No novo episódio de nosso podcast, entenda como alguns empreendedores catarinenses pivotaram suas empresas em plena crise da Covid-19 e conseguiram expandir receitas, equipe e perspectivas de negócio. / Foto: Amplimed/Divulgação
[FLORIANÓPOLIS, 12.06.2020]
Por Fabrício Umpierres Rodrigues, editor SC Inova – scinova@scinova.com.br
Para uma significativa parte de empreendedores no ambiente de startups, muitos dos projetos, planejamentos estratégicos e até mesmo os modelos de negócio que sustentavam suas receitas tiveram que ser completamente refeitos – quando não abandonados – ao longo dos últimos três meses.
A necessidade de “pivotar” negócios, ou seja, de mudar a concepção e a oferta de produtos e serviços em função de oportunidades do mercado, veio como uma questão de sobrevivência em função do impacto da Covid-19 na sociedade e na economia nestes últimos meses.
Mas e quando a crise – e a mudança de rumos – acaba ajudando a impulsionar o modelo de negócios? OUÇA AQUI
Uma das empresas que mais se beneficiou desta nova realidade é a Amplimed, uma startup que nasceu em Chapecó, em 2015, oferecendo plataforma de gestão para clínicas médicas e consultórios. Em 2018, a empresa, que atende mais de 9 mil médicos e 700 clínicas no país, tinha desenvolvido uma plataforma de telemedicina para conectar médicos e pacientes – um serviço que não podia ser oferecido até então pela falta de uma regulamentação da tecnologia no país.
Eis que em março deste ano, em função da pandemia da Covid-19, o Conselho Federal de Medicina liberou em caráter excepcional o uso da telemedicina e a Amplimed se tornou a primeira empresa do país a “virar a chave” e oferecer o serviço em sua rede de profissionais e clínicas – inclusive se tornando o prontuário padrão para milhares de médicos de uma rede de cooperativas.
“Nossa plataforma é a única integrada ao prontuário no conceito de mesma tela, então o médico tem acesso aos dados do paciente enquanto ele faz o atendimento digital. Este é um diferencial muito grande em relação ao mercado e nossas vendas aumentaram muito em março e abril”, conta o CEO e cofundador Darlan Segalin. A startup, fundada por dois profissionais de tecnologia e um médico ortopedista, tem hoje 20 colaboradores e estima dobrar o tamanho da equipe até o final do ano.
GESTÃO ONLINE DE VENDAS A PEQUENOS NEGÓCIOS
Em Florianópolis, a startup Kyte oferecia um aplicativo de gestão de vendas online e offline a pequenos negócios – e vinha expandindo bem fora do país, onde conta com 65% de seus clientes. Mas, com a chegada da Covid-19 no início deste ano, as medidas de isolamento social acabaram prejudicaram os negócios presenciais – e a saída foi focar na oferta de serviços digitais, em vez do offline.
“Nós liberamos a parte do pedido online, que até então era pago (atuamos no modelo freemium), pois sabíamos que dava pra ajudar o comércio pelo mundo com essa mudança”, explica o CEO Guilherme Galesi Hernandez. “Nas primeiras semanas, com o lockdown em vários países, começamos a perder clientes, mas depois voltamos a crescer. Agora estamos num ritmo de expansão superior do que no pré-pandemia”, detalha. A empresa, que tem uma equipe de 15 funcionários, comemorou recentemente a marca de 11 mil assinantes no modelo “pro”.
Guilherme acredita que o tal “novo normal” não vai matar de vez o modelo de vendas presenciais, por isso mantém a plataforma com as funcionalidades online e offline. “Acredito em um modelo híbrido daqui por diante”, opina.
PLATAFORMA DE EVENTOS VAI PRO DIGITAL
Em outros casos, a pandemia obrigou startups a reverem completamente seus produtos e modelos de negócio. Foi o que aconteceu com a Vou Gestão de Eventos Eficiente, de Jaraguá do Sul. Criada há três anos, a empresa que tinha uma plataforma SaaS para eventos corporativos viu todo o segmento em que atuava ser diretamente impactado pela necessidade de isolamento social.
Em poucos meses, a startup – que assim como a Kyte e a Amplimed está participando do programa de capacitação Startup SC, do Sebrae de Santa Catarina – aproveitou as mentorias e referências externas para criar um novo produto, voltado para a criação, gestão e engajamento de eventos online, chamado Hybri. O lançamento desta plataforma será no sábado (13.06), às 10h, em um webinar (inscrições neste link).
“Era março deste ano e enxergamos o mundo inteiro ser invadido por eventos online, mas poucos conseguiram engajar ou entregar valor. E não queríamos ser apenas uma ferramenta de transmissão, então fizemos uma extensa pesquisa, com benchmarkings do que era tendência lá fora e só depois começamos a desenvolvê-la de acordo com o mercado nacional”, resume o CEO Jefferson Amendolara. Neste meio tempo, a equipe expandiu e agora os empreendedores se preparam para captar investimento externo.
Confira em detalhes em nosso episódio da semana no SC Inova Cast, disponível também nas plataformas Google Podcasts, Anchor, Radio Public e Pocket Casts.
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