[OPINIÃO] Vem aí uma onda de contratações em Santa Catarina?

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[OPINIÃO] Vem aí uma onda de contratações em Santa Catarina?

Estatísticas indicam que o empresariado catarinense está “voltando a respirar” após o impacto da Covid-19. Mas qual a melhor decisão a se tomar?

Estatísticas indicam que o empresariado catarinense está “voltando a respirar” após o impacto da Covid-19. Mas qual a melhor e mais rentável decisão a se tomar com relação a estas contratações? 


[29.09.2020]

Por Guilherme Chéquer*

No início de 2020, o Brasil vinha surfando uma onda de otimismo internacional e confiança, mas (e como em todas as histórias ruins, há um sempre “mas”), isso não durou por muito tempo. A pandemia chegou com tudo e esses impactos foram sentidos em todas as regiões do país – e não seria diferente em Santa Catarina. Pesquisa publicada pelo Sebrae/SC mostrou que os pequenos negócios da região catarinense chegaram a ter uma taxa de demissões 37,7% maior no mês de maio deste ano quando comparada com a do ano passado. 

Dessa forma, empresas dos mais diversos ramos tiveram suas atividades suspensas e precisaram cortar gastos. Na pesquisa, a maioria dos negócios de todos os setores registrou quedas em seus ganhos, especialmente aqueles como academias, lojas de departamentos, transportes, eventos e restaurantes, em que 100% dos participantes afirmaram ter a sua renda prejudicada pela pandemia. Por outro lado, há sempre alguém que sai ganhando nas crises e agora foi a vez dos setores de construção, tecnologia da informação, mercados e animais – a adoção de bichinhos de estimação aumentou 50% desde então.

Em esfera nacional, algumas ações – como a MP 936/2020, conhecidas como a Medida Provisória de suspensão de contratos e redução de jornada – foram publicadas para tentar conter as demissões. Em Santa Catarina, também de acordo com o Sebrae/SC, aproximadamente 39,6% dos pequenos negócios utilizaram esse artifício durante o período de incertezas. Sem isso, a quantidade de demitidos teria sido consideravelmente maior.

Contudo, como já dizia o escritor Fernando Sabino, “no fim tudo dá certo, e se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim”. Agora, os índices de contratação começam a apresentar reação: em julho, o volume de contratados foi 4,1% superior ao do mesmo período de 2019. Enquanto isso, a taxa de exoneração caiu para 21,8%, ou 15,9% menor do que o mês anterior, trazendo melhores perspectivas para o estado. É evidente que as métricas não estão em um cenário excelente, porém indicam que o empresariado catarinense está voltando a respirar. Ainda bem que, como disse Sabino, o fim ainda não chegou, então ainda há muito a melhorar.

Agora, com indicativos de melhora do cenário, as empresas catarinenses já estão pensando nas contratações para que sejam capazes de retornar às suas atividades e recuperar aquilo que foi perdido (ou deixado de ganhar) em 2020. Felizmente, notícias sobre a chegada de vacinas estão se tornando cada vez mais recorrentes e palpáveis, o que contribui com o clima de finalização gradual da pandemia e retomada dos negócios.

Nesse sentido, é normal que os empresários se perguntem qual a melhor (e mais rentável) decisão a se tomar quando o assunto são contratações. Por esse ângulo, é de se imaginar que estagiários podem ganhar a vez com o afugentamento da pandemia devido ao seu baixo custo de admissão, além de muita sede por conhecimento e experiências. Assim, apesar de não terem muitas vivências passadas com a função a ser exercida, são capazes de apresentarem uma produtividade maior que a de trabalhadores regulares por causa da vontade de mostrar resultados e, quem sabe, pleitear uma CLT no escritório.

Cada vez mais, a globalização torna esse processo mais fácil, produtivo e recorrente.

Além disso, uma opção ainda em ascensão é a de contratar talentos globais, estrangeiros capacitados nas mais diversas áreas, de ótimo custo-benefício e que até mesmo pagaram para poder trabalhar com você e ter vivências no setor empresarial brasileiro. Dessa forma, torna-se muito mais fácil criar um ambiente diverso, inovador e internacional dentro do seu negócio – este é o propósito da AIESEC, organização que realiza intercâmbios desde 1948 e cuida da toda a burocracia

Dessa forma, além de transformar o seu escritório em um ambiente muito mais diverso (o que por si só já traz muitos benefícios), as empresas podem sempre se beneficiar da visão complementar trazida por um estrangeiro para explorar outros ramos, descobrir problemas e soluções diferentes e ainda se aproveitar disso tudo para impulsionar e dar início à internacionalização do seu negócio. 

Empresas de tecnologia ganham, principalmente, uma grande vantagem, já que obtêm fácil acesso a uma mão de obra muito mais qualificada na área de TI, tendo muitas delas até mesmo experiências prévias e um grande custo-benefício em comparação a estagiários brasileiros. Cada vez mais, a globalização torna esse processo mais fácil, produtivo e recorrente.


*GUILHERME CHÉQUER é Manager de Marketing B2B na AIESEC em Florianópolis e estudante de Relações Internacionais na Universidade Federal de Santa Catarina. Escreve quinzenalmente sobre multiculturalismo e atualidades para o SC Inova.