No ano passado, setor expandiu 7,7%, gerou faturamento de R$ 17,7 bilhões no estado e abriu 3,4 mil novas vagas de trabalho. Dados estão no estudo Tech Report, lançado pela Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE). Foto: Marina Noceti/Divulgação
[FLORIANÓPOLIS, 11.08.2020]
Redação SC Inova, com informações da Assessoria de Imprensa
Santa Catarina é o estado que apresentou o maior crescimento na criação de empresas de tecnologia do país em 2019. A expansão no período foi de 7,7% – somando um total de 12.138 negócios de base tecnológica, que geraram um faturamento de R$ 17,7 bilhões e que empregam 56,1 mil pessoas no estado. É o que aponta o estudo Tech Report 2020, realizado pela Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) e a Neoway, com apoio da Finep e que foi apresentado em evento online nesta terça-feira, 11 de agosto.
Com este crescimento, Santa Catarina ultrapassa os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro em faturamento e se torna a 4a. maior economia de tecnologia do país – no total, as receitas de empresas catarinenses representam 7,6% do Produto Interno Bruto da TI nacional, ainda que o estado represente apenas 3,4% da população.
Os resultados colocam Santa Catarina na contramão do desempenho nacional em termos de crescimento de novas empresas de tecnologia. Entre 2015 e 2019, o volume de negócios de TI no Brasil caiu 8,5%, passando de 334 mil para pouco mais de 306 mil. Em comparação, das 12 mil empresas catarinenses, quase 50% foram criadas nos últimos cinco anos. Em termos de empregos, foram criados em 2019 mais de 3,4 mil vagas de trabalho em empresas de TI em Santa Catarina – mil delas na Grande Florianópolis.
Segundo Iomani Engelmann, presidente da Acate, isto se deve ao fortalecimento de vários polos regionais de tecnologia no estado e o impulso dado pelo ecossistema para criação de novos negócios: “não temos apenas uma região onde o setor é forte. Vários polos regionais vem crescendo de maneira impressionante – tivemos melhorias em todos os indicadores analisados e os resultados são muito expressivos. Isso se reflete na consolidação do nosso estado como o mais especializado”. No último biênio, as regiões que têm o menor volume de empresas no estado – Serra e Sul – apresentaram o maior crescimento proporcional (12% em média).
A Grande Florianópolis segue sendo a líder no volume de empresas, com 32,5% do total (3.941), seguida pelo Vale do Itajaí, com 27,4% (3.322), Norte (18,7%, com 2.275 empresas) e Oeste (10,6%, com 1291 empresas). No Sul, estão 994 negócios (8,2%) e na região Serrana, há 315 empresas (2,6%). Com relação ao à economia catarinense, as empresas de tecnologia já representam 5,9% do PIB estadual.
Nacionalmente, três cidades catarinenses se destacam: Florianópolis, além de possuir a maior taxa de empresas de tecnologia por habitante do país (5 empresas para cada 1 mil habitantes), superando o município de São Paulo, é a 16ª cidade com maior volume de empresas. Blumenau ocupa a 5ª posição (3,5 empresas por 1 mil habitantes) e Joinville, a 10ª posição (2,4 por 1 mil)
“Existe uma escassez de dados estruturados sobre o setor, não só no estado, mas em todo o país. Fica muito difícil para os empreendedores fazer um benchmarking, entender os níveis de produtividade, os gargalos, onde há as oportunidades de crescimento”, acrescenta Iomani. “Esta pesquisa nos ajuda a tomar decisões para criar iniciativas público-privadas e está claro que precisamos atuar na formação de pessoas para o setor”.
IMPACTOS DA PANDEMIA: SALDO ENTRE CONTRATAÇÕES E DEMISSÕES É NEGATIVO EM 49 VAGAS
Em Santa Catarina, mais de 1 mil postos de trabalho do setor de tecnologia foram fechados em abril de 2020. No ano, o saldo entre admissões e demissões foi negativo, com menos 49 vagas. Para entender os efeitos e minimizar a crise no setor, a Acate criou um plano de ação com sugestões de ação em diversos eixos, além de fazer pesquisas com associados para identificar as principais necessidades das empresas.
As principais preocupações dos empreendedores são acesso a crédito (45,9%), profissionais qualificados e a busca de investimentos, ambos com 32%. Outras carências levantadas pelos associados são abertura de novos mercados, segurança para o retorno ao trabalho presencial, subvenção em projetos de inovação e apoio para marketing digital.
Na percepção de como foram afetados, 29,8% dos respondentes consideram que o impacto da COVID-19 no setor foi alto ou muito alto. No fechamento de novos contratos e aquisição de novos clientes, os impactos são considerados muito altos (33,6%). Nas atividades, as vendas tiveram impacto intenso: quase 80% dos respondentes indicaram impacto médio, alto ou muito alto.
“O setor foi impactado de diferentes maneiras, conforme a área de atuação das empresas de tecnologia. Apesar disso, também está sendo um momento de crescimento para algumas empresas que passaram a alcançar o mercado de forma diferente. Mesmo diante do cenário adverso, 16,4% das associadas realizaram contratação de novos colaboradores durante a pandemia, então acreditamos que o setor vai fechar o ano com um saldo positivo de vagas”, ressalta o diretor executivo da entidade e coordenador do estudo, Gabriel Sant’Ana Palma Santos.
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