Inovações são impulsionadas pelas deficiências do mercado tradicional

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Inovações são impulsionadas pelas deficiências do mercado tradicional

Soluções inovadoras nunca surgem de uma situação cômoda – o impacto trazido pelas startups só ocorre porque o mercado, ao longo dos anos, acumulou deficiências que não foram solucionadas.


[22.09.2020] 

por Jean Ferrari* 

Recentemente uma pesquisa da Associação Brasileira de Startups (ABStartups) evidenciou o tamanho do mercado de inovação no Brasil. São milhares de empresas – 12.700, para ser exato, segundo o estudo – que surgiram para transformar a forma como vivemos. Elas desenvolvem desde soluções disruptivas, que transformam totalmente um mercado específico de atuação, até opções para melhorar processos, serviços ou produtos da nossa rotina.

O fato é que inovar nunca esteve tão evidente na nossa rotina. Isso porque, com a digitalização, a velocidade de desenvolvimento de novas empresas e soluções cresceu exponencialmente. Para se ter uma ideia, o número de startups hoje no país é 20 vezes maior do que há oito anos.

Como observador e agente ativo desse cenário, percebo que algo é evidente: soluções inovadoras nunca surgem de uma situação cômoda. O mercado tradicional só é impactado pelas melhorias das empresas de inovação porque ao longo dos anos acumulou deficiências que não foram solucionadas.

Além disso, grande parte das falhas do mercado tradicional está concentrado em algo ainda negligenciado pela maioria dos negócios: o relacionamento com o consumidor. O Uber não faria tanto sucesso se não houvesse a falta de comodidade na contratação para o serviço de taxi ou a pouca transparência da tarifa final. As soluções de streaming nos permitem assistir o que gostamos quando nos convém. As próprias fintechs só fazem sucesso porque resolvem necessidades do consumidor que foram negligenciadas pelos bancos tradicionais: taxas abusivas, burocracia, demora no serviço.

É por entender que são as falhas que impulsionam as inovações que passei a incentivar o que muitas vezes tornamos secundário: espaços para debate, troca de experiências, estudos e momentos de análise das percepções dos nossos públicos-alvo.

Inovação é a comodidade do cliente, pautada na inquietude das empresas. 

Foi por conta disso que surgiu o FastBuilt Experience – que em breve ganha uma edição totalmente remodelada e de acordo com a nova necessidade dos participantes: um modelo nos padrões do chamado figital, que alia as experiências físicas com o universo digital. Basicamente, essa é uma forma de relacionamento com o público que deve crescer exponencialmente nos próximos meses.

Basicamente, a inovação é a comodidade do cliente, pautada na inquietude das empresas. Para que o nosso consumidor esteja satisfeito, é preciso encantá-lo. O mercado tradicional por muitas vezes não levou este fator em consideração. E pagou um alto preço.

Agora, mais do que nunca, entramos na era da digitalização, das soluções móveis e da informação na palma da mão. Se a sua empresa ainda não tem estes critérios como pilares para a melhoria dos negócios, dificilmente vai estar ao lado das empresas inovadoras. Provavelmente se tornará um negócio tradicional. E a história nos mostra o resultado do comodismo corporativo. Portanto, fica a pergunta: já inovou hoje?


* Jean Ferrari é CEO e cofundador da Fastbuilt, de Blumenau