“Ciência das cores” é aposta de indústria de acrílicos em SC para expandir mercado dentro e fora do Brasil

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“Ciência das cores” é aposta de indústria de acrílicos em SC para expandir mercado dentro e fora do Brasil

Projeto de inovação da Acrílicos Santa Clara, de Jaraguá do Sul, contou com financiamento do BRDE e prevê o desenvolvimento de novos materiais e produtos para concorrer com grandes marcas internacionais  

Projeto de inovação da Acrílicos Santa Clara, de Jaraguá do Sul, contou com financiamento do BRDE e prevê o desenvolvimento de novos materiais e produtos para concorrer com grandes marcas internacionais  


Como uma indústria especializada na fabricação de peças de acrílico pode desenvolver uma processo de inovação para alcançar novos mercados? Esta é a pergunta que a  
Acrílicos Santa Clara, de Jaraguá do Sul, começa a responder com a inauguração de fábrica projetada para desenvolver novos materiais e produtos, substituindo insumos importados e abrindo uma nova possibilidade de mercado no Brasil e na América do Sul.

Para a construção do empreendimento, a empresa obteve um financiamento junto ao Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).  A nova fábrica de acrílico para a construção de chapas especiais permite a impressão personalizada, composição com materiais orgânicos e pigmentação com cores desenvolvidas pela própria empresa.

Inaugurada há cerca de três meses, a fábrica abre um flanco de negócios para a empresa – que atua há mais de 17 anos no mercado – não apenas pela possibilidade de criar novos produtos, mas também pela resposta inovadora que eles encontraram para um problema do mercado brasileiro de comunicação visual: o desenvolvimento e a replicação exata de cores em materiais impressos.  

“Estamos trabalhando as cores de maneira científica”, explica o engenheiro químico Eduardo Baptista, responsável pela gestão e desenvolvimento de inovação na nova fábrica da Acrílicos Santa Clara. “Todos os fabricantes trabalham cores de maneira empírica, sem processo científico. Isso dificulta a replicação exata do que é pedido pelo cliente”. Na empresa, a preocupação em reproduzir o tom exato de determinada cor é um fator crítico, pois eles atendem grandes empresas – de bancos e multinacionais de telefonia à indústria de alimentos e bebidas, por exemplo – que têm na cor de suas marcas um dos principais componentes de diferenciação.

Instrumentos de medição ajudam a empresa a criar tons extremamente detalhados de cores e a replicá-los a qualquer momento

No processo atual de desenvolvimento, cada cor pode ser transformada de acordo com suas características – a proporção entre o fluxo de radiação luminosa que incide numa superfície e o fluxo refletido.

“Cada cor que é solicitada pelo cliente nós transformamos em três números, que são definidos em diferentes comprimentos de onda – os ajustes são feitos com a formulação e as características dos pigmentos. Para chegar à cor exata pedida nós usamos um instrumento de medição e isso me permite depois replicar este tom a qualquer momento”, destaca Baptista.

Antes de entrar no mercado, em dezembro passado, a empresa criou um banco de cores a partir de uma base de 150 a 200 diferentes pigmentos já utilizados. “A amostra que o cliente manda eu sei exatamente como misturar – isso é completamente diferente do empirismo que há no mercado brasileiro”, resume o engenheiro, que atua no mercado desde 1981 e gerenciava uma fornecedora da Acrílicos Santa Clara antes de ser convidado para liderar o desenvolvimento desta nova fábrica.

INOVAÇÃO PERMITE ABRIR MERCADO NO BRASIL A PREÇOS COMPETITIVOS

Entre os mercados que a empresa pretende entrar a partir da nova fábrica estão o de construção civil – oferecendo chapas de acrílico de superfície sólida – e decoração, com as chapas de apelo orgânico-ecológico. “Há grandes empresas nos Estados Unidos e Alemanha que oferecem produtos de altíssimo valor agregado mas que não há demanda consolidada no Brasil em função do preço. Queremos abrir esse mercado aqui no país com um produto mais competitivo”.

Já na construção civil, a aplicação das chapas de acrílico de superfície sólida são consideradas um “coringa” para alguns tipos de projeto. Elas concorrem com outros insumos (como pedras minerais e o polímero desenvolvido pela DuPont, o Corian) na produção de bancadas, pias e estruturas maiores, mas são consideradas mais flexíveis para colagens, não tem porosidade nem desenvolvimento bacteriológico, uma característica importante para projetos em instituições de saúde, reforça Baptista.

Os anos de crise não afetaram o resultado da empresa jaraguaense. Com cerca de 350 colaboradores, atende um perfil bem diversificado de clientes, criando produtos em seu parque fabril de 12 mil m2 para indústria náutica, telecomunicações, alimentação e moda, entre outros mercados. Só na nova fábrica, há cerca de 35 pessoas trabalhando atualmente, mas é possível chegar até 100 funcionários quando a produção estiver a todo vapor.  

“Nós diversificamos muito as operações desde o início da empresa, há 17 anos. Agora estamos com um projeto de expansão internacional, com foco na Colômbia. Nem sentimos a crise econômica, tivemos um crescimento constante ao longo dos últimos anos”, ressalta a gerente financeira Eliana Miranda do Carmo.

O valor total do financiamento do projeto junto ao BRDE foi de R$ 10 milhões, com carência de 24 meses e juros acessíveis. “O segredo é ter uma equipe focada em atender todos os requisitos solicitados. A questão burocrática demanda vários detalhes, mas se cumprir tudo acaba sendo algo ágil”, comenta Eliana.

Além da construção do espaço, o projeto incluiu a compra de maquinário importado e o custo da equipe envolvida na operação. “Este projeto, além de reduzir custos agregados aos produtos e minimizar riscos de importação e oscilação do valor cambial, contemplará um novo segmento para a empresa, o de produtora e fornecedora deste material para o mercado nacional e internacional” destaca Felipe Castro do Couto, gerente de planejamento da agência do BRDE em Santa Catarina.

Reportagem: Fabrício Rodrigues, scinova@scinova.com.br 

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