CSBC 2021: “Ecossistemas tecnológicos são agentes de transformação social”

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CSBC 2021: “Ecossistemas tecnológicos são agentes de transformação social”

Evento referência na área teve Florianópolis como sede e debateu como a região se consolidou como um importante habitat de inovação no país.

Evento referência na área, Congresso da Sociedade Brasileira de Computação 2021 teve Florianópolis como sede organizadora e debateu como a região se consolidou como um dos principais habitats de inovação no país. / Imagem: CSBC 2021, divulgação


[FLORIANÓPOLIS, 30.07.2021]
Redação SC Inova, com informações da assessoria do CSBC 2021

Santa Catarina é o estado brasileiro que reúne o maior número de empresas com base tecnológica, em proporção ao número de habitantes. Cerca de 3 mil estão sediadas em solo catarinense, representam 5% do PIB do estadual, com faturamento anual de R$ 11,4 bilhões e empregando 50 mil funcionários, segundo dados do estudo Acate Tech Report.  

O contexto que tornou Santa Catarina, e principalmente Florianópolis, um polo de tecnologia, foi apresentado durante a 41ª edição do Congresso da Sociedade Brasileira de Computação (CSBC 2021), evento que foi realizado de 18 a 23 de julho e que teve a capital catarinense como cidade-sede organizadora. 

O painel “Os habitats de inovação como vetor de transformação digital” evidenciou  essa característica da Ilha. Para Tony Chierighini, diretor executivo da incubadora Celta e de Operações da CVentures, destacou no encontro a instalação da  Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) como o marco inicial para a parceria público-privado, o desenvolvimento tecnológico e a transferência de conhecimento para a área industrial. 

Da criação da primeira incubadora, em 1986, ao surgimento da Acate (naquele mesmo ano), Tony lembra que os projetos de inovação, inicialmente centralizados na universidade, expandiram para parques tecnológicos como o Sapiens Parque, em Florianópolis, mudando o patamar do setor. “Estamos num momento em que o parque tecnológico se mistura com a cidade e isso traz uma nova forma de interação social, mais dinâmica e real”, acrescenta.

O exemplo de Florianópolis serviu de modelo para que outras regiões do estado também investissem em ecossistemas de tecnologia por meio do Pacto pela Inovação, iniciativa lançada em 2017 e que envolve 34 instituições público-privadas. “O Pacto permitiu que o modelo de Florianópolis fosse instalado em outras 16 cidades catarinenses visando a ampliação dos níveis de conexão das ações do ecossistema catarinense e a multiplicação dos resultados, através do alinhamento de propósitos entre os setores”, ressalta Jean Vogel, diretor de Novos Negócios no Ágora Tech Park, em Joinville, e o primeiro coordenador do Pacto pela Inovação em Santa Catarina. 

O professor Alexandre Moraes, da Secretaria de Inovação da UFSC, acredita que o desempenho catarinense em inovação se deve à liderança de diferentes atores: “nosso movimento preza pela competitividade e é baseado na colaboração das empresas e como resultado temos a excelência do setor”.

COMO CRIAR UM ECOSSISTEMA EMPREENDEDOR

A qualidade de vida e os investimentos em políticas públicas também são resultados dos investimentos em ecossistemas de inovação. O setor agrega renda às famílias, amplia as oportunidades de emprego e aumenta a arrecadação tributária dos municípios, a exemplo de Florianópolis, afirmou Daniel Leipnitz, presidente do Sapiens Parque, membro do Conselho Deliberativo da ACATE e diretor corporativo da Visto Sistemas.

O modelo de ecossistema em inovação e tecnologia da capital catarinense é reconhecido nacionalmente e foi documentado em um livro lançado em abril deste ano, “Ponte para Inovação: como criar um ecossistema empreendedor”. Os organizadores da obra, Daniel Leipnitz e o jornalista Rodrigo Lóssio (diretor da agência Dialetto), destacaram os 32 vetores que colocam Florianópolis como referência na implementação de iniciativas educacionais, pessoais, desenvolvimento socioeconômico, gestão, tecnológico e de outras áreas. 

“Nosso intuito é deixar um legado e inspirar novos empreendedores para que, baseados no modelo de Florianópolis, consigam implantar ecossistemas tecnológicos em cidades menores ou de maior porte e com isso fomentar o empreendedorismo regional”, explica Daniel.

Principal evento científico de Computação realizado no país, o CSBC 2021 teve participação de 1,1 mil pessoas, em formato totalmente online. Para os organizadores do Congresso, professores Michelle Wangham e Frank Siqueira, o tema central do CSBC 2021, “inovação e Transformação Digital”, permitiu que a pauta ecossistemas de inovação estivesse presente e em debate ativo sobre o cenário atual do setor e os desafios tecnológicos para os próximos anos, principalmente relacionados à formação e qualificação profissional.

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