Inovação e Tendências: modelo de locação flexível ganha espaço no mercado imobiliário de Florianópolis

Pioneira na oferta de “short-term rental” no país, startup B.Homy une-se à Brognoli e Terraz Digital e desenvolve projeto piloto na capital catarinense. / Foto: B.Homy/Brognoli Divulgação

[FLORIANÓPOLIS, 26.08.2021]
Redação SC Inova, scinova@scinova.com.br 

Uma das tendências que ganham força no pós-pandemia é a da flexibilidade no morar: com o avanço digital, serviços de hospedagem e de locação imobiliária buscam novos serviços e modelos de negócio que acompanhem as mudanças no perfil dos consumidores. É neste cenário que ganha força o aluguel de curto prazo (short term rental), impulsionado pelo sucesso de plataformas globais. Estimativa do Airbnb aponta que o mercado mundial de locação flexível pode movimentar US$ 2 trilhões até 2030, mantendo uma alta taxa de expansão mesmo após a “descoberta” e o crescimento acelerado que vem alcançando. 

Uma das startups que entendeu esse movimento, desde 2015, foi a B.Homy, fundada pelo ex-executivo William Astolfi depois de uma boa experiência com o Airbnb em uma viagem internacional feita no ano anterior. Na volta ao Brasil, ele e a esposa Luciana Costa compraram um apartamento para reformar e locar no modelo de curto prazo, seja para alguns meses ou poucos dias. 

“Short-term rental dá muito trabalho quando dá certo. Foi o que validamos em nossa primeira experiência e por isso entendemos que esta é uma tendência que vai se consolidar nos próximos cinco a dez anos”, resume William, sobre o sucesso da iniciativa, que o fez deixar a rotina executiva para empreender no setor imobiliário e de hospitalidade. Seis anos depois, a plataforma da B.Homy soma 300 imóveis sob gestão para locação em prazos curtos – e outros mil aguardam sua vez para entrar. 

A grande maioria do portfólio está na cidade de São Paulo, mas Florianópolis está sendo um importante mercado para validação do modelo em dois perfis bem distintos de público: o urbano e o de veraneio. Isso em função de uma parceria da B.Homy com a Brognoli Imóveis que começou a oferecer o short term rental como opção aos clientes, algo muito improvável no mercado imobiliário convencional, acostumado aos contratos de longo prazo, que duram anos.  

“O brasileiro tem uma característica patrimonialista, então no começo era mais difícil explicar o conceito de aluguel por um curto espaço de tempo, mas isso vem mudando. Vão acontecer mudanças na forma de trabalho que apoiam também este estilo de moradia flexível”, ressalta William, que administra a B.Homy ao lado dos sócios Andrea Cruz, Antonio Graeff e Rodrigo Santaliestra. As viagens curtas, por exemplo, já estão mais longas: a média de 4 dias antes da pandemia agora subiu para 7. 

Para um mercado com as características de Florianópolis – cidade turística e universitária, que se beneficia também de visitantes e viajantes de vários cantos do país e do mundo – o aluguel de curto prazo é um modelo que pode agradar tanto locatários quanto proprietários

“Algumas regiões da cidade são muito aderentes ao short stay, por características peculiares. Portanto, assim como há muitos interessados em modelos de aluguel por alguns meses, há também uma oportunidade para que os proprietários tenham uma melhor rentabilidade de seus imóveis. O que estamos fazendo agora é disponibilizar um novo serviço de maneira facilitada, sem que ele procure uma plataforma externa ou tente fazer por conta própria”, comenta Eduardo Barbosa, CEO da Brognoli Imóveis. 

“A parceria com a B.Homy nos coloca em um patamar muito mais avançado do que se tivéssemos que fazer todo o desenvolvimento interno”. O projeto envolve também a Terraz Digital, pioneira no desenvolvimento da jornada digital imobiliária em Santa Catarina, que desde 2019 atua em parceria com a Brognoli.

FOCO NAS DEMANDAS DE PROPRIETÁRIOS E HÓSPEDES

Assim como o Airbnb e outros similares, a B.Homy conta também com uma plataforma na qual o usuário acessa diretamente os imóveis, mas o serviço vai além do app. “Temos dois clientes: proprietários, buscando melhor rentabilidade, sem dor de cabeça; e os hóspedes, que querem melhor experiência, sem surpresas desagradáveis. Dessa forma, focamos no desenvolvimento de uma plataforma para facilitar a operação, de problemas nos apartamentos à conexão com profissionais de manutenção e limpeza, por exemplo. Para o proprietário, desenvolvemos ferramentas de precificação dinâmica, identificamos melhorias nos imóveis permitindo melhor retorno sobre o investimento imobiliário”, detalha. 

William comenta que não há um perfil específico de usuário (persona), pois ao longo destes seis anos de operação a B.Homy atendeu de investidores mais experientes a estrangeiros,  jovens recém-casados e aposentados que usaram o imóvel para complementar a renda. Em comum, o entendimento que o aluguel de curto prazo traz vantagens pela flexibilidade e uma valorização do bem. 

“Um imóvel reformado rende até 50% a mais do que um que não teve nenhum retrofit. Temos na empresa uma equipe de arquitetura que fornece o checklist ideal para reforma e alguns padrões mínimos para qualificar o aluguel. Quem não tem disponibilidade para investir de uma única vez pode contar com serviço de fintechs parceiras da B.Homy. Temos flexibilidade mas sabemos que o design diferenciado tem forte apelo para os negócios”, explica William.

Segundo ele, há mais de mil proprietários interessados em colocar seus imóveis no modelo da B.Homy, mas a startup vem focando no desenvolvimento dos primeiros mercados-alvo (São Paulo e Florianópolis) antes de expandir pelo país. Ao todo, 70 mil pessoas já passaram pelos imóveis gerenciados pela empresa. 

Na capital catarinense, os primeiros contratos de curta duração em parceria com a B.Homy começaram ainda em 2020 mas a solução deve ser lançada nas próximas semanas. “Vamos ofertar o modelo de locação flexível a toda nossa carteira de proprietários e também para regiões que tem mais aderência a este serviço. Teremos uma equipe dedicada para acelerar esse processo em Florianópolis e levar ao mesmo patamar que a startup já tem em São Paulo”, resume Barbosa.  

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