Gestora de fundos de capital de risco soma R$ 20,6 milhões em aportes feitos em empresas do estado. Taxa de sucesso de 100% é única no país, aponta o diretor Gustavo Junqueira (foto)
A Knewin, startup catarinense que desenvolve uma plataforma de recuperação de informação, é a nova investida do fundo Criatec 3, gerido pela Inseed Investimentos. O aporte, no valor de R$ 3 milhões, tem como objetivo auxiliar a empresa fundada em Florianópolis a ganhar escala global com sua solução, que monitora mais de um milhão de fontes noticiosas (jornais impressos, online e programas de rádio e TV) e é utilizada por assessorias de comunicação no setor público e privado, além de provedoras de clipping (pesquisa e armazenamento de notícias). Entre os cotistas do Criatec 3 estão instituições de fomento como o BNDES, Banco do Nordeste e o BRDE, que atua nos três estados da região Sul.
Com o investimento na Knewin – que tem mais de 50 colaboradores e sedes em Florianópolis e São Paulo – o volume de recursos direcionados a empresas inovadoras catarinenses nos três fundos geridos pela Inseed soma R$ 20,7 milhões. No primeiro Criatec, receberam aportes a Cianet (telecom), Nanovetores (nanotecnologia), Welle Laser (tecnologia a laser) e Arvus (agrotech – esta já desinvestida, após aquisição da empresa pelo grupo sueco Hexagon). No fundo FIMA, quem recebeu recursos foi a Akmey, de Indaial, que atua com soluções para beneficiamento têxtil. E no Criatec 3, o primeiro investimento foi na blumenauense PlayMove, da área de tecnologia educacional, no valor de R$ 2,6 milhões.
“Fizemos oito investimentos em empresas de Santa Catarina e todos deram certo. Nenhuma outra região do país teve uma taxa de sucesso de 100%“, aponta Gustavo Junqueira, diretor da Inseed. Isso se deve, segundo ele, ao nível muito alto de tecnologias desenvolvidas na região em função de conhecimento profundo dos empreendedores envolvidos. A capacidade de atração e retenção de talentos é outro diferencial que ajuda startups catarinenses a receber recursos de venture capital. “Além de pesquisa e desenvolvimento de produtos, boa parte do que investimos nas empresas é para contratação de pessoas. E a oferta em Santa Catarina é muito interessante, há uma junção de tecnologia de ponta e qualidade de talentos”, opina.
Com presença em seis estados, a Inseed diz que “o ecossistema de Santa Catarina é prioritário”, pois “buscamos soluções B2B com um profundo conhecimento científico aplicado, como várias das investidas na região”. Do total de empresas que se candidataram aos fundos que ela gerencia, 11,4% são catarinenses.
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Entre os estados do sul, SC também lidera: é o terceiro colocado em número de oportunidades, enquanto o Rio Grande do Sul é o quarto e o Paraná, sexto. “As universidades locais são muito fortes em termos de tecnologia, além disso as grandes empresas do setor demandam e estimulam novos negócios. E a união disso fomenta, por outro lado, a formação de startups. A cultura empreendedora está bem enraizada e isso ajuda a explicar esta excelente performance”, comenta Felipe Castro Couto, gerente de Planejamento do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), em Santa Catarina, ao explicar a liderança do estado nas iniciativas de inovação.
O BRDE participa do Criatec 3 com uma cota de R$ 12 milhões no Criatec 3. É a primeira vez que a instituição entra em um fundo de capital de risco – e a experiência tem sido positiva, avalia o gerente. “Nós avaliamos, participamos do comitê de investimentos, continuamos com outras linhas de fomento e temos interesse em participar de outros fundos”.
A chegada ao venture capital é considerada uma evolução na oferta de serviços a empresas e projetos de inovação – até então, a entidade atuava com programas de financiamento e repasse de recursos da Finep. E a participação de Santa Catarina sempre foi destacada: só no BRDE Inova, quase a metade (48%) dos R$ 260 milhões financiados desde 2014 foram direcionados a projetos catarinenses. “Ainda temos mais de R$ 60 milhões neste programa a serem contratados no estado”, adianta Felipe.
Na avaliação de Junqueira, da Inseed, a participação de bancos locais em fundos de capital de risco mostra um avanço do ecossistema. “Há 15 anos não tinha investidor anjo, aceleradora e agora temos estas instituições, com capilaridade e potencial forte de investimento. Sem dúvida podem ajudar novos empreendedores a crescer mais rápido”.
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