SP, SC e PR lideram ranking do INPI de estados mais inovadores do país

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SP, SC e PR lideram ranking do INPI de estados mais inovadores do país

Estados do Sul tem crescimento significativo em comparação com estudo anterior, de 2014. RJ, MG e RS perderam espaço. Imagens: Carlos Kenobi, Tim Balabuch e Cassiano Psomas (Unsplash).


[FLORIANÓPOLIS, 20.02.2025]
Fabricio Umpierres, editor –
scinova@scinova.com.br 

Estudo do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) apresentado nesta semana aponta São Paulo, Santa Catarina e Paraná como os estados líderes em inovação no país. O Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID) mostra uma mudança significativa no panorama nacional em comparação com o estudo anterior, realizado em 2014.

Há uma década, Rio de Janeiro era o vice-líder e agora aparece na 4a. posição. Rio Grande do Sul e Minas Gerais perderam uma posição e agora estão, respectivamente, em 5o. e 6o. lugares. Foram ultrapassados por um acelerado Paraná, que aumentou sua pontuação de 0,358 (2014) para 0,406 (2025), muito próximo da vice-líder Santa Catarina, que evoluiu de 0,390 (2014) para 0,415 (2025). 

O que acontece nessas regiões?

Quem conhece a dinâmica de ecossistemas e investimentos em inovação no país percebe uma conexão entre a capital financeira do país (São Paulo, que tem mais do que o dobro de pontos do que a 2a. colocada) e a “capital das startups” (Florianópolis), um celeiro de talentos em tecnologia e que vem desenvolvendo, há anos, um programa estadual de Centros de Inovação, ainda que os recursos sejam modestos e que as maiores indústrias do estado não tenham um papel ativo no ecossistema local. 

Pesa também o fato de que muitos executivos de SP venham para Florianópolis trabalhar com o pé na areia ou em um café descolado num bairro tranquilo. E muitos deles acabam ficando.

Em entrevista ao Estadão – que revelou o estudo com exclusividade – o chefe de Assessoria de Assuntos Econômicos do INPI, Rodrigo Veira Ventura, comenta que Santa Catarina firmou, desde 2017, “um pacto pela inovação com uma série de entidades, de governo e da iniciativa privada que promovem ciência, tecnologia, inovação e empreendedorismo. Eles também têm desenvolvido um arcabouço institucional e jurídico de apoio à inovação.”

O Paraná, vizinho dos líderes do ranking, vem crescendo a cerca de 6% a 7% ao ano e agora parece dedicado a injetar dinheiro em inovação. Nesta semana, o governo do estado iniciou a licitação para contratar a empresa responsável pela construção da Fábrica de Ideias, um grande hub de inovação que será instalado na antiga fábrica da Ambev, em Curitiba. O investimento previsto é de até R$ 311 milhões, e o projeto está sendo conduzido pela Secretaria das Cidades (Secid). 

Na semana passada, o governador Ratinho Junior já havia assinado um protocolo para o desenvolvimento de um programa de inovação aberta em genômica aplicada ao agronegócio, com previsão de investimentos de R$ 20 milhões – a principal vocação econômica do estado alinhada a um projeto de inovação. 

Em comparação com o Paraná, Santa Catarina tem um modelo de ecossistema mais maduro, ainda que sofra com as discrepâncias no desenvolvimento regional – Florianópolis, Blumenau e Joinville representam mais de 70% do setor de tecnologia e inovação do estado. Contudo, o mercado e a população são menores e a tendência natural é que, caso o estado vizinho mantenha a expansão de projetos públicos de inovação, ocupe com o tempo a vice-lideranças.

Mas independente de segundo ou terceiro lugar, os dados do INPI evidenciam, que aqueles estados que investem em infraestrutura, capacitação de capital humano e incentivos à pesquisa e desenvolvimento (como demonstram os estados do corredor Sudeste-Sul) são os mais bem-sucedidos na criação de ambientes propícios à inovação.