Cotista do Criatec 3, que fez aportes nas catarinenses Knewin e Playmove, banco de fomento estuda a entrada entrar em novos fundos de venture capital para apoiar startups do sul do país
O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) estuda a ampliação do volume de recursos destinados a fundos de capital de risco (venture capital). A estratégia deve beneficiar novas startups do sul do Brasil, área de atuação da agência de fomento, especialmente em Santa Catarina, principal polo de tecnologia e inovação entre os três estados. O BRDE atualmente é cotista do Criatec 3, fundo criado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e que tem como investidores agências locais de fomento, corporações e investidores privados.
Esta é a primeira atuação do banco regional no ambiente de funding para startups. Uma experiência bem-sucedida, avalia o gerente de Planejamento do BRDE Felipe Castro do Couto, e que será reforçada ao longo dos próximos anos: “nós entendemos que é preciso preencher uma lacuna no mercado, que é apoiar empresas que ainda não estão maduras para acessar crédito. E a ferramenta adequada é por meio de venture capital“, define.
O BRDE investiu R$ 12 milhões no Criatec 3, fundo gerido pela Inseed Investimentos e que busca startups que desenvolvem soluções para as áreas de nanotecnologia, mídia, biotecnologia, agropecuária, tecnologia da informação e novos materiais. O valor médio dos aportes varia entre R$ 1,5 milhão e R$ 10 milhões, de acordo com a avaliação do fundo.
Duas catarinenses já receberam recursos neste ano: a Playmove, de Blumenau, que desenvolve hardware e software para educação infantil e teve aporte de R$ 2,6 milhões; e a Knewin, plataforma de recuperação de informação com sedes em Florianópolis e São Paulo, que recebeu R$ 3 milhões.
Segundo o gerente de Planejamento, já há recursos aprovados internamente para ampliar a carteira de venture capital, mas o banco ainda estuda outras oportunidades para compor novos fundos. O perfil, porém, deve semelhante ao do Criatec, que busca startups com soluções corporativas (B2B).
“Nossa ideia é manter nossos recursos em um fundo com esta mesma tese. E em um segundo momento, podemos ampliar a dotação. O mercado de seed/venture capital ainda é muito pequeno no Brasil e ainda há uma certa insegurança por parte de investidores privados com relação aos riscos. Mas queremos ajudar a estimular esse mercado e depois seguir avançando em novos fundos”, afirma Couto.
A entrada de um banco de fomento com atuação no Sul do Brasil foi uma das grandes novidades do Criatec 3. Nas linhas anteriores – Criatec 1 e FIMA – já havia participação de agências regionais, mas a atuação do BRDE no ecossistema de inovação em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná ajuda a atrair a atenção dos investidores a um dos ambientes de tecnologia que mais crescem no país.
“Pretendemos investir em 36 empresas no Criatec 3 até 2020. Um terço da carteira será da região Sul, o que representa entre sete e oito aportes”, estima Filipe Borsato, gerente responsável pelo acompanhamento do fundo no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES). “Santa Catarina em especial tem um dos ambientes mais inovadores do país. Já realizamos uma série de investimentos anteriormente e por isso é importante ter um parceiro atuando dentro do ecossistema”, destaca.
Entre as empresas catarinenses que já foram investidas pelo BNDES nos fundos anteriores estão a Cianet (que atua no mercado de serviços para provedores regionais de internet), a Nanovetores (desenvolvedora de ativos microencapsulados) a Welle Laser (máquinas para corte a laser na indústria), a Chipus (projetos de chips para IoT) e a Arvus (sistemas para agricultura de precisão), vendida em 2014 para a multinacional sueca Hexagon e que manteve a área global de pesquisa e desenvolvimento em Santa Catarina.
PRIORIDADE PARA RECURSOS VOLTADOS A EMPRESAS INOVADORAS
O banco nacional foi uma das primeiras instituições a entrar no mercado de venture capital no Brasil, ainda no início dos anos 2000. Ao longo de duas décadas, o BNDES vem investindo em mais de 40 fundos, com mais de R$ 3 bilhões alocados. E vai aumentar a atuação nos próximos anos: “estamos fazendo um planejamento interno em parceria com uma consultoria internacional e vamos criar novos fundos. Um Criatec 4 está em análise, mas podemos também participar de outros em que não seremos o líder dos investimentos”, destaca Borsato.
“Estamos aprendendo muito com este mercado de startups”, ressalta Felipe Couto, do BRDE, lembrando que ” o ambiente macroeconômico é favorável à ampliação dos recursos para venture capital, com a tendência de manutenção de juros mais baixos”. Este cenário permite ao banco ampliar o horizonte de investimentos e concessão de crédito a empresas inovadoras nos próximos anos.
Entre os três estados do Sul, a participação de empresas de Santa Catarina sempre foi destaque nos serviços oferecidos pelo banco de fomento: só no programa BRDE Inova, que concede crédito a juros subsidiados, quase a metade (48%) dos R$ 500 milhões financiados desde 2014 na região Sul foram direcionados a projetos catarinenses e ainda há mais de R$ 60 milhões a serem contratados no estado. “O apoio à inovação é uma das nossas prioridades”, afirma Couto.
As empresas inovadoras que querem conhecer as condições de concessão de crédito e fomento em fundos de investimento podem acessar estes links:
Reportagem especial produzida para o
Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul
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