Tech na Bolsa: três motivos para investir em ações no exterior

Voce está em :Home-Negócios, Tech na Bolsa-Tech na Bolsa: três motivos para investir em ações no exterior

Tech na Bolsa: três motivos para investir em ações no exterior

Brasil vive um processo de estagflação e, ao que tudo indica, a volatilidade continuará presente no cotidiano do investidor de equities.

Com pouco crescimento e alta acentuada de preços, o Brasil vive um processo de estagflação. Ao que tudo indica, a volatilidade continuará presente no cotidiano do investidor de equities no Brasil. / Foto: Patrick Weissenberger, Unsplash

[06.10.2021]


Por Newton Tech Fund*

Investir em ações no exterior é uma estratégia muito importante de diversificação de portfólio e mitigação de risco. Ter exposição a ativos em dólar, e mais importante, ter exposição a boas ações no exterior – com foco nos EUA – nos parece a coisa certa a fazer. E são vários os motivos que nos dão esta convicção. Neste artigo, apresentamos três motivos que devem ser considerados com muita atenção no atual momento de mercado:

1. Cenário macro político brasileiro aponta riscos de curto prazo

A escalada da percepção de risco em se investir no Brasil ficou evidente desde o início de setembro, com a instabilidade política gerada pelos embates entre o presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF), e com vários líderes partidários começando a encampar um discurso pró-impeachment. Bolsonaro voltou atrás e levantou uma “bandeira branca” que acalmou, mas não necessariamente convenceu o mercado. 

Enfim, se o processo de impeachment vai caminhar ou não – até porque, isso não é uma unanimidade mesmo entre os partidos de oposição ao presidente (afinal, um eventual impeachment enfraquece Lula e viabiliza a 3ª via, em nosso entendimento), o fato é que a incerteza gera risco e afugenta investidores, que vão sempre priorizar previsibilidade à instabilidade e incertezas. 

Isso ficou evidente com a queda do Ibovespa (já com performance negativa em 2021) e a valorização do dólar frente ao real. Há ainda o risco fiscal, bastante em pauta com o debate sobre o adiamento de precatórios. Ao que tudo indica, a volatilidade estará bastante presente no cotidiano do investidor de equities no Brasil.

2. Recuperação da economia dos EUA será mais rápida e forte que no Brasil

Inegavelmente, os EUA vão sair mais rápido e mais fortes da crise que economias emergentes, como o Brasil. Por mais que a variante Delta esteja retardando a volta à vida normal nos EUA, a economia americana já vem dando mais sinais de que voltará a crescer de maneira mais robusta e consistente, sob uma supervisão atenta do FED. O mercado de ações anda alinhado com as expectativas de recuperação econômica e isso se traduz na melhor performance das bolsas americanas frente ao Ibovespa. 

No Brasil, ainda sofremos fortemente o impacto da pandemia, que inibiu a produção e levou a gargalos de oferta, vimos uma desaceleração do consumo de serviços, em parte direcionada para o consumo de bens, o que acabou gerando uma alta de preços. Tal situação piorou ainda mais com o crescente risco de estiagem (aumentando a conta de luz e ameaçando uma retomada da produção industrial) e o impacto da alta do dólar (encarecendo importados e combustíveis). 

Este cenário já leva economistas a projetarem uma taxa Selic em 9% até o fim do ano. Ou seja, com pouco crescimento e alta acentuada de preços, o Brasil vive um processo de estagflação, de difícil manejo. Vale mencionar ainda o risco de uma greve de caminhoneiros, que seria terrível para uma economia tão fragilizada neste momento de dificuldade.

3. Fundamentos das empresas de TI dos EUA mais robustos do que as brasileiras

Na esteira da correção do Ibovespa, vimos muitas empresas brasileiras de tecnologia (várias recém-chegadas à Bolsa) com correções bastante expressivas. Várias empresas negociam hoje abaixo dos seus preços iniciais, levantando a dúvida se tais empresas foram afetadas negativamente pela percepção maior de risco de estar no Brasil, ou se seus valuations foram esticados demais logo na largada (ou a combinação de ambos). 

As nossas análises costumam mostrar vetores de crescimento bem mais robustos e consistentes nas techs americanas, apontando para uma direção que nos deixa mais confiantes em construir nosso portfólio com estas empresas. Isto não significa que não estejamos analisando criteriosamente algumas das techs brasileiras, possivelmente montando posição em alguma delas oportunamente (e este tópico será tema de artigos no futuro). Mas por ora, seguimos firmes com nossa estratégia de investir nas Big Techs americanas.

Em resumo, o momento é de reduzir a alocação em Bolsa Brasil e buscar ativos no exterior que apresentem fundamentos e curvas consistentes de valorização. Para manter níveis de rentabilidade elevados, não há outra forma que não se considerar investimentos em techs.

*Quer saber mais sobre quais são as melhores formas de se investir nas Techs nos EUA? Acompanhe o Newton Tech Fund, parceiro de conteúdo do SC Inova no canal Tech na Bolsa. 


LEIA TAMBÉM: