A Doktor, resultado de ação de empreendedores e doação de R$ 40 mil de empresas locais, viabilizará 8 mil consultas à população. Meta é chegar a R$ 200 mil em doações e 40 mil teleatendimentos.
[BLUMENAU, 16.04.2020]
Redação SC Inova, scinova@scinova.com.br
Desde a última terça-feira, 14 de abril, a Prefeitura de Blumenau disponibiliza à população do município um sistema online de triagem e teleorientação sobre a Covid-19, ampliando a capacidade de atendimento e identificando casos suspeitos sem expor médicos, pacientes e sem sobrecarregar o sistema de saúde da região.
A Doktor é resultado da união de duas empresas de tecnologia de Blumenau – a Ezok e a Lector – que complementaram suas soluções em uma ferramenta voltada à telemedicina, e viabilizada pela doação de empresários locais: com os primeiros R$ 40 mil arrecadados, é possível realizar 8 mil teleatendimentos. A meta do Grupo Empresas de Telemedicina (como se autointitulam os financiadores do projeto) é chegar a R$ 200 mil e assim cobrir 40 mil teleatendimentos, o equivalente a 11% da população de Blumenau.
“São ferramentas que possibilitam que a pessoa possa descrever seus sintomas, receber uma orientação clínica mais assertiva e naqueles quadros em que é recomendado, fique o máximo possível em casa, se cuidando e praticando o isolamento social, tão importante para tentar evitar o crescimento de casos positivos no nosso município”, explica o médico Winnetou Michel Krambeck, secretário de Saúde de Blumenau.
O serviço, gratuito e disponível de segunda à sexta das 7h às 19h, está no ar pelo número de WhatsApp (47) 99935-3561 e pode ser acessado por pessoas que, além de dúvidas sobre a Covid-19, apresentam sintomas da doença (como febre, tosse, cansaço, dificuldade para respirar e perda de olfato e paladar). Apenas os casos considerados suspeitos, após passarem por triagem, receberão orientação para aderir ao isolamento ou procurar os hospitais preparados para o tratamento do coronavírus.
Como lembra Henrique Bilbao, presidente da Blusoft – entidade que representa as empresas de tecnologia de Blumenau – e fundador da startup Ezok, o projeto foi viabilizado em poucos dias. “Havia uma demanda da prefeitura para um sistema de telemedicina mas que esbarrou na questão financeira. Quando surgiu a questão da pandemia, um grupo de empresários, liderados pela HBSIS, foi atrás de médicos para saber se podiam ajudar de alguma forma”.
Um dos profissionais de saúde ouvidos era o médico Roland Dagnoni, head de Saúde da Blusoft, que conectou dois empreendedores locais – Henrique Bilbao e Alex Sandro da Silva, da Lector – que tinham uma ideia de criar solução única que poderia ser a solução para o atendimento digital. Pouco tempo depois de apresentaram a ideia aos demais empresários, conseguiram os recursos necessários para desenvolvimento e suporte de infraestrutura para atender à população.
Na terça-feira (14.04), o prefeito de Blumenau Mario Hildebrandt anunciou que o serviço já estava disponível. O sistema foi disponibilizado à prefeitura por meio de comodato, pelo prazo de dois anos.
“A solução em si existia em parte na Ezok, e adaptamos para telemedicina de acordo com orientações do dr. Roland, parceiro no projeto. A Lector, por sua vez, já tem experiência e os requisitos necessários para o setor de saúde, atende mais de mil hospitais, então foi fácil fazermos essa integração e parceria”, explica Henrique.
MOMENTO PARA EXPANSÃO DA TELEMEDICINA
Apesar da telemedicina ter sido regulamentada no país apenas no último dia 19 de março (e em caráter excepcional, em função da pandemia), o fundador da Lector já tinha desenvolvido um serviço com esse propósito há mais de 15 anos, quando criou a empresa. Ele pertencia a um grupo de pesquisa na área médica, envolvendo equipes das Universidades de Kaiserslautern (Alemanha) e da Federal de Santa Catarina, e após fazer mestrado e iniciar um doutorado, começou a desenvolver soluções de telemedicina, teleconsulta e telerradiologia.
“Percebi que estava fora do tempo, em função das barreiras legais e acabei pivotando a tecnologia para á área de educação. Agora com a teleconsulta, esta nova área ganha força – e sempre foi o grande sonho da empresa atuar nesta área de saúde”, comenta Alex.
De fato, a telemedicina ganha um novo impulso em face do cenário atual. “É uma quebra de paradigma gigantesco e será muito bom para o futuro da medicina”, opina Henrique, especialista na área de inteligência artificial. “Acredito muito nesse projeto, pois a tendência é que daqui pra frente as pessoas serão triadas antes de ir a qualquer consulta presencial – e os robôs vão ajudar muito nisso, em função da melhoria contínua nas respostas, qualificando cada vez mais as respostas”.
“O Covid-19 é um problema de toda a sociedade, e precisamos ser parte da solução. É o que estamos fazendo, levantando recursos junto à iniciativa privada para viabilizar a utilização da ferramenta e, desta forma, ajudar a cidade de Blumenau a salvar vidas por meio da tecnologia. Esperamos que esta iniciativa sirva de exemplo para outras regiões do estado e do país”, diz Ronaldo César Schork Júnior, Gerente de Inovação da empresa de soluções em TI HBSIS, uma das financiadoras do projeto.
Também são financiadoras do projeto Viacredi, IBM e Jus Medicina Direito Médico. A iniciativa ainda conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Médicos Executivos, Sociedade Brasileira de Clínica Médica, Sociedade Maçônica Regional – Vale do Itajaí, Cuka Filmes, Associação Empresarial de Blumenau, Associação Brasileira de Medicina de Urgência e Emergência, SOMAR – Sociedade Maçônica Regional – Vale do Itajaí, Lector Tecnologia, Ezok Inteligência Artificial e Sonica.
* Com apoio de informações da Assessoria de Imprensa da HBSIS
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