Criada há dois meses no Planalto Serrano, a Flareless tem reunião nesta quinta (05.03) com Vice-Presidência da República. Empresa também negocia para levar solução a regiões críticas em queimadas, como Portugal e Califórnia (EUA). / Foto: Divulgação Flareless
[LAGES, 04.03.2020]
Redação SC Inova, com informações da Assessoria de Imprensa
Uma empresa catarinense que desenvolveu um sistema com algoritmo próprio que gera análises preventivas com alertas de até 15 dias antes de focos de incêndios florestais será recebida nesta quinta-feira (05.03) pela Vice-Presidência da República para debater um plano de ação de proteção às queimadas na Amazônia. A Flareless, de Lages (SC), foi criada há dois meses e já vem negociando parcerias para levar a solução a outras áreas críticas de incêndios no mundo, como Portugal e a Costa Oeste dos Estados Unidos (Califórnia).
Em Brasília, os sócios Gil Augusto da Silva Pletsch, Marcos Benedito Schimalski, Diogo Ribeiro Machado e Leonardo de Liz Hampel serão recebidos pela equipe do vice-presidente Hamilton Mourão, que mostrou interesse em utilizar a tecnologia catarinense para reduzir o volume de queimadas na região Norte do país: só em 2019, mais de 4,4 milhões de hectares foram dizimados pelas chamas na Amazônia.
“Nenhuma solução atualmente no mercado foca na análise preventiva, com possibilidade de atuação anterior ao incêndio, e de monitoramento remoto de focos em qualquer local do globo”, diz Marcos Schimalski, doutor em Ciências Geodésicas e professor da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Ele é o sócio fundador responsável por conduzir os experimentos e aprimorar o algoritmo.
TESTES COM CASOS REAIS EM VÁRIOS PAÍSES
O desenvolvimento da solução da Flareless envolveu testes do algoritmo com incêndios ocorridos nos últimos anos, incluindo casos em Portugal, no ano de 2017, na Califórnia (EUA), em 2018, e na praia do Sonho, em Palhoça (SC), no ano passado. A empresa analisou dados com 15 a 30 dias de antecedência dos eventos e identificou com alta precisão quais seriam as áreas impactadas.
O software desenvolvido pela empresa considera variáveis estáticas, como declividade do solo, material combustível e presença humana, além de variáveis dinâmicas, como precipitação, direção do vento e estresse hídrico. O resultado da combinação dessas e de outras variáveis num algoritmo revela com até 15 dias de antecedência a maior probabilidade de áreas passíveis de incêndio florestal e emite alertas. Dessa forma, as autoridades responsáveis podem tomar medidas preventivas e impedir que o fogo inclusive se inicie.
“Como plataforma é um MVP (produto mínimo viável), vamos finalizar o desenvolvimento em três meses. Mas como metodologia e algoritmo, está pronto. Somos uma empresa completamente remota: se necessário, consigo analisar uma área da China amanhã. Isso nos torna global desde o marco zero”, diz Diogo Machado, sócio e diretor de Marketing. A Flareless busca também recursos de investidores-anjo para acelerar o desenvolvimento e as oportunidades comerciais.
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