Estudo mostra cenário otimista para mercado de fusões e aquisições em tecnologia em 2024

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Estudo mostra cenário otimista para mercado de fusões e aquisições em tecnologia em 2024

Report produzido pela Questum mostra também que empresas catarinenses de tecnologia se destacaram pelo lado das compradoras de startups.

Report produzido pela Questum mostra também que empresas catarinenses de tecnologia se destacaram pelo lado das compradoras de startups. / Imagem: DALL-E/SC Inova


[23.01.2024]

Por Fabrício Umpierres, editor SC Inova – scinova@scinova.com.br 

O mercado de fusões e aquisições (M&A) no setor de tecnologia deve ter um 2024 mais movimentado do que em 2023, na esteira do crescimento da economia global – e de um cenário mais estável no Brasil. Esta tendência é um dos destaques do Startup M&A Deals Report, divulgado nesta terça (23) pela Questum, firma de M&A e investimentos seed para startups, com sede em Florianópolis. 

O documento analisa o comportamento do mercado e os principais negócios realizados no segundo semestre de 2023 e aponta um cenário de expansão para o ano que inicia. 

“As previsões do meio do ano (M&A Deals Report 2023 H1) foram confirmadas e os números que temos acompanhado no mercado de M&A e de investimentos desde 2022 iniciaram uma cautelosa recuperação durante o segundo semestre de 2023. Aos poucos, é possível perceber um retorno na quantidade e uma recuperação nos valores dos

deals em relação ao primeiro semestre do ano”, destaca a Questum no documento. É importante lembrar que, além dos conflitos geopolíticos, o começo de 2023 foi marcado pela surpreendente bancarrota do Silicon Valley Bank, que abalou a confiança de investidores de startups. 

Na série histórica 2015-2023, as Fintechs (13%) e as Retailtechs (10%) lideram como os tipos de startups mais adquiridas, tanto em quantidade de M&As quanto volume total de reais transacionados nos deals. Porém, nos últimos anos os setores de saúde (Healthtechs) e agronegócios (Agtechs) vem se destacando e crescendo tanto em investimentos quanto em transações de M&A.

SC NO BUY-SIDE

Chama a atenção no report que a participação de empresas de Santa Catarina desta vez está maior do lado de quem compra (buy-side) do que de quem é adqurido (sell-side). Na ilustração abaixo, percebe-se a presença de grandes companhias com sede no estado, como Selbetti, Softplan, Intelbras, WEG e Exact Sales listadas entre as principais compradoras do ano – mostra de que a estratégia de corporate venture capital amadureceu no ecossistema local.

Fonte: Startup M&A Deals Report 2023 H2 / Questum
Fonte: Startup M&A Deals Report 2023 H2 / Questum

Em entrevista ao SC Inova no início de 2023, o managing partner e fundador da Questum, Rafael Assunção, afirmou que “como o número de compradores potenciais só aumenta, é mais comum que os novos entrantes comprem mais. A gente presta muita atenção na taxa de juros, no papel do Banco Central, mas no final do dia as decisões de compra são muito mais micro do que macroeconômicas”.

O report destaca também que a maior parte das compras ocorreram na faixa entre R$ 20 milhões e R$ 200 milhões, “tanto por conta da capacidade econômica dos compradores, como pela retração dos valuations e do acesso ao capital para operações de maior porte”. 

Ainda observando o cenário catarinense, o deal acima da média no período foi a aquisição da RHtech Ahgora, de Florianópolis, pela Totvs por R$ 380 milhões – superando outras aquisições da companhia em SC, como Feedz (2022) e Exact Sales (2023), mas bem longe da bilionária aquisição da RD Station, em 2021 (o “ano de ouro” dos investimentos e aquisições). 

Na mais recente análise semanal do mercado de fusões e aquisições, o partner da Questum Anderson Wustro destacou previsões externas positivas para o Brasil: “com uma maior estabilidade econômica e o ambiente de negócios mais favorável, o Brasil está se tornando um destino cada vez mais atraente para investimentos e transações M&A. Isso ganha destaque, especialmente ao considerarmos os desafios que enfrentamos em 2023, como a troca de governo, turbulência na economia, taxas de juros elevadas e um volume reduzido de transações”.

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