Inovação para que(m)?

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Inovação para que(m)?

Uma visão sobre as aprendizagens do festival Hub Escola, um espaço para a comunidade empreendedora da Grande Florianópolis conhecer ferramentas para inovar e crescer

 

Por Rahel Aschwanden*

A Hub Escola foi criada como um festival de inovação para que os membros do Impact Hub e a comunidade empreendedora de Florianópolis tenham acesso às novas ferramentas de inovação que surgem a cada ano. Dessa forma, todas as edições tiveram oficinas de design thinking e de metodologias lean e agile.

Porém, cada vez mais, aprendemos com a Hub Escola que um festival como esse não deve ensinar apenas ferramentas, mas também ensinar a olhar pra dentro e refletir sobre o momento de cada um. Já no ano passado introduzimos uma “trilha” de workshops que focava no autoconhecimento. Descobrimos aí o quanto esse lado mais reflexivo é importante para as pessoas poderem se dedicar por inteiro à inovação e criação das suas empresas. Neste ano continuamos focando no autoconhecimento com, por exemplo, oficinas de reflexão através de selfies, comunicação interpessoal e superação dos nossos medos, além de muitas outras.

Festival foi criado para estimular a comunidade empreendedora local a conhecer novas ferramentas que estimulam a inovação. / Fotos: Gabriel CQ Fotografia


Além de autoconhecimento, vivências transformadoras

Na edição deste ano também decidimos testar algo novo. Introduzimos uma área temática que aborda essa necessidade de auto-reflexão de uma forma lúdica e ativa. Criamos assim uma trilha dedicada a experiências que nos ajudam alcançar novas maneiras de sentir e nos expressar: através da dança, da meditação ou da palhaçaria. “A minha experiência preferida da Hub Escola foi o workshop The Quest que me ajudou a superar um bloqueio interno e me mostrou que pequenas mudanças podem criar um grande impacto no nosso dia-a-dia e nas nossas relações”, explicou Denis, um dos participantes, durante a festa de encerramento.

Aprendemos mais uma vez que a inovação e a aprendizagem não acontecem só na escuta, mas sobre tudo quando compartilhamos experiências profundas.

Para inovar em um festival como a Hub Escola – e manter ele relevante e inspirador, também precisamos fazer perguntas críticas. “Por que muitas vezes sou a única mulher negra num ambiente de inovação?” é uma dessas perguntas, feitas por Silvana Bahia da iniciativa #PretaLab, na abertura da Hub Escola 2017. O projeto dela empodera mulheres negras e indígenas no campo da tecnologia. “O crochê também é uma tecnologia. No #PretaLab misturamos isso com a cultura maker e fazemos as mulheres entender que elas já são maker e podem ser programadoras, inovadoras e tudo que elas quiserem ser”.

A questão da inclusão é séria: o percentual de mulheres entre fundadores de empresas é de apenas 17% nos Estados Unidos e provavelmente não mais alto que isso no Brasil. Ainda temos muito trabalho pela frente! O próximo passo para a Hub Escola? A percentual de mulheres no festival já está em 56%, agora queremos ir além. Vamos juntos?

 

 

 

 


*Rahel Aschwanden é
coordenadora da Hub Escola