Perspectivas 2019: Expansão dos Centros de Inovação por SC é um dos desafios da Acate

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Perspectivas 2019: Expansão dos Centros de Inovação por SC é um dos desafios da Acate

Após criar, em parceria com a prefeitura, uma rede de centros em Florianópolis, Associação de Empresas de Tecnologia pretende levar programas de inovação aberta ao interior, articulando em conjunto com o Governo do Estado, Fiesc e Sebrae.

Após criar, em parceria com a prefeitura, uma rede de centros em Florianópolis, Associação de Empresas de Tecnologia pretende levar programas de inovação aberta ao interior, articulando em conjunto com o Governo do Estado, Fiesc, Sebrae e comitês regionais. / Foto: Paulinho Sefton

 

O ano de 2018 ficará marcado, na visão da entidade que representa o setor de tecnologia em Santa Catarina, pela criação de uma rede inédita no país de Centros de Inovação em Florianópolis. É como o presidente da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), Daniel Leipnitz, resume como o principal objetivo alcançado pela entidade no ano passado – e que também ajuda a projetar o principal desafio para 2019: expandir a ideia destes Centros de Inovação pelo estado, em conjunto com outras entidades públicas e privadas, do Governo do Estado à Fiesc, Sebrae e universidades, por exemplo.

No intervalo de poucos meses em 2018, foram inaugurados três Centros de Inovação em Florianópolis, credenciados pela prefeitura e gerenciados pela Acate: em outubro, a antiga sede do jornal Diário Catarinense, no bairro de Itaguaçu (região continental), se transformou no Soho Centro de Inovação; em novembro, foi a vez do Acate Downtown (foto acima), localizado na principal rua de comércio e serviços do centro da cidade (Felipe Schmidt); e em dezembro, o Centro de Inovação Acate Sapiens, resultado de uma articulação iniciada há meia década entre setor público e privado.

“O desafio agora em 2019 é chegar a outras fronteiras”, antecipou Daniel em entrevista ao SC Inova. A primeira delas será na vizinha São José, onde será inaugurado até o final do primeiro trimestre um novo Centro de Inovação, que contará também com o LinkLab, programa de inovação aberta com o objetivo de conectar empresas de médio e grande porte a startups. “Já temos nove marcas fortes da economia local que vão patrocinar o programa em São José, como Grupo Koerich, Intelbras, Portobello e outras. A tendência é que o novo centro nasça lotado”, comenta o presidente.

“O desafio agora é chegar a outras fronteiras”, afirma o presidente da Acate, Daniel Leipnitz. Foto: Caio Graça

O LinkLab, inaugurado em 2017, opera hoje em espaço de 600m2 no Centro de Inovação Acate Primavera, na SC-401, e é mantido por dez empresas de diversas áreas (saúde, energia, têxtil, bebidas, finanças, call center, educação, tecnologia, indústria metal mecânica e imobiliária), algumas delas multinacionais, como Ambev e WEG. Além de São José, outras três cidades catarinenses negociam para receber o programa neste ano: Joinville, Criciúma e Tubarão.

Os dois municípios do sul catarinense interessados no LinkLab também estão no radar dos próximos Centros de Inovação. O projeto, da gestão anterior do governo do estado, de instalar 13 empreendimentos em cidades polos já contempla tanto Criciúma quanto Tubarão, mas devido a atrasos (na publicação de editais e problemas com a construtora, no caso de Tubarão) os comitês de implantação locais pensam em um novo formato de desenvolvimento e ocupação dos espaços, com maior participação do setor privado.

“Há uma grande preocupação com a sustentabilidade financeira dessas operações. Em função do que fizemos em Florianópolis, temos uma boa experiência na forma de buscar ocupação dos Centros de Inovação. Temos uma boa perspectiva com o novo governo, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável e a diretoria do Sebrae, além da Fundação Certi e das organizações e comitês gestores de cada centro, que envolvem a economia local”, explica Daniel.

O Sebrae, por exemplo, tem interesse em ampliar para o interior do estado as operações da incubadora MIDITEC, apoiada pela entidade desde sua criação, em 1998. Este pode ser, na visão do presidente da Acate, mais um projeto para estimular o desenvolvimento da inovação em outras cidades: “em Florianópolis, iniciativas como o MIDI ajudaram a aumentar a arrecadação de impostos e o mesmo pode ser feito nos demais polos catarinenses. Já temos o caminho das pedras”.

De acordo com dados do Sebrae, somente entre 2013 e 2017 as empresas incubadas e graduadas pelo MIDI faturaram um total de R$ 1 bilhão – cerca de R$ 150 milhões retornaram como tributos para a prefeitura de Florianópolis.

Em linhas gerais, conclui Daniel Leipnitz, 2019 deve representar uma fase intermediária no processo de escalar em Santa Catarina o modelo de inovação consolidado na Capital: “Nosso foco é levar de quatro a cinco LinkLabs ao interior do estado, assim como o MIDITEC. Depois que conseguirmos fazer isso, podemos pensar na escalabilidade desse modelo para outros lugares, até mesmo fora de Santa Catarina”.

Reportagem: Fabrício Rodrigues, scinova@scinova.com.br