MBI em Smart Cities lançado pela FIESC e Uni Senai, inédito no país, quer especializar C-Levels e secretários municipais para criar projetos de transformação digital com aplicação prática. Fotos: Fabrício Almeida/FIESC
[FLORIANÓPOLIS, 22.11.2022]
Redação SC Inova, scinova@scinova.com.br
O tema Cidades Inteligentes vem ganhando espaço nos ambientes de inovação voltados a indústria, turismo e gestão pública. Contudo, o desafio segue em evoluir da disseminação de conceitos para a aplicação pratica de ideias, projetos e inovações para tornar as cidades, de fato, inteligentes.
A necessidade de criar uma massa critica e qualificada de decisores no ecossistema de tecnologia em Santa Catarina levou a FIESC e a Universidade SENAI a lançarem, nesta segunda, 21.11, um MBI em Smart Cities, em parceria com o Instituto La Salle (Espanha). A iniciativa é pioneira no país e tem carga horária de 360 horas, em formato híbrido com direito a imersões in loco em ambientes “smart” na Grande Florianópolis, Joinville, Curitiba e Barcelona – cidade que traz uma das principais inspirações para o conteúdo.
“O objetivo é ajudar os participantes a desenvolver um metamodo de município digital, como fizemos em Barcelona, para a transformação urbana em todas as dimensões: territorial, econômica, social e governança. O maior desafio é criar um modelo holístico, entendendo que cada cidade tem suas características e particularidades”, explica Josép Piqué, presidente-executivo da La Salle Technova Barcelona e uma das principais referências globais no tema de Cidades Inteligentes.
O curso tem início em março de 2023 e terá nove meses de duração abordando conteúdos como: inovação, desenvolvimento territorial, legislação, as dimensões da cidade inteligente e suas áreas de desenvolvimento (educação, saúde, mobilidade, energia, governança, segurança, sustentabilidade, conectividade, entre outras), com a tecnologia como um tópico transversal.
O MBI conta com um módulo exclusivo para o desenvolvimento de projetos para cidades inteligentes a serem aplicados no mundo real, onde serão abordados tópicos de escrita de projetos e editais, gestão de projetos e capitalização de iniciativas de cidades inteligentes.
OPORTUNIDADES “BATEM À PORTA” NO ESTADO
Para Jean Vogel, presidente da Câmara de Smart Cities da FIESC, o MBI é uma via dupla para desenvolvimento do mercado e da indústria ao mesmo tempo em que pretende ajudar as cidades (por meio de seus gestores e secretários, em especial) a se preparem para a transformação digital. “A Fiesc investe para desenvolver a indústria, mas as cidades precisam acompanhar tendências e prover um ambiente legal para inovação e para receber talentos, que é a grande disputa econômica da atualidade”.
Ele lembra que Santa Catarina tem diversas iniciativas que testam o ambiente de negócios para smart cities, mas que é preciso conectar empresas e atores governamentais para o passo seguinte.
Algumas destas iniciativas foram apresentadas durante o lançamento do MBI, como o Ágora Health, um hub de inovação em saúde no Ágora Tech Park, em Joinville (SC), que está testando novas tecnologias e processos em uma smart clinic oftalmológica, além de uma “farmácia do futuro”, entre outros projetos. Outro projeto na cidade do Norte Catarinense, o Perini City Lab, também está servindo como ambiente de testes para projetos inovadores em cidades inteligentes.
Com esse histórico, Joinville será um dos locais de imersão do MBI, junto com Curitiba – cidade que conta com iniciativas e projetos na área, além de ser a sede no Brasil do evento Smart City Expo – e Palhoça, na Grande Florianópolis, onde está situada a Cidade Pedra Branca, referência em Novo Urbanismo na região.
Para Valerio Gomes, empreendedor da Cidade Pedra Branca, um dos mais importantes desafios para tornar as cidades mais inteligentes é desenvolver projetos de inovação e inclusão social em comunidades carentes, além da revitalização (retrofit) das regiões centrais das cidades. “O espalhamento das cidades é um problema estrutural”, afirmou, durante o encontro.
Além das referências no Brasil, o MBI prevê uma imersão em Barcelona. “Devemos olhar para as cidades como plataformas para desenvolvimento das pessoas (talentos) e dos negócios (indústrias). E a partir deste olhar, empreender políticas e investimentos que tornem a cidade em um território propício para desenvolver, atrair e reter os talentos, imprescindíveis para o desenvolvimento da indústria. Santa Catarina têm toda condição de liderar o tema“, destacou Jean em recente cobertura sobre o Smart City Expo World Congress, maior evento global de Cidades Inteligentes, publicado ao longo da semana passada no SC Inova – leia mais aqui
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