Projeto, com prazo de dois anos e investimento de R$2,4 milhões, prevê apoio do ecossistema de SC para levar transformação digital à companhia, que tem investimentos em 17 hidrelétricas e 11 parques eólicos no Brasil. / Foto: Fabrício Rodrigues, SC Inova.
A CTG Brasil – segunda maior geradora privada do setor elétrico brasileiro, com receita anual de cerca de R$ 6 bilhões – anunciou nesta quarta (11.09), em Florianópolis, uma parceria com a Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) para criar o Digital Innovation Lab, iniciativa para fomentar a inovação e a transformação digital dos negócios da geradora. O investimento total do projeto é de R$ 2,4 milhões.
Criada em 2013, a CTG Brasil é uma empresa da China Three Gorges Corporation, líder global em energia limpa e responsável pela construção da maior hidrelétrica do mundo – a Três Gargantas, que atravessa o rio Yang Tsé. No Brasil, a empresa tem investimentos em 17 usinas hidrelétricas e 11 parques eólicos, que somam uma capacidade instalada de 8,28 GW – o que representa 5% do total gerado no Brasil.
Na visão de José Renato Domingues, vice-presidente Corporativo da CTG Brasil, escolher uma entidade associativa como braço de inovação se explica pela crença de que “soluções inovadoras exigem diversidade e experiências diferentes, pessoas com outras ideias. É uma visão diferente da maior parte do setor elétrico, que investe em pesquisa e desenvolvimento de maneira mais convencional, verticalizada. Ter acesso a um ecossistema de inovação gera um potencial mais horizontal, que tende a trazer soluções melhores”.
Ele reconhece que a empresa, por estar dando os primeiros passos na cultura de inovação aberta, não sabe exatamente os problemas que precisam ser resolvidos ou a soluções a serem criadas. “Sabemos do potencial, por exemplo, que a tecnologia blockchain tem para o setor elétrico, mas vamos estudar as possibilidades em conjunto com a equipe da Acate, as startups e empreendedores para pensar em novos produtos para o nosso mercado. Queremos focar na competitividade”, ressalta.
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A CTG Brasil conheceu o ambiente de inovação de Santa Catarina por meio de projetos de P&D desenvolvidos via Vertical Energia, um grupo de associadas à Acate que atuam com foco neste segmento. “Nosso ecossistema começou, há mais de 30 anos, a partir de algumas empresas que atendiam justamente o setor elétrico”, lembra Daniel Leipnitz, presidente da Associação.
O PASSO A PASSO DO MODELO DE INOVAÇÃO ABERTA & TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
Foi a experiência de desenvolver um programa de conexão entre grandes empresas e startups, o LinkLab, que deu origem a este modelo de inovação aberta a ser experimentado pelo CTG Brasil. A parceria prevê o desenvolvimento do projeto em duas fases, com duração total de 24 meses. Na primeira etapa, de seis meses, a equipe da Acate fará uma imersão na CTG Brasil, mapeando desafios, estratégia, cultura organizacional, capital humano e os sistemas de TI usados. Ao longo desta fase, será realizada a estruturação do Digital Innovation Lab, que será implementado na cidade de São Paulo, sede da geradora.
Chegou um momento em que a gente já conhecia o potencial do ecossistema de Santa Catarina mas precisava mergulhar nele, conviver e aproveitar o melhor que ele tem”, José Renato Domingues, vice-presidente do CTG Brasil.
Identificados os desafios, serão definidas as equipes alocadas para cada um dos projetos, que vão definir as hipóteses e o plano de ação para a construção de um produto mínimo viável (MVP) para endereçar os desafios definidos. A segunda fase do projeto vem com a aprovação dos MVPs e deve marcar também a inauguração do laboratório, que ficará dentro do novo hub de inovação da Acate em São Paulo, em endereço ainda não definido. O local irá abrigar a equipe da entidade e as startups que vão desenvolver as soluções previamente definidas.
A criação do Digital Innovation Lab segue o caminho da CTG Brasil de se posicionar como uma provedora de soluções para o setor elétrico. Em 2019, a geradora irá investir R$ 12 milhões em 21 projetos de P&D, crescimento de 66% em relação ao que foi destinado em 2018. “Chegou um momento em que a gente já conhecia o potencial do ecossistema de Santa Catarina mas precisava mergulhar nele, conviver e aproveitar o melhor que ele tem”, conclui o vice-presidente José Renato.
Texto: Fabrício Rodrigues, com informações da Assessoria de Imprensa da Acate
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