O salto de Joinville no Índice de Cidades Empreendedoras

Voce está em :Home-Inovadores, Sociedade-O salto de Joinville no Índice de Cidades Empreendedoras

O salto de Joinville no Índice de Cidades Empreendedoras

Cidade do Norte catarinense se destacou na edição 2023 pelos bons resultados – especialmente em inovação, mercado e ambiente regulatório.

Em terceiro lugar no ranking nacional, após São Paulo e Florianópolis, cidade do Norte catarinense se destacou na edição 2023 pelos bons resultados em inovação, mercado e ambiente regulatório. / Foto: Divulgação


[JOINVILLE, 30.03.2023]
Por Fabrício Umpierres, editor SC Inova –
scinova@scinova.com.br 

O Índice de Cidades Empreendedoras 2023, ranking nacional divulgado pela Endeavor e a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), colocou Santa Catarina mais uma vez em destaque entre os municípios com melhor potencial para fazer negócios no país. Assim como em anos anteriores, Florianópolis segue no segundo lugar do Índice, novamente atrás de São Paulo, mas desta vez o pódio tem a companhia de Joinville, maior cidade e PIB de Santa Catarina, que teve um avanço significativo em relação aos rankings prévios – em 2022, tinha ficado em 9o. lugar.

O ICE  leva em consideração sete fatores determinantes para o fomento à atividade empreendedora: ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso a capital, inovação, capital humano e cultura empreendedora. A líder São Paulo teve nota geral de 8,67, enquanto Florianópolis ficou com 8,41 e Joinville teve média de 7,99. A outra cidade catarinense que aparece no ranking é Blumenau – 13o. lugar, com nota geral de 7,11. 

A capital catarinense lidera nos quesitos inovação e capital humano, e também tem outros bons resultados em ambiente regulatório e acesso a capital. Entre os pontos mais fracos, está cultura empreendedora, mercado e infraestrutura. Joinville, por sua vez, é a 2a. melhor em ambiente regulatório, 6a. em mercado e 7a. em inovação. Os resultados mais fracos vieram nos quesitos infraestrutura, acesso a capital e cultura empreendedora. 

Indicadores das três cidades líderes em ambiente empreendedor no país. Imagem: ICE 2023 / Endeavor e ENAP

 Nos últimos anos, a cidade tem se destacado pelos projetos de transformação digital de sua forte economia baseada na indústria metal-mecânica, além do crescimento do ecossistema de inovação. Algumas startups locais também tem se destacado no cenário nacional, como Pollux (comprada pela multinacional Accenture), Asaas, ContaAzul, Transfeera, Mercos (adquirida em 2021 pela nuvini) e, mais recentemente, a Becon – que na semana passada foi comprada pela CRM&Bonus.  

Desde 2019, quando inaugurou o Ágora Tech Park, um parque tecnológico privado em um dos maiores complexos industriais da América do Sul, Joinville tem ampliado programas de desenvolvimento de startups, laboratórios de inovação aberta (envolvendo grandes corporações e entidades setoriais), fundos de capital de risco (como o Join.VC, que reúne investidores-anjo locais em parceria com a Bossanova Investimentos) e criado uma estrutura de governança que leva a experiência do setor privado para a área pública. 

“Estamos ajudando o município a organizar o ecossistema”, explica Fabiano Dell’Agnolo, executivo do Join.Valle, entidade de fomento ao empreendedorismo local. “Conectamos iniciativas que convergiam, como mapeamentos de startups e instituições de C&T, além do Pacto pela Inovação no município. Hoje, Joinville conta com um comitê de governança formado por 12 instituições e com agenda recorrente mensal para ajudar o ecossistema a crescer, somando esforços entre as instituições, evitando concorrência e sobreposições”, disse o executivo, que também atuou no setor público municipal, em entrevista ao SC Inova no início deste ano.

Mas o Índice de Cidades Empreendedoras traz um alerta a Santa Catarina: fora suas três maiores cidades, nenhum outro de seus polos regionais está entre os 100 municípios do ranking. Considerando o bom posicionamento de Florianópolis, Joinville e Blumenau, é fundamental que outras cidades se desenvolvam como ecossistemas empreendedores (com poder público, setor privado, academia e sociedade juntos) para ampliar oportunidades e gerar mais qualidade de vida.