Muitos empresários acabam acumulando ferramentas, sistemas e processos que, em vez de ajudar, criam uma sobrecarga cognitiva e operacional. Por isso, ser simples é ser eficiente. / Imagem: DALL-E/SC Inova
[18.02.2025]
Por Eduardo Barbosa, CEO da Brognoli Imóveis e um dos responsáveis pelo Conselho Mudando o Jogo (CMJ) em SC e RS. Escreve sobre inteligência artificial no ambiente corporativo na série “Diários de IA”.
No mundo dos negócios, há uma crença difundida de que sistemas complexos e ferramentas sofisticadas são essenciais para escalar e aumentar a produtividade. No entanto, muitos empreendedores e líderes empresariais descobrem, com o tempo, que essa complexidade pode ser um obstáculo ao invés de um facilitador.
A realidade é que produtividade não significa fazer mais coisas, mas sim fazer as coisas certas com eficiência e clareza.
Ao longo da jornada de crescimento, muitos empresários se veem acumulando ferramentas, sistemas e processos que, ao invés de ajudar, criam uma sobrecarga cognitiva e operacional.
O PODER DA SIMPLICIDADE NA GESTÃO E PRODUTIVIDADE
A adoção de um mindset de simplicidade extrema não significa abandonar a tecnologia ou processos estruturados, mas sim garantir que cada ferramenta e sistema agregue valor real ao negócio. Algumas práticas essenciais para simplificar e aumentar a eficiência incluem:
• Redução de ferramentas desnecessárias: Ter várias plataformas que fazem a mesma função pode ser um entrave. Escolher um conjunto enxuto de ferramentas que realmente resolvem problemas é essencial.
• Foco em hábitos e rotinas: a produtividade não depende apenas de ferramentas, mas da disciplina e da criação de hábitos bem estruturados. Manter uma lista diária de tarefas curtas e prioritárias pode ser mais eficiente do que sistemas altamente complexos.
• Evitar a ilusão da automação: muitos empreendedores acreditam que automatizar processos sempre leva à eficiência. Porém, automatizar sem um racional claro pode criar uma estrutura rígida e difícil de ajustar.
• Decisões baseadas em valor e não em volume: um bom indicador de produtividade não é quantas tarefas são concluídas, mas sim o impacto dessas tarefas no crescimento do negócio.
IA COMO ALIADA, NÃO COMO SUBSTITUTA
A inteligência artificial tem revolucionado a produtividade e pode ser uma grande aliada quando usada estrategicamente. Alguns princípios para integrar IA de maneira eficaz incluem:
• Utilizar IA para reduzir carga cognitiva: ferramentas baseadas em IA podem ser usadas para organizar informações e gerar insights, permitindo que os empreendedores foquem no que realmente importa.
• Automação com propósito: a IA pode automatizar processos repetitivos, mas deve ser utilizada para fortalecer a estratégia de negócios, e não apenas para substituir tarefas humanas sem critério.
• Personalização inteligente: algoritmos avançados podem ajudar a personalizar a experiência do cliente e tornar as interações mais eficazes, sem adicionar complexidade desnecessária.
O FUTURO DA PRODUTIVIDADE EMPRESARIAL
Empreendedores e líderes empresariais que desejam alcançar alto desempenho devem buscar um equilíbrio entre tecnologia e simplicidade. A chave não está na adoção indiscriminada de novas ferramentas, mas sim em garantir que cada processo e sistema tenha um propósito claro e agregue valor real.
A simplicidade não é um retrocesso, mas uma estratégia para desbloquear clareza, velocidade e inovação. Ao reduzir o ruído da complexidade desnecessária, os líderes ganham tempo para se concentrar no que realmente importa: criar, inovar e transformar seus negócios.
O desafio para os próximos anos não será adotar mais tecnologia, mas aprender a usar a tecnologia com inteligência e propósito, garantindo que ela trabalhe a favor do crescimento, e não como um fator de sobrecarga, como bem traz o empreendedor Filipe Bento, da Atomic Group com o método “crescimento atômico”
POR FIM…
A extrema simplicidade não é sinônimo de ineficiência, mas sim de clareza e alto impacto.
Ao eliminar sistemas excessivamente complexos, líderes e empreendedores podem aprimorar sua capacidade de decisão, tornar suas operações mais ágeis e, consequentemente, impulsionar a inovação e o crescimento sustentável.
O verdadeiro diferencial competitivo do futuro não será quem adotar mais tecnologia, mas sim quem souber utilizá-la da forma mais estratégica e eficiente possível.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
• FORTE, Tiago. Building a Second Brain: A Proven Method to Organize Your Digital Life and Unlock Your Creative Potential. Atria Books, 2022.
• EYAL, Nir. Indistractable: How to Control Your Attention and Choose Your Life. Bloomsbury Publishing, 2019.
• KLEON, Austin. Steal Like an Artist: 10 Things Nobody Told You About Being Creative. Workman Publishing, 2012.
• NEWPORT, Cal. Deep Work: Rules for Focused Success in a Distracted World. Grand Central Publishing, 2016.
• KAHNEMAN, Daniel. Thinking, Fast and Slow. Farrar, Straus and Giroux, 2011.
• MCKEOWN, Greg. Essentialism: The Disciplined Pursuit of Less. Crown Business, 2014.
• BRYNJOLFSSON, Erik; MCAFEE, Andrew. The Second Machine Age: Work, Progress, and Prosperity in a Time of Brilliant Technologies. W.W. Norton & Company, 2014.
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