Construtech Ventures procura startups para inovar no mercado imobiliário e de construção

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Construtech Ventures procura startups para inovar no mercado imobiliário e de construção

Gerada na Softplan, em Florianópolis, iniciativa pioneira no país quer criar uma rede de novos negócios e soluções para um dos setores menos digitais da economia

Gerada na Softplan, iniciativa pioneira no país quer criar uma rede de empreendedores e novos negócios para um dos setores menos digitais da economia

Como incentivar a inovação em um mercado com um dos piores índices de adoção de novas tecnologias? Este é o desafio a que se propôs a Construtech Ventures, uma iniciativa pioneira no mercado de construção civil que tem como objetivo ajudar a criar e desenvolver startups neste segmento, considerado o segundo mais atrasado digitalmente em pesquisa global feita pela Harvard Business Review.

Nascida na Softplan, que tem entre as áreas de negócio justamente o setor da indústria da construção, a Construtech foi a resposta encontrada por Bruno Loreto Candido, formado em Economia da UFSC e que atua na empresa desde 2010, para gerar inovação e estimular novos modelos de negócio. “Seguimos o conceito de venture builder: selecionamos, investimos e ajudamos a criar soluções com foco em problemas do setor imobiliário e de construção”, explica Bruno, 28 anos, hoje CEO da Construtech Ventures, lançada em 2017 após um período de muita pesquisa e descobertas sobre o mercado.

“A maioria das startups voltadas à indústria estão ainda em estágio inicial, com empreendedores na primeira experiência. Além disso, são poucas, por isso não vem atraindo muita atenção. O mercado também é early adopter em tecnologia, outro desafio”, resume Bruno. Levantamento recente divulgado pela venture builder contabiliza 250 startups no país com algum tipo de solução focada neste mercado.

Em artigo publicado no Medium, Bruno afirma que, se essa onda de construtechs se fortalecer, o mercado será fortemente impactado de duas formas: a ascensão de empresas mais eficientes (foco em redução de custo, aumento de receita e transformação da experiência do cliente) e novos modelos de negócio. “Muitos irão encarar negócios disruptivos de maneira cética e, quando se derem conta, talvez seja muito tarde”, escreve ele.

Atualmente, o portfólio conta com seis startups, uma delas do Recife – CoteAqui, que faz cotação online de materiais para as construtoras – e todas as demais de Florianópolis, criadas a partir da entrada na Construtech Ventures. Entre as tecnologias desenvolvidas estão um marketplace de terrenos para empreendimentos, além de plataformas para gestão de crédito imobiliário e prevenção de distrato de imóveis. “No venture building, você traz o empreendedor com um bom perfil e cria junto com ele desde o momento zero. Nosso objetivo é chegarmos a 20 startups até 2020”, afirma Bruno.

Lição empreendedora dá impulso ao projeto

Natural de São Paulo, veio a Florianópolis cursar Economia na UFSC e entrou na Softplan quando estava no segundo semestre da faculdade. Desde então, passou por quase todas as áreas da Unidade da Indústria da Construção (UNIC): estruturou programa de canais, foi para o setor de relacionamento com cliente, virou gerente em São Paulo e Rio… “só não fui programador”, ressalta.

Em 2014, fazia um MBA quando deparou os primeiros questionamentos com relação à carreira. E as aulas com o professor Marcelo Nakagawa, referência em ensino de Empreendedorismo, fizeram ele despertar para um desafio completamente diferente. “Eu achava que nunca iria empreender, porque não tinha nascido pra isso. Mas aí eu vi que empreender é atitude, é encarar desafios. Nas primeiras aulas aprendi conceitos como proposta de valor, validação, modelo canvas. Eu estava sempre no departamento comercial e sentia as dores dos clientes – foi então que vi que essas dores eram oportunidades de negócio”, lembra Bruno.

Ao mesmo tempo, a Softplan também passava por um momento de pensar novas estratégias e criou uma diretoria de Inovação para desenvolver e estimular ideias e projetos. “Quando voltei do MBA, recebi uma missão e comecei a estruturar uma ideia voltada ao mercado de construtechs. E a resposta foi apostar em inovação aberta, se aproximar de outras startups, se apresentar para o ecossistema, não ficar fechado dentro de casa”, opina.

Parte da equipe de fundadores: intenção é chegar a 2020 com 20 startups no portfólio

Após um mês no Vale do Silício e outras viagens à Europa e Brasil para conhecer mercados e oportunidades na área de construção, Bruno começou a dar “vida externa” à Construtech Ventures. Na equipe, outras oito pessoas compõem as equipes de tecnologia e de ecossistema (que buscam startups e tendências do setor), além dos fundadores das empresas do portfólio. E há vagas abertas para novos empreendedores e profissionais como cientista de dados e desenvolvedores.

“Os empreendedores que estão com a gente não tinham condições de fazer isso sozinhos. São pessoas que tentaram por conta própria ou que tiveram dificuldades e precisam de uma ajuda. Várias barreiras nós já superamos”, defende o CEO.

A relação com a Softplan, afirma Bruno, é bastante colaborativa mas independente. “Estamos no ecossistema de uma empresa de 27 anos, com grande volume de clientes – nós entramos com as startups e novas soluções para o mercado”. Um mercado que, para ele, vai muito além das fronteiras locais e que já conta com alguns “unicórnios”, como a WeWork, que recentemente levantou investimento de US$ 4,4 bilhões. “Nossa ambição é global, queremos o mercado internacional, seja Estados Unidos, Europa, Ásia… o Brasil é pequeno para o que estas soluções podem oferecer à cadeia da construção civil e imobiliárias”.