Estudo realizado pela Deloitte e Terracotta Ventures, empresa com sede em SC, mostra que a falta de cultura de inovação – e a rigidez nos processos – são alguns dos principais entraves na relação entre startups e corporações da construção civil.
[FLORIANÓPOLIS, 15.07.2020]
Redação SC Inova, scinova@scinova.com.br
O crescimento do volume de startups voltadas ao mercado de construção civil e imobiliário nos últimos três anos tem colocado o tema inovação no radar de empresas dos mais variados portes que buscam a chamada “transformação digital”. Mas entre o desejo de inovar – e de fazer parte de um novo negócio com alta possibilidade de crescimento – e o desenvolvimento de projetos na prática, há um longo caminho a trilhar.
É o que aponta o estudo “Construção do Amanhã“, parceria entre a Deloitte e a empresa de investimentos Terracotta Ventures, com sede em Florianópolis. Foram ouvidas 241 empresas de diversos segmentos da cadeia da construção civil e 29 startups com soluções para este mercado.
Das empresas ouvidas, apenas 28% demonstram intenção de investir em startups para desenvolver novos produtos e serviços. E apenas 20% possuem alguma política de incentivo e recompensa à inovação.
Na maioria dos casos (61%), as estratégias dedicadas à inovação nas corporações estão em processos internos – ou seja, ligados à configuração do negócio. Em menor grau (menos da metade das respostas), aparecem estratégias voltadas à experiência do consumidor e oferta de produto. Para o cofundador da Terracotta Ventures, Bruno Loreto, “agregar valor ao cliente por meio de serviço é fundamental para o momento em que estamos vivendo. A era da experiência exigirá que as empresas se preocupem muito mais com a jornada do cliente”.
FALTA DE CULTURA CORPORATIVA E AVERSÃO A RISCOS
Mais de um terço das corporações respondentes não alocam recursos financeiros em processos ou iniciativas de inovação, enquanto 23% investem menos de 1% de seu orçamento nessas ações. A limitação de recursos financeiros, a falta de uma cultura corporativa e a ausência de uma equipe dedicada são as principais barreiras de adesão à políticas de inovação por parte das empresas.
Já na ótica das construtechs ouvidas, as principais dificuldades são: a falta de interesse do nível executivo em fazer parceria com as startups; cultura corporativa avessa a riscos; processos internos rígidos; objetivos e estratégias internas desalinhadas; e falta de recursos internos para dar suporte às startups.
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Para os responsáveis pelo estudo, é importante também considerar que grande parte das construtechs brasileiras ainda está numa primeira fase de desenvolvimento, buscando um modelo de negócio reproduzível e escalável para encontrar o mercado e o produto ou o serviço ideais (o chamado product market fit). Apenas 18% das startups pesquisadas estão na fase de crescimento e ganho de escala.
Outra conclusão do estudo é a tendência, cada vez mais acelerada, de que os processos de inovação e adoção de novas tecnologias estão se tornando uma commodity. “Aquilo que no passado era um diferencial, hoje passa a ser parte do jogo obrigatório do mercado. A preocupação com a concorrência se tornou mais complexa, pois agora novas ofertas podem surgir de todos os lados o que podem ser ameaças mas também grandes oportunidades”, analisa Loreto.
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