Com os novos empreendimentos, o volume de pessoas trabalhando no parque tecnológico deve dobrar. O masterplan prevê a construção de outros seis prédios ao longo de oito anos.
[JOINVILLE, 28.03.2021]
Redação SC Inova, scinova@scinova.com.br
Ao completar dois anos de atividade neste domingo, 28 de março, o parque tecnológico Ágora Tech Park inaugura dois novos prédios, uma expansão que deve significar em torno de 30 novas empresas no espaço, que conta ao todo com 14 mil m2.
Um dos prédios é o Ágora MOB, que reúne empresas de tecnologia e outros segmentos com um objetivo em comum: usufruir do ambiente de inovação e conexão com startups, mentores e investidores para desenvolver projetos de open innovation e inteligência estratégica, além de expansão comercial. É o caso da Schulz (maior fabricante de compressores de ar da América Latina), da startup Transfeera, da multinacional de engenharia Buhler e da desenvolvedora de ERPs Sanhkya, entre outras.
Antes mesmo do prédio ser entregue, a taxa de ocupação era de 65% – algumas empresas já ocupavam o espaço desde o início do ano.
“O Ágora veio para ser um conector do ecossistema de inovação e tecnologia em Joinville, envolvendo a iniciativa privada, a academia e o poder público. Com isso, o potencial de desenvolvimento local se multiplica – o que torna o ambiente atrativo tanto para empresas quanto para profissionais, estudantes e investidores”, explica Marcelo Hack, CEO do Perini Business Park, parque multissetorial onde o Ágora está instalado, ao lado de outras 240 empresas de 13 países que somam um faturamento anual de mais de R$ 5,2 bilhões/ano.
Outra novidade na infraestrutura do parque tecnológico é o Ágora DAT, um data center de última geração, com certificação TIER nível III e investimento superior a R$ 20 milhões feito pela Armazém Data Center, empresa de Brusque com mais de 10 anos de atuação e que atende mais de mil clientes no país, entre eles a Ambev e o Ministério Público de Santa Catarina. Trata-se do único datacenter privado, no sul do Brasil, a obter certificação TIER III de design e facility.
Com os novos empreendimentos, o volume de pessoas trabalhando no parque tecnológico deve dobrar (serão cerca de 600 colaboradores). Um número que deve ser ainda maior no pós-pandemia, comenta o diretor executivo do Ágora, Jean Vogel. “Nos primeiros meses de atividade, antes da Covid, chegamos a ter uma média de um evento por dia no Ágora. O parque se tornou um ponto de encontro do ecossistema e, a partir da expansão, esta tendência será acentuada, especialmente quando os eventos presenciais voltarem”.
O masterplan prevê a construção de outros seis prédios ao longo de oito anos.
PROJETOS GERAM CONEXÃO E INOVAÇÃO PARA SETORES COMO INDÚSTRIA 4.0 E SAÚDE
Quando foi inaugurado, o Ágora representou a “materialização” do ecossistema da maior cidade e capital industrial de Santa Catarina. No primeiro prédio, o Ágora HUB, se concentram os principais players deste setor: Acate, Fiesc, Sebrae/SC e Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII), laboratórios de inovação de grandes empresas, startups, incubadora e coworking.
“Estar em um hub como esse potencializa nossas conexões e as oportunidades de projetos”, comenta José Rizzo Hahn, presidente da ABII e fundador da Pollux, empresa instalada no Perini Business Park e que foi recentemente adquirida pela Accenture, consultoria líder global de mercado.
Ele cita um projeto chamado Perini City Lab, laboratório a céu aberto e no ambiente controlado e de gestão privada do Perini Business Park, que permite a empresas fazerem testes de novas tecnologias. “Não estamos isolados em um escritório, mas praticamente em uma cidade, com espaço para testar projetos pilotos em áreas que a Internet Industrial também atua, como Saúde e de Cidades Inteligentes. Aqui podemos testar na prática, e em conjunto com startups, tecnologias como semáforos inteligentes, robótica, IoT para saúde, entre outras possibilidades” resume.
Outro cluster que se forma no parque tecnológico é o da área de saúde. No recém-inaugurado MOB, o projeto Ágora.Health reúne como empresas-âncora o Grupo Opty (maior grupo de oftalmologia da América Latina), o Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem e a varejista Clamed (que detém marcas como Drogarias Catarinense, Farmácia Popular, ProFormula e Farmagora), responsáveis pelos principais projetos do Ágora.Health.
O primeiro projeto a ser entregue será o Sadalla.Smart, clínica oftalmológica que vai utilizar processos automatizados e inteligentes em todo o processo de atendimento aos pacientes com base em plataformas de Internet das Coisas (IoT) e Data Analytics. No ambiente, os usuários terão à disposição equipamentos e sistemas de última geração, como refratores digitais de altíssima definição pioneiros no Brasil, softwares integradores e produtos hospitalares como pias que produzem água ozonizada (que mata bactérias e vírus de superfície) para limpeza da clínica, bebedouros especiais, entre outros.
“O movimento de transformação digital na saúde tem como meta colocar o usuário no centro, proporcionando uma experiência engajadora que o inspire a cuidar melhor de sua visão e saúde geral. E o ponto de partida é conhecer o paciente, redesenhar, construir e otimizar processos clínicos centrados na jornada dele dentro do ecossistema de saúde”, comenta o médico oftalmologista Renan Oliveira, diretor de Inovação do Grupo Opty e presidente do Ágora.Health.
O Grupo Clamed, empresa centenária do varejo farmacêutico, deve inaugurar até meados de 2021 no Ágora.Health uma farmácia-conceito na qual serão testadas novas formas de atendimento ao consumidor. Como uma célula autônoma (vending machine) para compra de produtos que não precisam passar por farmacêuticos, um totem de autoatendimento e lockers para recebimento das encomendas. Há a possibilidade de testes de entregas via veículos elétricos e drones.
“O modelo de negócio atual das farmácias está super explorado, com concorrência elevada e dificuldade para expansão. Então estamos olhando para os próximos 100 anos da empresa para outros horizontes, como serviços de saúde e bem-estar”, comenta Diego Zagonel, fundador do CLIC, laboratório de inovação do Grupo Clamed.
O espaço também vai abrigar healthtechs, como a SAS Brasil, que desenvolve soluções para melhorar o acesso e o atendimento à saúde no país. Recentemente, começou a testar unidades de teleatendimento em várias especialidades em comunidades carentes do país.
Para o diretor executivo do Ágora, “o impacto destas inovações e conexões geradas a partir do Ágora vai além da infraestrutura convencional de um parque tecnológico”. “Mais do que prédios, estamos ajudando a construir a economia digital do futuro, posicionando a região no mapa de inovação e ajudando a formar novos empreendedores”, ressalta Jean Vogel.
LEIA TAMBÉM:
SIGA NOSSAS REDES