Este é o cenário que uma das principais gestoras do Sul, a Invisto, apresentou durante evento em Florianópolis que reuniu investidores e startups. Novo fundo, de R$ 100 milhões, já está captado e em operação. / Foto: Agência SC Inova
[FLORIANÓPOLIS, 13.05.2022]
Por Fabrício Umpierres – editor SC Inova – scinova@scinova.com.br
Uma startup de logística criada em 2019 e que, em pouco mais de dois anos (e em meio a um cenário de pandemia), é vendida para uma grande corporação, gerando um múltiplo de quase 10 vezes aos investidores.
Outra startup, do setor imobiliário, que recebeu o primeiro cheque – de R$ 2 milhões – em 2018 e iniciou 2022 como uma holding, e que gerou também uma relevante saída ao primeiro fundo investidor após uma rodada série A de R$ 35,6 milhões.
Ambos os casos – da logtech Equilibrium e do Grupo RV, respectivamente – reforçam a aposta de uma das principais gestoras de venture capital do Sul do país de que, apesar de um cenário incerto (inflação, taxa de juros em alta, quedas na Bolsa), o investimento em startups early stage é uma aposta que vale o risco.
“A região Sul é geradora de inúmeras oportunidades, muito maior do que nossa capacidade de alocar recursos. Somos um fundo seletivo, escolhemos quase com uma pinça os negócios que acreditamos como um bom investimento”, comentou Marcelo Wolowski, CEO da Invisto, ao SC Inova durante o evento Network, que reuniu na quarta (11) em Florianópolis, dezenas de empreendedores, investidos e investidores, além de outros profissionais do ambiente de tecnologia e negócios.
Mundo afora, o mercado de venture capital não parece estar nos melhores dias – dados do Crunchbase mostram que o volume de investimentos global em abril passado, que somou US$ 47 bilhões, é o menor dos últimos 12 meses. Mas isso não parece impactar o cenário em Santa Catarina e no Sul em geral, região foco da gestora.
“Vai dar uma freada, pois isso ainda é resultado de um movimento grande de maior liquidez. Mas não estamos muito preocupados com o cenário externo de capital de risco neste momento. Até porque o novo fundo está fechado e temos praticamente R$ 100 milhões comprometidos com nossos investidores. E continuaremos apoiando startups em estágio inicial, mas que já saíram daquele risco com relação ao produto e o modelo de negócio, pelo menos”, ressalta.
Para compor este novo fundo, a Invisto teve entre os apoiadores a Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) e como cotista, entre outros, a Associação Empresarial de Florianópolis (ACIF), com aporte de R$ 1 milhão – marcando a entrada da entidade no mercado de investimento de risco local.
Já receberam aportes, com cheques na casa de R$ 3 milhões, a Pulses, uma RHtech com sede em Itajaí (SC) que desenvolve uma plataforma de gestão de pessoas; e a techfin CashWay, de Florianópolis, de tecnologia bancária em nuvem. A paulista Darwin, de tecnologia para o mercado de seguros, também recebeu uma rodada da Invisto, em conjunto com o fundo Duxx e anjos, que somou R$ 11 milhões.
A expectativa é anunciar o próximo investimento em junho e outros três até o final de 2022 – seguindo a mesma toada nos próximos anos. É estratégia da gestora fazer rodadas follow on (um segundo aporte) em suas investidas.
Na visão de Wolowski, a necessidade de grandes corporações inovarem adquirindo um produto e um time prontos também torna esse movimento de mercado irreversível. “Pensando em como a Equilibrium foi comprada pelo Grupo O Boticário e a presença da Ambev como investidora na Mercafacil (startup de Curitiba que é do portfólio da gestora), isto não vai voltar atrás, independente do momento econômico. Quem tem dinheiro vai continuar comprando startup para inovar e trazer cultura de fora pra dentro”, conclui.
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