De hardware para software: em 2020, Ágora Tech Park quer “rodar” projetos, além de conectar mercado e academia

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De hardware para software: em 2020, Ágora Tech Park quer “rodar” projetos, além de conectar mercado e academia

Empreendimento inaugurado há menos de um ano (e que terá segundo prédio em 2020), o Ágora Tech Park se desafia a ser um “farol de oportunidades” de inovação em Joinville.

Empreendimento inaugurado há menos de um ano (e que terá segundo prédio em 2020) se desafia a ser um “farol de oportunidades” de inovação em Joinville. / Foto: Divulgação


[JOINVILLE, 04.02.2020]
Redação SC Inova / Fabrício U. Rodrigues, scinova@scinova.com.br 

Joinville, o principal centro industrial de Santa Catarina tem avançado rapidamente nos últimos anos na construção de um ambiente de inovação. Eventos, programas de empreendedorismo, crescimento no número de startups, aproximação entre setor público, privado e academia… vários dos mais importantes ingredientes que formam o caldo de um ecossistema ganharam em 2019 um ponto de confluência, o Ágora Tech Park, inaugurado em março no Perini Business Park e hoje sede de empresas, entidades, programas de inovação aberta e aceleração, além de ser também um lab para grandes empresas da região. 

Na visão dos gestores do empreendimento – credenciado também como o Centro de Inovação de Joinville -, o “hardware” que se tornou uma vitrine do ecossistema local tem como desafio a partir de agora ser cada vez mais um “software”, ou seja, ter a capacidade de “rodar” programas e iniciativas de desenvolvimento de novos negócios, soluções e projetos, além de ser um ponto de encontro para comunidades empreendedoras. 

“O Ágora Tech Park veio para ser o grande representante dessa Nova Economia global em nossa região”, diz o CEO do Perini Business Park, Marcelo Hack.

“O Ágora veio para ser o grande representante dessa Nova Economia global em nossa região”, considera Marcelo Hack, CEO do Perini Business Park, maior parque multissetorial da América Latina, que conta com 240 empresas instaladas – somadas, elas representam 20% do Produto Interno Bruto de Joinville e 2% do total de riquezas geradas em Santa Catarina. 

“O primeiro ano de atividades causou um impacto muito positivo, atraiu a atenção de grandes corporações (Petrobrás, Renault, Whirlpool) e comitivas internacionais para entender o que está acontecendo aqui. Mas agora é um momento de conectar com outros players, de se tornar um farol de oportunidades para quem pretende buscar inovação ou investir na região”, ressalta o diretor executivo Jean Vogel. 

Iniciativas como o Perini City Lab, projeto que pretende transformar o parque multissetorial de Joinville em um espaço de testes a céu aberto para diversas tecnologias voltadas às cidades inteligentes, é um dos marcos dessa proposta. Lançado durante o evento Smart City Business, em julho passado, o lab parte de uma necessidade comum tanto para startups quanto grandes corporações que desenvolvem projetos para smart cities: uma estrutura privada com jeito de cidade para experimentar e validar as inovações, sem a burocracia e limitações legais de fazer isso no ambiente público (como teste de drones e veículos autônomos, por exemplo). O City Lab é gerenciado pela unidade latino-americana da empresa japonesa Macnica, uma das maiores distribuidoras de semicondutores do mundo. 

Mais do que ser um “representante dos novos tempos”, o CEO do Perini acredita que o ambiente de estímulo à inovação do Ágora também “vem para sustentabilidade para as empresas que estão localizadas no Perini, ajudando-as a se reinventarem em seus mercados. Por isso, é um projeto complementar ao parque, que o insere com autoridade no ambiente de tecnologia e inovação”, diz Hack.

CONEXÃO COM UNIVERSIDADE 

Outro pilar da estratégia de consolidação do empreendimento é a conexão com a Universidade Federal de Santa Catarina, cujo campus ao lado do Ágora conta com cerca de 2 mil estudantes de vários cursos de Engenharia. “A partir dessas visitas e do interesse do mercado, aprendemos a nos conectar à universidade. Isso se tornou um grande ativo e um modelo diferenciado: um ambiente de inovação privado, com agilidade e com essa ligação próxima com a academia. Queremos desenvolver mais esse potencial em 2020”, destaca. Algumas empresas residentes no Ágora – como a Pollux e a Termica Solutions – já desenvolveram parcerias com a UFSC para desenvolver programas de inovação.   

“O ecossistema de Joinville está em adensamento, mas precisa acelerar o desenvolvimento em função das oportunidades”, opina Jean Vogel, diretor executivo do Ágora Tech Park.

Ao longo do primeiro ano de operação, grandes empresas da região e entidades associativas também começaram a instalar “células” no parque tecnológico, como Sebrae/SC, Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) e, nos próximos meses, a Federação das Indústrias de Santa Catarina. Por meio do programa de inovação aberta da Acate, o LinkLab, Cisa, Tigre, Schulz, Whirlpool, WEG, FCDL/SC, Catarinense Pharma, ArcelorMittal e Orbenk estão utilizando o espaço para se relacionarem com startups e desenvolverem soluções para seus mercados.


CONVIVÊNCIA & COMUNIDADES: PILAR PARA CONSOLIDAÇÃO

Nos primeiros meses de operação, o Ágora manteve uma média de um evento realizado por dia, servindo como ponto de conexão para empreendedores, instituições empresariais e de ensino, por exemplo. Entre eles, destaque para encontros organizados pela Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII), Intel, além de programas empreendedores como Startup Weekend e JEDI e eventos como CodeCon (voltado a desenvolvedores) e Shift Festival (Economia Criativa).  

Diversos eventos realizados no Ágora tornaram o espaço em um ponto de conexão para empreendedores, instituições empresariais e de ensino. / Foto: SC Inova

Em dezembro passado, a Softville anunciou parceria para levar todos os eventos da incubadora para o Ágora, entre eles o programa de capacitação StartupSC (organizado em conjunto com o Sebrae/SC), que inicia em março deste ano e vai desenvolver 10 startups do Norte catarinense. E a perspectiva é que em 2020 o próprio Centro de Inovação tenha eventos próprios, ampliando debates sobre inovação, tecnologia e novas tendências. 

O novo prédio do complexo, chamado de Mob, tem inauguração prevista em agosto e pretende fortalecer o local como espaço de convivência, com boulevard de passeio e gastronomia, além da área corporativa. “O ecossistema de Joinville está em adensamento, mas precisa acelerar o desenvolvimento em função das oportunidades”, opina Jean. “E esse ambiente é como uma corrida de bastão: cada um tem um papel específico, os empreendedores, a academia, o mercado… Neste primeiro ano, vimos que nosso papel é conectar, ouvir a sociedade e não apenas locar espaços. Assim, somos também uma ‘API’ que integra novas funções a programas e projetos de inovação”, resume o diretor executivo.    

 

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