Espaço operado por Acate, Grupo Dimas e Prefeitura inaugurou hoje (08) programa de conexão entre grandes empresas e startups, mas pensa também em criar nova centralidade para o município.
A vocação industrial transformou o município de São José em uma das principais economias de Santa Catarina nos últimos anos. Com mais de 240 mil habitantes (IBGE, 2018), a cidade se aproveitou também da proximidade com a vizinha Florianópolis e a logística privilegiada (é cortada pela BR-101) para se tornar o 4o. PIB do estado.
Agora, empresas, entidades e o setor público querem conectar São José ao ambiente de inovação e tecnologia, como é também a estratégia de outros municípios catarinenses – como a Capital e Joinville. Um dos primeiros passos é a inauguração, no dia 22.08, do Centro de Inovação de São José, operado em conjunto pela Associação Catarinense de Tecnologia, o Grupo Dimas (responsável pela obra) e a prefeitura local. O espaço, contudo, abriu as portas efetivamente nesta quinta-feira (08.08) com o início das operações do LinkLab, o programa de inovação aberta que pretende conectar grandes empresas a startups.
Mais do que um espaço físico para atrair empresas de tecnologia, o propósito do Centro de Inovação passa pelo projeto arquitetônico, dividido em três fases e com expectativa de ser concluído em até dois anos, que pretende criar uma nova centralidade à São José. “Havia uma demanda da própria Acate para a realização de eventos fora da Ilha, para atender a um público que vinha de outras cidades”, explica Beatriz Zeglin, arquiteta responsável pelo projeto.
As próximas etapas da obra preveem a criação de um corredor entre a avenida Presidente Kennedy, onde está localizado o Centro de Inovação, e a Beira-mar local, com a instalação de restaurantes e serviços diversos. “A ideia é atrair empresas que tenham alguma afinidade com novas tecnologias ou que possam servir como laboratórios de inovação para food techs ou varejo”, comenta Beatriz.
GRANDES E TRADICIONAIS EMPRESAS ADEREM À INOVAÇÃO ABERTA
De acordo com a prefeitura, São José conta atualmente com 305 empresas de base tecnológica, das quais cinco são de grande porte e as outras 300 são de pequeno ou médio porte, com um faturamento total em torno de R$ 650 milhões – 13% do fluxo econômico do município.
Mas são algumas das maiores e mais tradicionais empresas da região – como a varejista Koerich, a Intelbras (TI e telecom), o Grupo Dimas (construção civil e concessionárias) – que se tornaram mantenedores do LinkLab, ao lado de grandes marcas de outras cidades, como a Havan (Brusque) e a Unimed, e outras egressas do setor de tecnologia, como a YouCast!, de São Paulo, e a Ostec (Tubarão). A paulista YouCast!, que atua com integração de soluções para provedores de internet, tinha apenas um funcionário atuando em Santa Catarina mas passa a fazer parte do LinkLab com objetivo de se buscar novas tecnologias para a área de Internet da Coisas.
“As empresas tradicionais têm um desafio muito grande, que é entender de que maneira elas podem se relacionar com as startups, mas além disso há a necessidade de mudar a cultura corporativa para desenvolver a inovação”, observa Silvio Kotujansky, vice-presidente de Mercado da Acate e um dos idealizadores do LinkLab, que começou a operar em 2017 em Florianópolis e prepara uma expansão para outras cidades. Em setembro, o programa chega a Joinville e, ainda sem data prevista, a intenção é chegar a São Paulo, onde a entidade também tem uma sede.
“Um dos objetivos deste espaço é ‘forçar’ a interação. Precisamos evoluir a partir de outras referências, colocando as empresas e as startups para conversar”, comenta Edson Poyer Sant’Ana, gerente de Marketing do Dimas. A empresa, também responsável pela construção do Centro de Inovação localizado no centro de Florianópolis, tem investido em processos de inovação, especialmente em sua unidade de construção civil – onde já integrou novas tecnologias na concepção dos projetos e também nos canteiros de obra. A intenção, via LinkLab, é acelerar também a cultura de inovação na unidade de concessionárias, além de identificar e colaborar com startups que desenvolvem soluções de realidade virtual, reconhecimento facial, entre outras, comenta Edson.
Texto: Fabrício Rodrigues, scinova@scinova.com.br
SIGA NOSSAS REDES