Valores correspondem a danos causados aos cofres públicos em 17 contratos firmados pela empresa de tecnologia entre 2007 e 2019 com o Poder Executivo. É o primeiro acordo da história do estado. / Foto: Ascom/CGE
[FLORIANÓPOLIS 07.02.2022]
Redação SC Inova, com informações da Controladoria-Geral do Estado (SC)
Pela primeira vez na história de Santa Catarina, uma empresa firmou um acordo de leniência para devolução de valores para os cofres públicos do estado. Trata-se da Neoway, empresa de tecnologia fundada em Florianópolis em 2002 e que desenvolve plataformas de data analytics e inteligência artificial e que recentemente foi adquirida pela B3 por R$ 1,8 bilhão.
Pelo acordo, anunciado na terça (07) pela Controladoria-Geral do Estado, a empresa vai devolver R$ 50,6 milhões ao Tesouro Nacional decorrentes de 17 contratos firmados com seis órgãos e entidades do Poder Executivo entre 2007 e 2019 – e que estavam sendo investigadas pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal na Operação Hemorragia. O pagamento deverá ser feito em parcela única.
Com o acordo, informa a Controladoria Geral de SC, a empresa admitiu participação em atos ilícitos contra a administração pública e se comprometey com um plano de compliance a ser acompanhado por três anos pela CGE, sob pena de multa em caso de descumprimento. O processo segue em sigilo, conforme negociado em acrodo, portanto sem o nome de pessoas físicas e outras pessoas jurídicas envolvidas.
A negociação começou em janeiro passado, depois de proposta de acordo enviado pela empresa – o processo teve participação também da Procuradoria-Geral do Estado. A Controladoria é um órgão novo no governo catarinense: foi criada em 2019, seis anos após a promulgação da Lei Anticorrupção (2013).
O QUE MUDOU COM A OPERAÇÃO
No final de 2019, a empresa fez alterações no quadro diretivo e afastou o então CEO Jaime de Paula. Quem assumiu – e se mantém até hoje como CEO – foi o executivo Eduardo Monguilhott, ex diretor de Operações e VP de Customer Experience da Neoway.
Até ser investigada pelas autoridades brasileiras, a Neoway era uma das empresas catarinenses do setor de tecnologia cotadas para abrir capital na Bolsa – e já tinha captado mais de US$ 100 milhões com fundos globais como Monashees, Endeavor Catalyst e outros. No final das contas, acabou sendo adquirida pela Bolsa, após a oferta de R$ 1,8 bilhão em outubro passado da B3.
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