Iniciativas com uso desta aplicação de tecnologia estão sendo apresentadas para soluções de combate à Covid-19 na área de saúde. Na região Sul, o mapeamento do governo encontrou iniciativas concentradas em Santa Catarina.
[FLORIANÓPOLIS, 11.03.2021]
Por Farol Tech, faroltech@scinova.com.br
Duas portarias do MCTI publicadas nesta quarta-feira (10) no Diário Oficial da União pretendem ampliar as ações do governo federal na área de Fotônica. Os atos oficiais criam o Sistema Nacional de Laboratórios de Fotônica (Sisfóton-MCTI) e a Iniciativa Brasileira de Fotônica (IBFóton).
Considerada como uma tecnologia estratégica para o aumento da competitividade da indústria nacional, a fotônica tem aplicações que envolvem inovação em uma série de setores e produção de equipamentos. O IBFóton, segundo uma das portarias, deve priorizar ações nas seguintes áreas: comunicações e tecnologia da informação, saúde, energia, agricultura, meio ambiente, indústria, defesa, mobilidade e educação.
Outro foco definido pelo governo são as aplicações que usam Fotônica e que devem receber incentivo governamental: Fibras Ópticas, Dispositivos Fotônicos, Integração Híbrida, Óptica Integrada, Dispositivos Optoeletrônicos, Sistemas e Redes de Comunicações Ópticas, Lasers, Materiais Avançados para Fotônica, Nanofotônica, Plasmônica, Ópticas Clássica, Quântica e Não Linear, Instrumentação Óptica, Espectroscopia, Metrologia, Sensores, Displays e Iluminação.
Chamadas públicas do MCTI ainda serão abertas para permitir a adesão de laboratórios públicos ao Sisfóton. Para integrar essa rede os laboratórios deverão ser vinculados à instituições de pesquisa pública ou privada sem fins lucrativos e deverão disponibilizar, no mínimo, 30% do tempo de uso, em horas, da sua estrutura laboratorial, de seus equipamentos ou de sua expertise a pesquisadores externos tanto públicos quanto privados.
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Em 2020, a Secretaria de Empreendedorismo e Inovação (SEMPI) do MCTI apresentou um mapeamento dos principais segmentos do ecossistema de Fotônica no Brasil. Dois exemplos citados no documento (leia a íntegra abaixo) de investimentos públicos são os da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Ministério da Saúde. A fundação paulista, segundo o estudo, fomentou R$ 31 milhões em pesquisas dentro da área de fotônica de 70 empresas diferentes no estado de São Paulo nos últimos dez anos.
Na área de saúde, importante área de aplicação da tecnologia desde o começo da pandemia, o Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (Decit/SCTIE/MS) investiu R$ 12,3 milhões em pesquisas de universidades e fundações para diagnóstico e tratamento de doenças em variados estados com o uso da fotônica.
Em agosto de 2020 durante a primeira reunião do Comitê Consultivo de Fotônica (CCFOTO), o secretário de Empreendedorismo e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Paulo Alvim, informou que um “número relevante” de soluções tecnológicas baseadas em Fotônica estão sendo apresentados em projetos apoiado pelo governo federal.
Um dos exemplos é o edital da Finep lançado em junho de 2020 de R$ 15 milhões destinado à startups e empresas de base tecnológica para combate à Covid-19. Entre as linhas temáticas do processo seleção pública para conceder recursos de subvenção econômica está a fotônica para adição de novas funcionalidades ou características em equipamentos, sistemas e insumos.
Na região Sul, o mapeamento do governo federal encontrou iniciativas que estão concentradas em Santa Catarina.
Abaixo um trecho do diagnóstico e ações previstas pela MCTI:
“Nessa região foram identificadas variadas empresas de base tecnológica dos mais variados setores, e um cluster de empresas que utilizam tecnologias fotônicas para uso em produção e medição na região da Grande Florianópolis.
A possível explicação para tal é a presença dos laboratórios do departamento de Engenharia Mecânica e de Materiais da UFSC em Florianópolis e o Instituto Senai de Inovação em Sistemas de Manufatura e Processamento a Laser (ISI Laser) em Joinville que viabilizam esse tipo de tecnologia na região e a formação de profissionais para atuarem nesse segmento.
Dessa forma, a proposta é incentivar esse ecossistema a partir da absorção de tecnologias para Manufatura Avançada com Laser. Podem-se elaborar incentivos para novas empresas de base tecnológica que se associem ao centro tecnológico ou empresas já consolidadas que invistam no desenvolvimento do centro“.
PARA SABER MAIS: |
PORTARIA GABMI Nº 4.532, DE 5 DE MARÇO DE 2021 – Cria a Iniciativa Brasileira de Fotônica (IBFóton): https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-gabmi-n-4.532-de-5-de-marco-de-2021-307491936 |
PORTARIA GABMI Nº 4.530, DE 5 DE MARÇO DE 2021 Cria o Sistema Nacional de Laboratórios de Fotônica no âmbito do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (Sisfóton-MCTI). Conceitos e áreas de aplicações da Fotônica: https://antigo.mctic.gov.br/mctic/opencms/tecnologia/tecnologias_convergentes/fotonica.html |
MAPEAMENTO DOS PRINCIPAIS SEGMENTOS DO ECOSSISTEMA DE FOTÔNICA NO BRASIL: https://antigo.mctic.gov.br/mctic/export/sites/institucional/tecnologia/tecnologias_convergentes/arquivos/Mapeamento-Fotonica.pdf |
*O Farol Tech é um serviço do SC Inova de monitoramento e análise de atos oficiais do Executivo e Legislativo que podem impactar o desenvolvimento do ecossistema de inovação no país
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