O ano do home office: “os clientes estão entendendo que o atendimento remoto é tão qualificado e efetivo quanto o presencial”

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O ano do home office: “os clientes estão entendendo que o atendimento remoto é tão qualificado e efetivo quanto o presencial”

Passados os primeiros meses do isolamento – e ainda sem uma previsão de volta à antiga rotina – empresas do setor de TI em Santa Catarina parecem já se acostumar à realidade de trabalho remoto, como afirma Marcelo Lima, diretor da GOVBR.   


[BLUMENAU/FLORIANÓPOLIS, 07.07.2020]
Redação SC Inova, scinova@scinova.com.br 

Passados quase quatro meses desde que a pandemia da Covid-19 obrigou grande parte das empresas a deslocar seus colaboradores temporariamente para o regime de home office, a realidade que se impõe (até em função do aumento do número de infectados no país) é que o trabalho remoto ainda vai longe no ambiente corporativo.

Com 2020 chegando à segunda metade, ficou claro que o primeiro impacto da adaptação para o trabalho remoto já passou. E que algumas rotinas dos tempos idos – como a necessidade de reuniões presenciais, custos de deslocamento etc. – já não farão sentido pós-pandemia. 

“A adaptação do acompanhamento e gerenciamento das equipes à distância tem sido um aprendizado diário. Apesar de já adotarmos processos ágeis, com reuniões periódicas e objetivas que ajudaram bastante nesse processo, o início exigiu uma dedicação maior de todos. As reuniões de acompanhamento precisaram ser mais frequentes, mas agora, passados mais de três meses, já seguem o modelo e periodicidade que tínhamos anteriormente, com a produtividade e engajamento dentro do que estávamos acostumados”, conta Marcelo Lima, diretor jurídico e de desenvolvimento humano organizacional da GOVBR, empresa de Blumenau com foco em soluções para a gestão pública e que conta com mais de 600 colaboradores.

Para um futuro plano de retomada, a empresa acompanha a evolução do cenário de saúde e pretende ouvir, também, a opinião dos profissionais. “Aplicamos pesquisas para saber como nossos colaboradores estão se sentindo, se estão bem informados, se o processo de comunicação está adequado, como está a estrutura de home office que possuem, quais suas principais preocupações nesse momento.  Nos parece que o home office será uma realidade na retomada e estamos já discutindo qual seria o melhor formato  pois também acreditamos que o convívio presencial é muito importante e não pode ser descartado”, diz Marcelo.

Além da adaptação dos funcionários, outro desafio em paralelo é o atendimento aos clientes – muitos acostumados com algumas rotinas presenciais, o que deve mudar drasticamente no pós-pandemia. 

“Nossos clientes estão entendendo que o atendimento remoto é tão qualificado e efetivo quanto o presencial e as reuniões presenciais podem ser reduzidas. Estamos revendo nossa rotina de viagens e forma de atendimento e entendemos que isso será bom para todos. As pessoas perderão menos tempo com deslocamentos para o trabalho e para atender os clientes, aumentando a segurança de todos, diminuindo o desgaste com o tempo perdido em deslocamento e mais qualidade de vida”, destaca o diretor da GOVBR.  

MAIS DE 25 MIL REUNIÕES E 10 MILHÕES DE MENSAGENS EM 90 DIAS

Em Florianópolis, a Softplan – maior empregadora do setor de tecnologia na Capital – decretou que o home office vai se estender, pelo menos, até o final do ano. “Existe um mito de que a produtividade diminui quando os times trabalham remotamente, o que não se comprovou durante esta nossa experiência de três meses. A qualidade das entregas mostra que estamos conseguindo nos manter eficientes e ainda mais conectados uns aos outros e aos clientes durante este período de isolamento “, destaca Edson Honma, diretor de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Softplan – empresa que atua nos segmentos de Justiça, Construção Civil e Gestão Pública.

Sede da Softplan no Sapiens Parque, em Florianópolis: home office, pelo menos, até o final do ano.

Em 90 dias foram realizadas mais de 25 mil reuniões, trocadas cerca de 10 milhões de mensagens, utilizadas mais de 160 mil horas em ligações de áudio e outras 80 mil em vídeo, além de ter registrado mais de 5 mil visualizações em eventos ao vivo. 

O home office só não será adotado integralmente pelos colaboradores que trabalham alocados em clientes da Softplan ou que, por algum motivo, não se adaptaram à prática. Neste caso, a empresa criou um plano de retomada para os colaboradores voluntários que inclui a aplicação de um questionário com o objetivo de entender as necessidades de quem não está adaptado ao modelo. Também serão considerados alguns critérios para permitir a volta dos colaboradores que pretendem retornar para a sede, em Florianópolis, e o escritório em São Paulo como, por exemplo, não fazer parte e/ou conviver com pessoas do grupo de risco, não usar transporte coletivo, entre outros. 

Como publicamos aqui no SC Inova em maio, no ambiente de startups a necessidade de ter um espaço físico passou a ser questionada durante a quarentena. “O que vejo é que não tem mais necessidade de ter um grande espaço. Nossa expectativa é de dobrar ou triplicar a quantidade de funcionários nos próximos anos, e antes disso tudo, o espaço físico era uma preocupação e agora já não parece um grande complicador”, disse, à época, Fernando Salla, CEO da Effecti, startup de Rio do Sul que desenvolve soluções digitais para licitações e tem 46 pessoas na equipe.

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