A escalada da Movidesk, startup de Blumenau que alcançou 700 clientes em dois anos

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A escalada da Movidesk, startup de Blumenau que alcançou 700 clientes em dois anos

Com crescimento de 14% ao mês e mais de 50 funcionários, empresa que desenvolve sistemas de atendimento a clientes se consolida no novo cenário empreendedor do Vale do Itajaí

Com crescimento de 14% ao mês e mais de 50 funcionários, empresa que desenvolve sistemas de atendimento a clientes se consolida no novo cenário empreendedor do Vale do Itajaí

A experiência na implantação de sistemas de atendimento ao cliente (helpdesk) – e a visão de que havia uma demanda forte no mercado por soluções mais customizáveis e ágeis – uniu os empreendedores Donisete Gomes e Edson Murilo Maestri no projeto de desenvolver um software que pudesse resolver os problemas mais comuns de quem atuava com este tipo de solução.

Esse foi o propósito que deu início, em 2016, à Movidesk, startup com sede em Blumenau e que vem mantendo um crescimento médio mensal de 14% – e um acumulado de 300% no último ano. Em dois anos de mercado, atingiu a marca de 700 clientes (entre eles grandes marcas como ESPN, Mormaii, Hamburg Sud, Unimed e Havan) e mais de 50 colaboradores – uma expansão que a coloca como uma das grandes promessas entre as novas empresas de tecnologia do Vale do Itajaí.

“Fazer as coisas de maneira mais simples era o nosso lema desde o primeiro dia”, resume Donisete, que começou a carreira como desenvolvedor em uma das principais empresas de software da cidade e depois passou a atuar na implantação de sistemas em grandes corporações. “O que eu sabia fazer era atendimento ao cliente e comecei a perceber alguns gaps dos sistemas, que exigiam um investimento muito grande para customização e não eram acessíveis a todo o mercado”, comenta o cofundador e CEO.

Depois de sair da empresa, ele começou a atuar como consultor – uma delas foi a Mestre Sistemas, fundada pelo pai de Edson. Era 2012 e, enquanto atuava parte do tempo na empresa, Donisete mantinha o sonho de desenvolver um sistema próprio de help desk/service desk, mas tinha dificuldade em buscar uma equipe e fazer o projeto deslanchar.

A história tomou outro rumo durante um papo descompromissado. Entre uma cerveja e outra, Edson decidiu entrar no projeto de Donisete, aportando capital e conhecimentos na área de design. “O Edson sempre enfatizou a necessidade de simplificar. Ele estava estudando o conceito de software como serviço na época, início de 2014, e isso foi muito importante no começo”, lembra o CEO.

“O principal indicador é ganho de produtividade. A gente vende para indústria, hospital e até igreja. A TI e o RH existem em toda a extensão da empresa, todo mundo precisa atender alguém”, diz o CEO Donisete Gomes.

Durante quase dois anos o software que viria a se chamar Movidesk começou a ser testado, sem custo, em algumas empresas da região. Em 2016, Edson, Donizete e Reinaldo (então o terceiro sócio, que depois deixou a empresa) decidiram se lançar no mercado e o primeiro ano mostrou um bom desempenho: foram 100 clientes e uma receita mensal recorrente de R$ 30 mil. Em novembro daquele ano, inauguraram uma sede e contrataram o primeiro funcionário.

Os fundadores Donisete (em pé, à esquerda) e Edson (em pé, à direita): foco em solução simples que atendesse demandas do mercado corporativo. 

Edson acabou deixando em definitivo a Mestre Sistemas em meados de 2017, quando as coisas começaram a deslanchar para a Movidesk: aceleração na WOW em Porto Alegre e aporte de capital, crescimento da equipe (já eram 17 ao final daquele ano), clientes (400) e faturamento (R$ 115 mil/mês).

Os sócios atribuem o sucesso comercial à “aderência dos serviços que a plataforma oferece aos clientes. O software é muito bom para empresas B2B, o conjunto de funcionalidades é muito adequado e hoje a gente vem crescendo a uma faixa de 100 novos clientes por mês”, explica Edson, responsável pela área de Vendas. A perspectiva é avançar dos atuais 700 clientes para até 1,3 mil até o final de 2018.

Entre os recursos disponíveis no sistema estão a transformação das caixas de e-mail da empresa em uma central de serviços compartilhados, em que as mensagens são convertidas automaticamente em tíquetes. Também permite a criação de diferentes canais aos clientes, como portal de autoatendimento, chat em tempo real via site ou app e formulários customizados de contato.

Por não atuar em um nicho específico, o cliente pode estar em qualquer mercado. “O principal indicador é ganho de produtividade no atendimento, seja para o cliente final ou interno (área de compras, manutenção). A gente vende para indústria, hospital e até igreja. A TI e o RH existem em toda a extensão da empresa, todo mundo precisa atender alguém”, comenta Donisete.

A expansão exigiu uma nova sede, recém-inaugurada e localizada no centro de Blumenau. Em seis andares e 650m2, conta com a infraestrutura clássica das startups: espaço de descanso, área de jogos e arquibancada para reuniões. O desafio agora é encontrar talentos: há pelo menos 30 vagas abertas, embora nem todas “imediatas”. “Estamos recebendo muitos currículos e, se deparamos com um profissional promissor, queremos contratar na hora, mesmo se ainda não há demanda neste momento”, comenta Edson. Mesmo com o mercado local muito concorrido, praticamente toda a equipe da Movidesk é formada por mão de obra local. “Recentemente importamos dois colaboradores de Florianópolis”.

A empresa foi selecionada neste ano para o programa Scale-up, da Endeavor, que auxilia startups de várias áreas (mesmo fora da TI) com potencial de crescimento em escala. “O programa é muito bacana, ajuda a nos preparar para um aumento ainda maior na equipe, no volume de clientes e a desvendar algumas lacunas no desenvolvimento do produto. Mas o pulo do gato é a mentoria, que além de nos passar muito conhecimento ajuda a abrir portas”, comenta Edson.

Nos próximos meses, a startup deve anunciar um novo aporte de investimento, que será utilizado para ampliar a equipe e posteriormente marketing e vendas. “Nos próximos dois anos queremos criar uma raiz sólida no mercado brasileiro. Mas de 2020 em diante nosso objetivo é ir pra fora, queremos ser um player global”, explica o cofundador.

Reportagem: Fabrício Rodrigues, scinova@scinova.com.br