Mapa das Construtechs e Proptechs 2020 aponta mais de 700 empresas com soluções de inovação para estes segmentos. Santa Catarina, com 83 startups, ocupa o segundo lugar no país no total de empreendedores.
[FLORIANÓPOLIS, 04.05.2020]
Por Fabrício U. Rodrigues, scinova@scinova.com.br
Se até metade da década os setores de construção civil e mercado imobiliário eram considerados um dos mais atrasados em termos de maturidade digital e desenvolvimento de novas tecnologias, os últimos anos mostram um crescimento exponencial no surgimento de startups que atuam nesta área, as chamadas construtechs e proptechs.
O Mapa de Construtechs e Proptechs 2020, recém-lançado pela empresa de investimento Terracotta Ventures, contabiliza 702 startups no Brasil com soluções para este mercado, um crescimento de 28% na comparação com o estudo lançado em 2019 (eram 570 identificadas) e de 180% com relação ao primeiro mapeamento feito no país (que listava 250 startups), em 2017.
Em termos de distribuição geográfica, São Paulo continua como o principal polo de construtechs e proptechs do país – com 293 novos negócios, ou 41% do total – enquanto Santa Catarina está em segundo lugar (são 83 startups, que representam 12% de todo o país) e o Paraná em terceiro (63 startups, ou 9% do total), superando Minas Gerais na comparação com o estudo de 2019.
O mapeamento, que está disponível neste link, aponta quatro principais áreas de atuação destas empresas:
1. PROJETOS E VIABILIDADE: negócios relacionados à atividade anterior a execução de obra.
2. CONSTRUÇÃO: soluções em torno do ambiente de obra.
3. AQUISIÇÃO DE IMÓVEIS: startups focadas em otimizar a jornada de compra, venda e locação do imóvel.
4. PROPRIEDADE EM USO: Negócios gerais voltados a atividade dos imóveis habitados.
O maior volume de startups está concentrado na oferta de Aquisição de Imóveis (33%), seguido pelo mercado de propriedades em uso (31,5%), construção e ambiente de obra (26,8%) e fase projetos e viabilidade (8,25%).
Em comparação com o ecossistema de inovação para este setor de três anos atrás, a evolução é notável: “no primeiro mapeamento identificamos cerca de 250 empresas desenvolvendo soluções reais para necessidades específicas, inovando em tecnologia e modelos de negócio. Muita gente nos procurou a partir de então. Ouvi histórias de inúmeros empreendedores que receberam contato de empresas do setor que vieram a se tornar seus primeiros clientes a partir do contato iniciado pela visualização do mapa”, lembra Bruno Loreto, cofundador da Terracotta Ventures e responsável pelo estudo.
Ele destaca a taxa de mortalidade de 16,75% das startups entre 2019 e 2020: ao todo, 95 novos negócios encerraram as atividades neste período. “Isso torna ainda mais impressionante o crescimento de startups nessa vertical de negócios ao longo de 2019, uma vez que se considerarmos o número líquido, o total de novas empresas ativas nesse mercado avançou 46,7% em apenas um ano”, ressalta.
A ressaca pela crise provocada pela pandemia deve causar estrago no ambiente de construtechs e proptechs, avalia o especialista. “Veremos muitas dessas startups não conseguindo superar o cenário. Porém, outras terão seu negócio potencializado pela onda de transformação digital que irá ganhar ainda mais força em meio ao novo contexto que estamos submetidos”.
TENDÊNCIA: EMPRESAS TRADICIONAIS DO SETOR VIRAM VENTURE BUILDERS
Ele acredita que 2021 trará, provavelmente, avanços neste ecossistema, já que a tendência é que novas startups deverão captar rodadas de investimento expressivas e outras empresas do setor devem avançar na estratégia de relacionamento com novos negócios inovadores. Este, aliás, é um movimento que ganhou força nos últimos meses: a tendência de corporações tradicionais do setor lançando suas próprias startups como estratégia de abertura de novos negócios.
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O Mapa identifica 10 casos destes pelo país, como a Desenrola (iniciativa da Brasil Brokers), Luggo (plataforma da incorporadora MRV), além da catarinense Woliver, solução white-label gerida pelo time de inovação da imobiliária Brognoli e que desenvolve jornada de atendimento digital para outras empresas do setor. “Seguramente veremos mais iniciativas como essa, a essência de um modelo de venture building ganhando tração junto às empresas tradicionais”, comenta Bruno.
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