Miditec anuncia novidades no programa de incubação e abre inscrições para startups em Santa Catarina

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Miditec anuncia novidades no programa de incubação e abre inscrições para startups em Santa Catarina

Programa Startlab, voltado a negócios em fase de validação, passa a fazer parte da incubadora, que terá atividades online durante a pandemia.

Programa Startlab, voltado a negócios em fase de validação, passa a fazer parte da incubadora, que terá atividades online durante a pandemia. Conheça também a trajetória de empreendedores que passaram recentemente pelos programas de desenvolvimento. / Foto: Divulgação.


[FLORIANÓPOLIS, 03.09.2020]
Redação SC Inova, scinova@scinova.com.br

Atenção startups e empreendedores de novos projetos inovadores em Santa Catarina: estão abertas até o dia 11 de setembro as inscrições para o novo processo seletivo da incubadora Miditec, gerenciada pela Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) e o Sebrae/SC

Eleita em 2018 e 2019 como uma das cinco melhores do mundo, a incubadora traz novidades neste ano: uma delas é a abertura para inscrições de startups de todo o estado. Outra mudança é o espaço físico. Ainda que durante o período de isolamento social todo o programa seja rodado de maneira virtual, a nova casa do Miditec será o Centro de Inovação Acate (CIA) do Sapiens Parque, no Norte da Ilha. 

Além de maior disponibilidade de espaço físico às residentes, o local era a sede do programa Startlab, criado em 2019 para apoiar startups iniciantes em estágio de validação, e também conectar times de inovação de empresas estabelecidas ao ecossistema. 

A partir de agora, o programa que apoiou até julho deste ano 13 startups e 2 times de inovação de empresas, se torna parte do Miditec. 

“A proposta desta unificação é apoiar a startup ao longo de toda sua jornada de validação e escala”, comenta Mariana Cândido, coordenadora do Miditec. 

As selecionadas serão divididas em duas fases: Startlab, para as startups que estão na fase de validação e estruturação, e GrowthLab, para aquelas que estão na fase de tração e escala. Como explica a coordenadora, “as inscritas que participam passam por um funil único de avaliação e a equipe da incubadora vai avaliar e definir em qual dessas fase a startup se encaixa”.   

As selecionadas participarão de um programa de incubação que, nesse primeiro momento de isolamento social será 100% online, “mas depois será em formato híbrido (presencial e online), pois entendemos que este será o novo formato – antes da pandemia era totalmente presencial”, comenta Natália Ferreira, gerente de Programas Estratégicos da Acate.  

“O fator decisivo para seleção não é o grau de maturidade da empresa, mas sim um conjunto: ser uma solução de base tecnológica e inovadora, tamanho de mercado, viabilidade financeira e econômica, experiência dos empreendedores, time complementar e valores alinhados à nossa cultura”, detalha.

METODOLOGIA E MENTORIAS AUXILIAM PROJETOS INICIAIS A VALIDAR PRODUTOS E MERCADOS

Um das primeiras startups a encontrar no Startlab um caminho para validar o modelo de negócio foi a LotsApp, que chegou ao programa com uma proposta de atuar como uma certificadora digital para cadeias produtivas que necessitam de um “selo verde” de boas práticas ambientais. 

“Entramos com uma ideia, mas por meio da metodologia de validação que fizemos no Startlab vimos que não havia um mercado maduro para aquela solução. A partir das mentorias, começamos a identificar outras áreas para validar o projeto. Saímos do mercado de agro e hoje estamos atuando com Economia Circular e Sustentável para o setor de moda e design”, conta o sócio e cofundador Mateus Bonadinam

Equipe da LotsApp no Centro de Inovação Acate Sapiens, novo endereço do Miditec. / Foto: Acate/Divulgação

A ideia da startup é criar um selo de rastreabilidade via QR Code para a cadeia de suprimentos de moda e design, validando em conjunto com uma empresa de Jaraguá do Sul, pelo qual é possível informar o consumidor de onde vem cada peça, ensina o que fazer com o produto depois do uso, onde reciclar, descartar e devolver.  

Ele descobriu o programa Startlab durante o Startup Summit, evento de empreendedorismo digital realizado pelo Sebrae e Acate em 2019. “Meu sócio mora em Manaus, mas decidimos abrir a empresa em Florianópolis em função do ecossistema. Estamos tendo um grande aprendizado nesse processo junto à incubadora, a essa carga de metodologia, pois saímos de uma mentalidade tradicional de desenvolvimento, que te fala pra olhar pra todos os mercados, e hoje nos preocupamos em trabalhar foco e escala, ter o menor custo de aquisição”, explica.

“Uma das coisas mais importantes é conversar com outros empreendedores, discutir uma ideia, dar e receber conselhos. Quando se empreende sozinho tudo é mais difícil. Hoje temos outra realidade, é um MBA prático”, resume Mateus.  

VISIBILIDADE NA INCUBADORA E NETWORKING AJUDAM STARTUP A MULTIPLICAR RECEITA 

Em setembro do ano passado, ao ser selecionada para o Miditec, a startup Vibbra – uma plataforma para contratação de profissionais de tecnologia em regime remoto – tinha uma visão clara do que queria no processo de incubação: ter o apoio de especialistas para “arrumar a casa”, em termos de processos, contratos e outras questões de governança, e aí partir para uma estratégia de crescimento em escala. Mas a expansão veio muito mais rápido do que os cofundadores Leandro Oliveira, Juliana Nascimento e a equipe imaginavam. 

No mês seguinte à entrada no Miditec, nossas receitas subiram 145%, em função da visibilidade que ganhamos no ecossistema de inovação de Florianópolis. E, desde então, seguimos em uma expansão constante. Nós atendemos uma dor muito grande do mercado, que é a necessidade de profissionais de tecnologia, mas precisávamos de visibilidade. O Miditec nos trouxe isso, além da metodologia para organizarmos nossos processos e governança e um networking gigantesco”, comenta Leandro. 

Equipe da Vibbra: crescimento de 145% na receita logo no mês seguinte à entrada no Miditec, em função da visibilidade que startup teve no mercado de tecnologia local. / Foto: Divulgação

Os números deste crescimento da empresa, apenas um ano após a entrada na incubadora, impressionam: de janeiro a agosto de 2020, a Vibbra cresceu em média mais de 40% ao mês. “Só em agosto passado vendemos mais do que todo o ano de 2019. Com esse cenário, projetamos uma expansão de pelo menos 220% neste ano frente ao ano anterior”, calcula o CEO. O time, que chegou ao Miditec com cinco pessoas, hoje é de 11 colaboradores, entre os sócios, e deve expandir nos próximos meses.  

O contexto da pandemia e do trabalho à distância acabou sendo bastante favorável para o modelo de negócio da startup, uma plataforma na qual os clientes podem contratar profissionais de tecnologia para demandas remotas – a receita vem de um percentual do valor contratado pelo sistema. 

“Nos primeiros meses do ano, focamos em estruturar nossa máquina de vendas e processos comerciais, de modo que quando chegou a pandemia, em março, já estávamos muito mais preparados para escalar. O cenário nos trazia alguns pontos favoráveis: a objeção ao trabalho remoto caiu e a demanda por projetos digitais e a própria transformação digital das empresas acelerou”, explica Leandro. Atualmente, são 590 profissionais cadastrados na plataforma. 

O processo de incubação ainda está na metade, mas a Vibbra já mira nos passos seguintes do desenvolvimento: “O propósito de organizar nossa governança se conclui neste ano. Mas aprendemos muito mais do que isso nesse período: vendas, marketing, relacionamento… A partir de agora vamos também olhar para outros mercados e pensar na internacionalização dos serviços”, comenta Leandro. 

NOS ÚLTIMOS SETE ANOS, INCUBADAS FATURARAM MAIS DE R$ 3 BILHÕES

Fundada em 1998, a incubadora já ajudou a desenvolver 132 empresas de tecnologia na Grande Florianópolis – sendo que 117 delas já foram graduadas. Nos últimos sete anos, estas empresas somaram um faturamento de R$ 3 bilhões, com um total de 24,4 mil empregos gerados. Juntas, elas captaram mais de R$ 755 milhões em recursos externos (investimentos, aportes de capital, subvenções), investiram R$ 691,5 milhões em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e retornaram aos cofres públicos um total de R$ 649,7 milhões.

Entre elas, estão algumas empresas de destaque em seus mercados, como a Pixeon,  desenvolvedora de sistemas de gestão para hospitais, clínicas e laboratórios. Incubada em 2003, contou com o apoio de mentorias e da metodologia aplicada para crescer e ser uma das primeiras investidas pelo fundo Intel Capital, em 2011 – posteriormente, receberia um investimento de grande porte do fundo Riverwood Capital (R$ 50 milhões, em 2013). Hoje, conta com mais de 2 mil clientes e operações no Brasil e Argentina. 

E há também novos negócios que passaram pelo Miditec e que despontam como o futuro da inovação em outros mercados. Como a AskSuite, fundada em 2018 e que já tem 10% de seu faturamento vindo de clientes internacionais. A empresa desenvolveu um chatbot para hotéis que permite a realização de reservas diretas pelos canais das empresas – sem precisar de plataformas intermediárias. 

AskSuite: “além do apoio para os negócios, processo ajudou no desenvolvimento pessoal, como empreendedores”, conta Danilo Pavei. / Foto: Divulgação

“Nós tracionamos rápido e, com poucos meses de empresa já sentimos as dores do crescimento. Naquele momento, precisávamos de uma ajuda do ecossistema: quem pode nos ajudar a errar menos?”, comenta Danilo Pavei, diretor de Operações da Asksuite. Ele já era um empreendedor experiente no setor de tecnologia – e havia sido diretor da Vertical Cloud da Acate

A empresa entrou no Miditec como uma incubada não residente, em 2018. “A troca de experiência com outros empreendedores e as consultorias – especialmente a jurídica e a estratégica – foram fundamentais pro nosso desenvolvimento naquela fase. Além do apoio para os negócios, conseguimos nos desenvolver pessoalmente como empreendedores, como lideranças, com o suporte de psicólogos, equipe de gestão e relacionamento da incubadora”, lembra Danilo.

No ano seguinte, a Asksuite foi selecionada para o programa Scale-Up Endeavor, voltado a negócios com alto potencial de crescimento – hoje a empresa conta com 1,3 mil clientes e uma equipe de 25 colaboradores. E, em agosto deste ano, mesmo após o impacto da pandemia no setor de hotéis e turismo, a startup anunciou um investimento de R$ 4 milhões do fundo ABseed, que vai permitir a expansão internacional e o desenvolvimento de novos produtos. “Somos frutos do ecossistema. Todas as experiências que tivemos nos fizeram encurtar caminhos e nos ajudaram a ser uma empresa forte, mesmo em um curto espaço de tempo”, conclui o empreendedor.

O processo de seleção 2020 do Miditec está aberto até o dia 11 de setembro. Interessados em se inscrever podem se cadastrar neste link

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