A demanda de empreendedores por mentorias e capacitação levou à criação de um projeto que prevê “ciclo completo” de desenvolvimento, com apoio de parceiros locais. Foto: Divulgação
Reportagem: Fabrício Rodrigues, editor SC Inova – scinova@scinova.com.br
Os espaços compartilhados de trabalho (coworkings) tem sido opções preferenciais para profissionais liberais e empreendedores que estão nos primeiros passos de seus projetos e startups. Em Blumenau – polo pioneiro da tecnologia em Santa Catarina e maior cidade de uma região que responde por 26% do total de empresas do setor no estado – a cultura dos coworkings tem se fortalecido ao longo dos últimos anos junto com a realização de eventos e programas de capacitação ligados ao segmento de inovação e novos negócios.
Algo que não acontecia em um passado recente: “o cenário empreendedor na área de tecnologia em Blumenau está amadurecendo agora. Há alguns anos não havia uma integração plena do ecossistema e isso custou caro pra cidade”, opina o empreendedor Alexandre Adoglio, que há dois anos inaugurava o Rex.Co, um dos primeiros espaços de coworking na cidade. Foi lá que algumas startups deram seus primeiros passos, como a Movidesk, e vários outros novos negócios buscavam um local não só para compartilhar mesas e cadeiras mas também ideias e projetos.
A falta de preparo e de capacitação para quem estava começando na área de tecnologia (e tinha dificuldades para emplacar seus projetos em incubadoras e programas de apoio a startups) acabou se tornando uma dor também para quem “hospedava” estas novas empresas. Por isso a ideia de ampliar os serviços de um coworking para um ambiente mais completo de desenvolvimento de startups, envolvendo ciclos de incubação e aceleração com apoio de parceiros locais.
“Percebemos essa demanda porque muitas startups precisavam de mentoria. Elas não conseguiam se alocar em programas de apoio por falta de preparo e capacitação”, ressalta Alexandre, que é vice-coordenador do núcleo de Inovação da Associação Comercial e Industrial da cidade (ACIB) e também responsável pela comunicação no Blusoft, representante do ecossistema de tecnologia na região.
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No dia 18 de fevereiro, ele e os sócios Alexandre Ferraz e Julio Rodacki anunciaram o início das atividades da Rex.Co Acelera, que vai selecionar startups de base tecnológica para um ciclo de incubação, mentorias e apoio operacional em troca de 10% do equity das selecionadas. De acordo com o desenvolvimento ao longo do processo (validação da solução e performance da equipe), as empresas podem também entrar num outro estágio, o de aceleração, com possível participação de outros investidores.
As inscrições para esta primeira turma estão abertas até o dia 28 de fevereiro e, segundo Alexandre, o foco está em startups de base tecnológica, independente do segmento de atuação, mas que já tenham um protótipo validado e algum nível de faturamento. “O escopo é bem aberto neste primeiro momento pois queremos entender qual é a demanda, quem são as startups que buscam esse apoio. Não buscamos projetos na fase de ideação, mas ao mesmo tempo queremos ajudar a construir modelos que já estejam no mercado“, explica.
O projeto surge com o apoio de outros atores do ecossistema local, como o Blusoft, ACIB, Instituto Gene, Senac (que dará capacitação técnica) e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), que vai fornecer assessoria na formulação de projetos para captação de investimento. Após o encerramento das inscrições, será feita uma apresentação de startups e a seleção final será anunciada no dia 8 de março.
“Blumenau hoje está com madura o suficiente para gerar um ecossistema próspero, é um momento precioso. Os agentes estão conscientes que a colaboração é inevitável para gerar prosperidade e é nisso que a gente aposta”, ressalta o fundador da Rex.Co.
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