média, 80% dos participantes saem do programa empregados e alguns até abriram seus próprios negócios. Não se trata apenas de aprender um ofício, ensinamos também o aluno a qualificar suas redes sociais profissionais e vender uma ideia, por exemplo”, finaliza o presidente do Blusoft.

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