Uma visão sobre as aprendizagens do festival Hub Escola, um espaço para a comunidade empreendedora da Grande Florianópolis conhecer ferramentas para inovar e crescer
Por Rahel Aschwanden*
A Hub Escola foi criada como um festival de inovação para que os membros do Impact Hub e a comunidade empreendedora de Florianópolis tenham acesso às novas ferramentas de inovação que surgem a cada ano. Dessa forma, todas as edições tiveram oficinas de design thinking e de metodologias lean e agile.
Porém, cada vez mais, aprendemos com a Hub Escola que um festival como esse não deve ensinar apenas ferramentas, mas também ensinar a olhar pra dentro e refletir sobre o momento de cada um. Já no ano passado introduzimos uma “trilha” de workshops que focava no autoconhecimento. Descobrimos aí o quanto esse lado mais reflexivo é importante para as pessoas poderem se dedicar por inteiro à inovação e criação das suas empresas. Neste ano continuamos focando no autoconhecimento com, por exemplo, oficinas de reflexão através de selfies, comunicação interpessoal e superação dos nossos medos, além de muitas outras.
Além de autoconhecimento, vivências transformadoras
Na edição deste ano também decidimos testar algo novo. Introduzimos uma área temática que aborda essa necessidade de auto-reflexão de uma forma lúdica e ativa. Criamos assim uma trilha dedicada a experiências que nos ajudam alcançar novas maneiras de sentir e nos expressar: através da dança, da meditação ou da palhaçaria. “A minha experiência preferida da Hub Escola foi o workshop The Quest que me ajudou a superar um bloqueio interno e me mostrou que pequenas mudanças podem criar um grande impacto no nosso dia-a-dia e nas nossas relações”, explicou Denis, um dos participantes, durante a festa de encerramento.
Aprendemos mais uma vez que a inovação e a aprendizagem não acontecem só na escuta, mas sobre tudo quando compartilhamos experiências profundas.
Para inovar em um festival como a Hub Escola – e manter ele relevante e inspirador, também precisamos fazer perguntas críticas. “Por que muitas vezes sou a única mulher negra num ambiente de inovação?” é uma dessas perguntas, feitas por Silvana Bahia da iniciativa #PretaLab, na abertura da Hub Escola 2017. O projeto dela empodera mulheres negras e indígenas no campo da tecnologia. “O crochê também é uma tecnologia. No #PretaLab misturamos isso com a cultura maker e fazemos as mulheres entender que elas já são maker e podem ser programadoras, inovadoras e tudo que elas quiserem ser”.
A questão da inclusão é séria: o percentual de mulheres entre fundadores de empresas é de apenas 17% nos Estados Unidos e provavelmente não mais alto que isso no Brasil. Ainda temos muito trabalho pela frente! O próximo passo para a Hub Escola? A percentual de mulheres no festival já está em 56%, agora queremos ir além. Vamos juntos?
*Rahel Aschwanden é coordenadora da Hub Escola
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