Conexão EUA-Israel-SC: plataforma de webdesign abre unidade em Florianópolis para buscar mercado nacional

Criada em Palo Alto (EUA) por empreendedores israelenses, Duda escolheu capital catarinense em função do ecossistema de marketing e vendas local. A VP Alessandra Sadan (segunda à esquerda) lidera operação local. Fotos: Eduardo Duks Moreira.

“Nascemos no Vale do Silício, temos nossa equipe de desenvolvimento no Deserto do Silício e agora estamos chegando à Ilha do Silício”, resume Alessandra Sadan, vice-presidente para a América Latina da Duda, uma plataforma de webdesign para agências de marketing e empresas de pequeno e médio porte que inaugurou sua operação latina com um escritório em Florianópolis neste início de novembro. 

Lageana, formada em Administração na Uniplac e com larga experiência no mercado norte-americano (onde está desde 2006, trabalhando em empresas como SAP e Sapphire Ventures, antes da Duda), ela será a responsável pela unidade latina, que terá Floripa como sede “em função do ecossistema de inovação em marketing e vendas que se formou na região”, detalha. 

Na capital catarinense, além de empresas como a Resultados Digitais, há sede de empresas globais de hospedagem web (HostGator e Hostinger, por exemplo) e uma série de startups que oferecem soluções digitais para este mercado. “Entendemos que esse ambiente cresce mais do que outros polos importantes, como São Paulo. Essa vocação da região norteou nossa decisão”, afirma.

Fundada em 2010, em Palo Alto (EUA), por dois israelenses – Itai Sadan e Amir Glatt – a Duda tem, além do recém-inaugurado espaço em Florianópolis (no sul da Ilha), escritórios em Palo Alto, Louisville (EUA), Tel Aviv e Londres (UK). Foi uma das primeiras plataformas para criação de sites mobile do mundo. Cerca de 50% da receita vem dos EUA e 50% do resto do mundo (com destaque para Europa). Nos Estados Unidos, pretende ampliar a receita (não divulgada) em 40% no próximo ano. A América Latina, e especialmente o Brasil, é uma via estratégica para um crescimento acelerado, aponta Alessandra. 

Impulsionada por um aporte de US$ 25 milhões recebido há dois meses do fundo Susquehanna Growth Equity, a Duda pretende triplicar a equipe atual (foto acima) e duplicar a receita ao longo de 2020. Ao longo de dez anos, já criou cerca de 15 milhões de sites e opera num modelo white-label: os clientes diretos são agências digitais, plataformas SaaS, publicadores e até empresas de hosting, que firmam parceria para oferecer a plataforma de criação de sites a seus clientes.

A VP Alessandra Sadan, na apresentação da empresa em Florianópolis: é possível trazer à Ilha uma conexão com a “cultura de inovação” da empresa norte-americana fundada por israelenses.

“Muitos acham que a gente compete com um serviço como o do Wix, mas não. Eles são amigos, tem um escritório perto do nosso em Israel e oferecem um construtor de site para o cliente final, o restaurante, o dentista, a pet shop, que não é nosso cliente. Trabalhamos diretamente com agências de marketing, plataformas de software como serviços (SaaS) e empresas de hosting – estes são alguns dos principais mercados em crescimento na web para 2020”, argumenta a VP. 

Além do ambiente fértil para empresas deste mercado, Alessandra acredita que é possível trazer à Ilha uma conexão com a “cultura de inovação” deles: “como viemos do Vale do Silício e nosso desenvolvimento fica em Tel Aviv, região que tem despertado bastante interesse de pessoas daqui, temos um papel de fazer uma ponte e compartilhar as melhores práticas que vemos e fazemos por lá”. 

Texto: Fabrício Rodrigues (scinova@scinova.com.br), com informações da assessoria de imprensa