A trajetória da Paytrack, de Blumenau, que auxilia grandes empresas na gestão de despesas e viagens

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A trajetória da Paytrack, de Blumenau, que auxilia grandes empresas na gestão de despesas e viagens

Fundada por Daniele Amaro e Edson Gonçalves, casal que largou grandes empresas para empreender juntos, mudou de rota e dobrou volume de clientes em poucos meses

Fundada por Edson Gonçalves e Daniele Amaro, casal que largou grandes empresas para empreender juntos, startup dobrou volume de clientes em poucos meses.


[BLUMENAU, 09.09.2018]

Redação SC Inova, scinova@scinova.com.br

A decisão de largar um bom emprego para se dedicar a um negócio próprio sempre passa pela compreensão e o apoio da família. No caso da administradora Daniele Amaro e do cientista da computação Edson Gonçalves, essa decisão foi um pouco mais delicada porque, além de serem casados e terem dois filhos, ambos acabaram trocando a carreira corporativa pela de empreendedores – e no mesmo negócio.

O resultado da união do casal é a Paytrack, uma plataforma que começou com outro nome e foco na redução de custos de viagem e que hoje ajuda grandes empresas como Koerich, Havan, Grupo RBS, Sicoob, Univali, Nexxera, entre outras, na gestão de despesas (reembolsos, adiantamentos) e viagens corporativas.  

“Prestar contas se tornou uma dor”, lembra Daniele, sobre a rotina de viagens de trabalho do casal, que mantinha uma casa em Blumenau e outra em São Paulo. Edson foi durante cinco anos gerente nacional de vendas da Senior Sistemas (uma das maiores empresas de software de Blumenau, onde trabalhou por quase duas décadas) e Daniele era gerente de mercado da Kroton, maior empresa educacional privada do país.

Depois de tanto gastarem tempo nos processos de registrar custos de viagens, desembolsos e reembolsos, Edson começou a desenvolver um sistema para facilitar a rotina do viajante corporativo. No final de 2015, ele passou a se dedicar integralmente à startup que eles inicialmente chamaram de Viajor e tinha foco em compra de passagens e controle de gastos. “A gente tinha uma parceria inicial com uma agência de viagens, o que hoje não faz o menor sentido”, lembra Daniele, sobre o início da jornada. Enquanto o marido se manteve naquele ano desenvolvendo a plataforma e buscando mercado, ela equilibrava os pratos entre o emprego, a família e o novo negócio.

A dedicação plena veio em 2017, quando a empresa foi selecionada para o programa de capacitação StartupSC, do Sebrae/SC e receberam investimento anjo. Em outubro daquele ano, já contavam com 15 clientes de grande porte, mas os empreendedores sentiam que algo estava errado no modelo de negócio. As empresas demandam uma série de outros controles nas políticas de viagem e reembolsos, por exemplo, e a falta de um sistema de fácil acesso começou a indicar um novo caminho.

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“Os próprios clientes começaram a nos guiar falando que nosso serviço era mais do que apenas viagem. A gente vendia como solução a redução de custos, mas todos eles diziam que o diferencial era a questão de controle, gestão e visibilidade, quem cumpre ou não a política da empresa”, explica a cofundadora. “Eles falavam, ‘se eu tiver redução de custo, é ótimo, mas o que mais quero é melhorar a gestão desse processo”.

A mudança de planos aconteceu em março de 2018. A Viajor se tornou definitivamente Paytrack, com foco em três produtos: gestão de despesas (adiantamentos, prestação de contas, reembolsos), viagens (gestão de fornecedores e integração de serviços) e faturas (conciliação e processamento automático).

Os resultados comerciais foram impactantes: em pouco mais de quatro meses, passaram de 15 para 36 clientes e um total de 52 mil usuários na plataforma. A equipe também ficou mais robusta: começaram o ano com 11 pessoas, hoje são 16 (entre comercial, desenvolvedores, equipe de implantação, treinamento e suporte, além dos sócios) e a expectativa é chegar a 20 na virada para 2019.

A equipe, em crescimento, da Paytrack: suporte para dar conta da expansão acelerada nos últimos meses. / Foto: Divulgação

“Nosso foco são as empresas de grande porte. Até o momento a maioria dos clientes são de corporações da região Sul, mas iremos abrir uma frente comercial em São Paulo para o mercado do sudeste e em paralelo América Latina”, explica Daniele. Em média, cada cliente tem entre 400 e 500 funcionários que utilizam a plataforma. O tíquete por empresa varia, nas menores, de R$ 1,8 mil (para até 50 usuários) até R$ 10 mil – um dos maiores clientes tem mais de mil usuários no sistema.

A vantagem da plataforma, neste momento, é a ausência de um concorrente direto em termos de custo e benefícios: há similares nos EUA com valores muito maiores de implantação (e mais limitados no suporte aqui no Brasil) e outros apps que servem mais para substituir agências de viagem, com foco no usuário particular. “Nossa ideia é estar do lado de quem paga a conta”, resume.

MATURIDADE DO NEGÓCIO E APOIO DO ECOSSISTEMA

O fato dos sócios já terem uma boa experiência de mercado, e em grandes empresas, ajudou a Paytrack a começar com um nível de maturidade acima da média de outras startups.

Ajudou também a entrada de um conselheiro – Rafael Assunção, mentor deles no programa StartupSC e líder de um grupo de investidores-anjo que fez um aporte na empresa – especialista em modelagem de negócios e com um track record bem sucedido como investidor em startups. “Nós conhecemos ele em março do ano passado, depois nos procurou para entrar na empresa e em alguns meses fechamos o investimento com esse grupo. O Rafael nos ajudou muito a conduzir a empresa desde então, inclusive sugerindo a mudança de branding”.

A participação no StartupSC e o apoio do ecossistema também ajudou a acelerar os negócios: “Conhecemos gente com muita experiência e interessada em ajudar quem está começando. Graças a isso, nos encaixamos muito bem no ambiente de tecnologia e devolvemos, participando ativamente dos Startup Weekend”. Como resume Daniele: “nós aproveitamos muito os mentores, os workshops porque estávamos muito mais preocupados em vender nossa solução do que qualquer outra coisa”.

A contabilizar o crescimento nos últimos meses, o resultado não poderia ser melhor para o casal empreendedor.

Reportagem: Fabrício Rodrigues, scinova@scinova.com.br