Recém-criada, diretoria de fusões e aquisições da Softplan terá R$ 200 milhões para investimentos em empresas nos próximos três anos. Compra de empresas é a nova aposta de expansão para a companhia com sede em Florianópolis. / Foto: Divulgação
[FLORIANÓPOLIS, 13.01.2021]
Redação SC Inova, scinova@scinova.com.br
Aos 30 anos de fundação, a catarinense Softplan – uma das maiores desenvolvedoras de software do Sul do país – coloca em prática neste 2021 uma nova estratégia para expansão: o fortalecimento da área de fusões e aquisições (M&A) para agregar novos serviços e tecnologias. E o primeiro grande negócio foi divulgado nesta quarta (13.01), com a aquisição de 51% da Checklist Fácil – empresa que desenvolve uma plataforma eletrônica que ajuda empresas a padronizarem suas operações – segundo informação do portal Exame.
Criada em Porto Alegre pelos fundadores Rafael Zambelli, Rafael Abreu e Maurício Fragoso, a empresa se mudou para Florianópolis em meados de 2018 e atende de pequenas a grandes empresas de áreas como supermercados, redes de alimentação, setor de transporte e indústrias no Brasil, México, Colômbia e Equador. Avaliada em R$ 46 milhões, a Checklist Fácil surfou forte no ecossistema de inovação catarinense desde a mudança: passou de 40 para 100 colaboradores em pouco mais de dois anos e, em 2020, superou a marca de R$ 16 milhões no faturamento.
“Não paramos de contratar desde que chegamos. O ecossistema estava muito mais acelerado na Ilha, havia uma concentração de empresas ao longo da SC-401 e mais oferta de mão de obra especializada. Já tínhamos boas expectativas e quando chegamos fomos surpreendidos positivamente”, comentou Rafael ao SC Inova no início de 2020. Mesmo com a Softplan no controle acionário, a Checklist Fácil seguirá como uma operação e marca independente.
O mercado-alvo da startup – o setor de indústria e varejo – difere do perfil de clientes da Softplan (construção civil, gestão pública e justiça), mas o software de checklist interessa à unidade de construção civil, disse à Exame o diretor de M&A Guilherme Tossulino, que veio da área de Novos Negócios.
Nos próximos três anos, a área de fusões e aquisições deverá contar com um total de R$ 200 milhões para comprar participação em startups em fase de crescimento acelerado (tração).
INVESTIMENTOS EM STARTUPS E NOVOS NEGÓCIOS GANHOU FORÇA NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS
Foi justamente na área de construção civil que a Softplan iniciou, há cerca de cinco anos, sua estratégia de inovação aberta e desenvolvimento de novos negócios (venture builder). A Construtech Ventures foi o primeiro passo para agregar startups e testar o mercado com tecnologias aceleradas em casa. No final de 2017, foram feitos os primeiros investimentos externos em outras áreas, com os aportes na consultoria de inovação para o setor público WeGov e na 1doc, de digitalização de documentos e processos públicos, da qual hoje também é controladora.
Em 2018, a Softplan também criou uma divisão de healthtech, que gerou projetos envolvendo inteligência artificial para saúde (Dictas) e gerenciamento de informações de pacientes (BIO.aps). No final de 2020, como noticiou em primeira mão o SC Inova, a Softplan – em conjunto com o grupo imobiliário Brognoli (que também atua como venture builder) – investiu na Refera, uma proptech que criou uma plataforma que organiza a gestão de chamados de manutenção e rescisões de contratos para imobiliárias.
“Nos últimos anos diversificamos nossos investimentos em inovação e novos negócios. Desenvolvemos novas competências e habilidades por meio de programas de intraempreendedorismo, lançamos produtos originados no venture builder, investimos em startups e agora nos preparamos para dar um passo ainda maior, por meio de fusões e aquisições”, comenta Tossulino.
Após um 2020 de crescimento “discreto” (8,7%), a Softplan espera ampliar o faturamento em 20% neste ano – o que faria a companhia bater na faixa dos R$ 400 milhões de receita/ano. Será um desafio e tanto para a nova geração de líderes da empresa – Ionan Fernandes (construção civil), Marco Aurélio Medeiros (gestão pública) e Rodrigo Santos (justiça), que sucede o trio de fundadores Carlos Augusto de Matos, Moacir Marafon e Ilson Stábile. Eles passam a compor uma presidência colegiada, dedicada à estratégia, expansão e internacionalização da Softplan.
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