Representantes das cinco cidades que formam o corredor de inovação – e que agrega mais de 5 mil startups – participaram de painel no evento que encerrou na sexta-feira (31), em Porto Alegre. / Foto: Ramiro Sanchez (divulgação).
[PORTO ALEGRE, 02.04.2023]
Por Carla Pessotto, especial para a agência SC Inova
Projeto para atração, geração e retenção de negócios de base tecnológica em um corredor de inovação que reúne cinco cidades dos três Estados do Sul – Curitiba, Joinville, Florianópolis, Porto Alegre e Caxias do Sul –, o Tech Road alcançou avanços no prazo de um ano, mas ainda tem muitos desafios pela frente. “O planejamento estratégico prevê a transferência da governança para a iniciativa privada, com liderança do ecossistema e apoio do setor público, garantindo a perenidade da iniciativa, e a captação efetiva de novos negócios”, pontua Juliano Richter Pires, secretário executivo de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia de Florianópolis.
Apresentado oficialmente no South Summit 2022, o Tech Road foi tema de painel específico na edição 2023 do evento, encerrado na sexta-feira (31), no Cais Mauá, em Porto Alegre (RS). Na conversa, além de Pires, participaram Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, secretário de Inovação de Porto Alegre; Adiló Didomenico, prefeito de Caxias do Sul; Paulo Krause, diretor técnico da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, e Fernando Bade, secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação de Joinville.
Pires destaca que as cidades têm desafios comuns – carência de capital humano qualificado, desconhecimento de boa parte da população sobre os ecossistemas locais e a dificuldade de captação de novos investimentos. No caso de Florianópolis, o primeiro é objeto do Programa Floripa Mais Tec que, no final do primeiro ciclo, deve colocar mais 600 programadores no mercado e que terá nova rodada lançada no início do segundo semestre. Nos outros dois, a participação no Tech Road é fundamental.
Isso porque, segundo Pires e Kraus, um dos avanços do programa é a sinergia efetiva entre as cinco cidades, principalmente nas ações de divulgação da iniciativa. “Nosso objetivo é trazer ‘dinheiro novo’, do exterior, que normalmente fica em São Paulo e Rio de Janeiro, para o Sul do País”, explica Pires. “Por isso é tão importante mostrar nossos ecossistemas – temos, por exemplo, o maior conjunto de startups do país, mais de 5 mil”.
Os municípios estão ainda na seleta lista dos 20 melhores para empreender no Brasil, no ranking do Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) 2023, organizado pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap) com apoio da Endeavor. [leia mais sobre os resultados das cidades de SC no índice]
Krause dá outro exemplo: “Conseguimos uma presença importante no WebSummit Lisboa, em 2022, com o custo dividido por cinco e já estamos numa conversa única das cinco cidades para participação na Rio Innovation Week 2023, em outubro. São ações importantes que vão colocando o ecossistema de inovação do Sul em holofotes nacional e internacional”. Em Porto Alegre, segundo Pires, a comitiva se encontrou com representantes dos bancos Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e Interamericano de Desenvolvimento (BID), além de empresários estrangeiros.
DESAFIO: TRAZER OUTRAS “HÉLICES” PARA O PROGRAMA
Em Porto Alegre, segundo Pires, a comitiva se encontrou com representantes do Banco Mundial e empresários estrangeiros. Para Krause, um ponto a ser vencido é trazer as outras hélices para o TechRoad – setor privado, acadêmico e instituições –, para que o programa se consolide sem dependência do poder público, ou seja, a transferência de governança citada por Pires.
Um indicativo da aderência do projeto é o interesse de outras cidades do corredor Sul em participar, conta Pires. “Já recebemos contatos de cerca de 20 delas estamos avaliando a viabilidade da adesão, se estão alinhadas à proposta”. Blumenau e Tubarão, em Santa Catarina, e Maringá e Ponta Grossa, no Paraná, estão nesta lista.
A fala de Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, secretário de Inovação da capital gaúcha, de que não há futuro sem inovação, pode ajudar a explicar o interesse. “A união de nossos potenciais, explorando as vocações econômicas de cada cidade, com foco no desenvolvimento social, faz com que possamos atrair mais negócios”.
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