Da engenharia ao empreendedorismo: a viagem aos EUA que deu vida a uma proptech de economia compartilhada

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Da engenharia ao empreendedorismo: a viagem aos EUA que deu vida a uma proptech de economia compartilhada

Bewiki, do CEO Eduardo Gastaldo, deve inaugurar até o final de 2022 um prédio tecnológico em Florianópolis com investimento de R$ 100 milhões

Fundador e CEO da Bewiki, Eduardo Gastaldo saiu de um emprego tradicional há dez anos e deve inaugurar, até o final de 2022, um prédio tecnológico em Florianópolis com investimento de R$ 100 milhões. / Fotos: Divulgação


[FLORIANÓPOLIS, 04.11.2022]
Redação SC Inova, com informações da Assessoria de Imprensa

O que começou com a saída de um emprego tradicional como engenheiro civil, transformou-se em uma jornada de empreendedorismo para Eduardo Gastaldo, CEO da Bewiki – uma proptech que oferece serviços essenciais, como moradia, saúde e coworking, gerenciados por meio de aplicativo e que deve inaugurar o primeiro espaço em Florianópolis, ainda neste ano.

A ideia de negócio próprio na área de tecnologia surgiu em 2011, quando Gastaldo foi aos Estados Unidos após deixar a empresa na qual trabalhava. Lá, ele percebeu que muitas pessoas não buscavam mais a compra de imóveis, mas aluguéis sem burocracias e em lugares confortáveis, com bom custo-benefício.

No Brasil, hábitos como o trabalho remoto ou a tendência de nomadismo digital ainda engatinhavam na época, mas ele decidiu investir em um empreendimento próprio: o Real Parque, um loteamento baseado nos conceitos do Novo Urbanismo. Logo, a experiência imobiliária deu corpo ao que viria ser a Bewiki. Um prédio tecnológico, no qual os serviços essenciais são acessados por meio de aplicativo, de qualquer lugar do mundo. 

O primeiro empreendimento, no Centro de Florianópolis, será concluído em 2022 e tem investimento estimado em R$ 100 milhões – agora, está com 99% da estrutura pronta e os serviços são lançados de forma gradativa. No Norte da Ilha de Florianópolis, um segundo espaço é planejado próximo ao Sapiens Parque.

Há também dois projetos da Bewiki com retrofits (restauração de prédios antigos), fora de Santa Catarina: um na antiga sede de uma editora no Rio de Janeiro, a partir do projeto Reviver Centro, e outro em um moinho de farinha no Distrito Criativo de Porto Alegre. Todos são preparados para receber moradores. 

Projeto da Bewiki no Centro da Capital está 99% pronto e deve ser inaugurado em breve
Projeto no Centro da Capital está 99% pronto e deve ser inaugurado em breve. “Só existimos porque estamos em Florianópolis”, comenta o CEO Eduardo Gastaldo.

SC INOVA – Como surgiu a ideia da Bewiki? 

Eduardo Gastaldo – É uma tendência que percebi lá atrás, em 2011, antes mesmo da popularização do trabalho remoto. Uma das empresas que visitei nos Estados Unidos oferece moradias por aluguel para públicos que vão desde a saída da casa dos pais até a velhice. Aquilo me inspirou, mas com adaptações ao cenário brasileiro.

Na volta, comecei a pensar nessa solução com a ajuda de Marcelo Gastaldo e Fernando Milan. Juntos, nós estudamos o modelo de economia compartilhada, hoje base do nosso negócio e percebemos que as compras de imóveis no país são por preços muito altos e, muitas vezes, não faz sentido para o consumidor que viaja muito ou não tem planos para se estabilizar na cidade. Em 2016, o modelo saiu do papel e foi colocado em prática. 

SC INOVA – Por que Florianópolis foi a cidade escolhida? 

Eduardo Gastaldo – Só existimos porque estamos em Florianópolis. Nos conectamos a este enorme ecossistema de inovação por meio do Impact Hub. Há algo como um consenso sobre a cidade ser o Vale do Silício do Brasil e o local ideal para se ter ideias inovadoras e conta com um contexto favorável à implementação delas. Por exemplo, é aqui que conhecemos o time médico que possibilitou a criação do Becare Club, vertical de saúde incorporada ao projeto. 

SC INOVA –  O que o projeto oferece como serviços, além do aspecto imobiliário?

Eduardo Gastaldo – A Bewiki é um hub de negócios com ecossistema conectado a seis verticais de serviços  (Behome, Bework, Becare, Bemarket, Bemarket, Bemobi e Bepark). Temos parcerias com diversos profissionais: na área da saúde, por exemplo, há médicos, fisioterapeutas, cuidadores, fonoaudiólogos; na vertical de coworking, pessoas de várias áreas, incluindo artistas e empreendedores. Todos os serviços básicos estão ali: uma cidade conectada dentro do próprio prédio. Só na Bewiki Floripa Centro nós aplicamos mais de R$ 80 milhões.

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SC INOVA – Como a Bewiki se conecta com outros projetos da sua jornada empreendedora? 

Eduardo Gastaldo – Como engenheiro civil, tenho contato frequente com o setor imobiliário em Florianópolis. O Real Parque, nosso empreendimento imobiliário mais tradicional, existe desde 2016. Mas, em contato com as tecnologias criadas em Florianópolis, percebemos que o setor também precisa de inovações. Cada vertical, por exemplo, tem seu líder. São experts que ficam à frente de cada unidade de negócio, como Raphael Dabdad, ex-presidente da ABRASEL/SC e que hoje está à frente do Bemarket. Ele usou a experiência que tem para desenvolver uma metodologia própria na hora de selecionar nossos fornecedores.

SC INOVA – Como você analisa o cenário de proptechs no Brasil hoje? Quais tendências devem se consolidar nos próximos anos? 

Eduardo Gastaldo – A economia compartilhada é um caminho sem volta. Hoje, queremos ter serviços sob demanda, inclusive na hora de morar ou cuidar da saúde. Isso traz mais liberdade, qualidade de vida e sustentabilidade. Podemos compartilhar carros, locais de trabalho e espaços de convivência, com um simples toque na tela do celular. Qual o sentido em existir um salão de festas se não há festas? Esse é um exemplo de espaço ocioso, que é muito pouco utilizado. O reaproveitamento de produtos para oferta de acordo com a demanda é algo que a Netflix também faz, oferecendo filmes e séries por assinatura, às vezes mesmo vindos da TV, enquanto eles interessam aos usuários. Compartilhar e reaproveitar é o que dá sentido aos produtos.