Na diversidade de temas do evento que reúne 10 mil pessoas em Florianópolis, destaque para questões regulatórias e as oportunidades de mercados em expansão. / Foto: Leo Morrone (Divulgação)
[FLORIANÓPOLIS, 24.08.2023]
Por Dorva Rezende, especial para agência SC Inova
Com mais de 200 palestras por dia, a programação do Startup Summit 2023 aborda uma ampla diversidade de temas: da formação de equipes e tendências no desenvolvimento de tecnologias a regulação e novos mercados.
Um dos temas que mais provocaram discussões, especialmente em 2022, no ambiente empreendedor foi o Marco Legal das Startups. No primeiro dia do Summit, o assessor jurídico do Sebrae/SC, Pedro Pirajá, falou sobre a dificuldade enfrentada pelas empresas de inovação de participar de concorrências e licitações promovidas por órgãos da administração pública. Na sua palestra sobre o Marco Legal das Startups, Pirajá disse que os contratos de aquisição pública representam mais de R$ 700 bilhões ao ano no país, mas que o acesso das startups a esse mercado em potencial é dificultado pela lei das licitações (Lei. 14.133/2021).
Segundo ele, por meio do programa Cidade Empreendedora, o Sebrae/SC tem ajudado a desburocratizar o acesso das startups aos contratos com as administrações públicas municipais. A licitação é, por definição, um processo engessado, com regras rígidas que não contemplam a inovação, que busca melhorar processos, dar agilidade e introduzir novidades.
“Jaraguá do Sul (SC) foi a primeira cidade no país a fazer um Sandbox Regulatório, para permitir a contratação de soluções inovadoras sem a obrigatoriedade do cumprimento de todas as normas exigidas pela lei de licitação. E isto está dentro da lei 182/2021, que trata do Marco Legal das Startups”, afirmou Pirajá.
OPORTUNIDADES NO MERCADO VEGANO E DA CANNABIS
A Vegan Business nasceu em Balneário Camboriú (SC) como um canal de notícias e conteúdo sobre o mercado vegano, se tornou um dos principais do país e, mais recentemente, abriu um braço de crowdfunding que investiu, no ano passado, pouco mais de R$ 7 milhões em oito empresas plant-based, e tem outras cinco empresas em vias de receber investimentos.
“São produtos que vão desde cosméticos, moda sustentável, alternativas de carne,de leite e de queijo, uma variedade que está dentro dessa tese de serem veganos e sustentáveis”, disse João Cristofolini, sócio e co-fundador da plataforma, que permite que outras empresas também invistam nesse modelo de negócios. “Temos mais de 5 mil pessoas cadastradas que podem também investir nas rodadas que a gente abre publicamente pela plataforma”.
Fernando Domingues tem 28 anos e é cofundador de duas startups, a Conecta Saúde, com uma proposta de telemedicina, e a Cannect Life, uma plataforma digital para cannabis medicinal. Ele veio ao Startup Summit dar um panorama do mercado ligado à planta e das pesquisas clínicas que evidenciam a efetividade do canabidiol.
“O Brasil já tem um mercado de cannabis que deve bater, este ano, perto de R$ 1,5 bilhão. Já tem um público que consome produtos medicinais, mas esse mercado, para chegar a uma maior parte da população, depende de aprovações federais. Mas as pesquisas estão sendo feitas e através da ciência está se provando que funciona”, disse.
Mesmo sendo utilizada no tratamento de diversas doenças, como ansiedade, insônia, depressão, epilepsia, autismo, glaucoma, Alzheimer, Mal de Parkinson e esclerose múltipla, entre outras, Fernando vê ainda muito preconceito, por parte da classe médica, com relação ao uso do canabidiol.
“A gente vê muito preconceito médico, porque eles ainda não sabem como prescrever. Uma forma de combater isso é com pesquisa clínica que mostra a evidência e a efetividade do tratamento com canabidiol. E por meio de cursos também, para de fato educar os médicos. São mais de 20 patologias que já tiveram pesquisas clínicas e que mostram o uso eficaz da cannabis medicinal”, explicou ele.
SIGA NOSSAS REDES