Desenvolvedora de plataforma de comunicação, telemedicina e educação online foi positivamente impactada pelo “novo normal” e migrou sua infraestrutura para nuvem para suportar o crescimento, conta o CEO Alex Sandro da Silva. / Foto: Divulgação Lector
[BLUMENAU, 21.09.2020]
Redação SC Inova, scinova@scinova.com.br
Quais seriam os impactos em seu negócio se, de um dia para o outro, a demanda aumentasse cinco, dez vezes? Foi exatamente o que aconteceu com a Lector, empresa de Blumenau que desenvolve uma plataforma utilizada para gestão do conhecimento, ensino e comunicação à distância e telemedicina.
Em meados de março deste ano, a pandemia da Covid-19 impactou o planeta ao forçar o isolamento social e levar nossas rotinas para o ambiente digital. E assim, subitamente, o produto que a Lector fornecia como um suporte de treinamento, estudo, reuniões e capacitação online, se tornou um item de primeira necessidade no mercado.
“Sempre vendemos nossa solução como uma ferramenta para reduzir custos, melhorar comunicação entre equipes e a gestão mas, com a quarentena, se tornou algo fundamental às empresas”, resume Alex Sandro da Silva, CEO e fundador da Lector. “Mesmo os clientes que estavam com dificuldades financeiras por causa da pandemia mantiveram nossos serviços pois eles passaram a depender do ambiente online para vender. E também abrimos o uso gratuito para pequenas empresas que precisavam de um ambiente digital”.
Com 15 anos de mercado e uma carteira de clientes de grande porte em vários segmentos – da Philips, que utiliza a plataforma em escala global, a Volkswagen, SESC, Grupo Linx, Senior Sistemas, Unimed, Sicoob e mais de 6 mil cooperativas ligadas à Sescoop – a Lector tem hoje cerca de 2 milhões de usuários da plataforma.
Quando surgiu, em 2005, o propósito era desenvolver uma solução de telemedicina, mas ainda não havia um mercado maduro no país para viabilizar o negócio, que “pivotou” para o setor de educação. Ao longo deste período, se consolidou como uma suíte de ferramentas integradas – de gestão de aprendizagem, webconferência, gravação e edição de eventos e gerenciamento de documentos, rede social e LMS, com tecnologia proprietária -única no país.
“Sempre tivemos um alto volume de usuários simultâneos, mas não no nível que passamos a atender desde o início da pandemia, quando a demanda aumentou dez vezes”, recorda Alex. A empresa já usava uma infraestrutura em nuvem, porém, não escalável, e que estava chegando ao limite do potencial obrigando a uma migração emergencial – “fizemos a substituição aos 47 minutos do segundo tempo”, compara o CEO
“Sempre tivemos um alto volume de usuários simultâneos, mas não no nível desde a pandemia, quando a demanda aumentou dez vezes”.
No novo projeto de infraestrutura cloud, a Lector escolheu a AWS para ser a fornecedora, com implantação e consultoria da DATI Soluções em TI, de Blumenau. “Quando a Lector nos procurou para executar o projeto, os prazos eram extremamente curtos, foi um desafio enorme fazer decisões técnicas de arquitetura em tão pouco tempo, sem muito conhecimento prévio do cliente. Sentamos com o time da Lector e realizamos as mudanças emergenciais a quatro mãos, migramos o ambiente e depois realizamos os ajustes finos de performance”, detalha Diego Alexandre, CEO da DATI.
PRÓXIMO PASSO: EXPANSÃO GLOBAL DA PLATAFORMA
A infraestrutura de streaming de áudio e vídeo, no novo projeto, é auto escalável e totalmente independente do banco de dados (Amazon Aurora, criado especialmente para nuvem), que por sua vez também é separado da estrutura de servidores que atende às requisições do usuário. “Outra vantagem foi a segurança e o suporte para atender à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), algo que foi determinante na hora de escolhermos a fornecedora de cloud”, diz Alex.
“Tecnicamente, a utilização do Amazon Aurora nesse projeto da Lector foi determinante para o sucesso, visto que o principal gargalo naquele momento era o banco de dados. O Aurora permite escalar até 15 réplicas de leitura, aliviando assim a carga sobre a instância master, deixando a mesma somente para trabalhos de escrita”, detalha Diego, da DATI.
Com o ambiente operando na nuvem da AWS, abrimos um horizonte para a Lector com mais de 180 serviços, como Machine Learning, Inteligência Artificial, ferramentas de DevOps etc. Isso traz mais velocidade ao processo de inovação, pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e recursos da empresa.
O próximo passo, a partir destas mudanças, é partir para a internacionalização dos serviços. A empresa já tem unidade em Portugal e uma plataforma em três línguas (português, inglês e espanhol) utilizada em outros países por alguns clientes, mas agora o plano é fortalecer as parcerias comerciais e traduzir o sistema para idiomas como árabe, japonês e mandarim, por exemplo.
Como conclui o fundador da Lector: “trabalhar com um ambiente de nuvem escalável não é algo desejável apenas, é obrigatório especialmente para o nosso modelo de negócio. Já tínhamos serviço cloud antes, mas eram diferentes fornecedores e a gestão era feito por uma equipe interna, o que despendia muito trabalho. Agora temos uma infraestrutura robusta, segura, que nos permite atender milhões de usuários, com elasticidade conforme a demanda”.
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