“Transformation as a service”: a hora de saltar do discurso para a ação

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“Transformation as a service”: a hora de saltar do discurso para a ação

No mundo pré-pandêmico, falar em transformação bastava para saciar a ansiedade de executivos e acionistas sem que fosse necessário mergulhar no processo.

Na era pré-pandêmica, falar em transformação bastava para saciar a ansiedade de executivos e acionistas sem que fosse necessário mergulhar no processo. Até que o mundo entrou em colapso.


[13.08.2020] 

Por Ricardo Almeida*

Transformação já deixou, faz tempo, de ser uma novidade no vocábulo corporativo tradicional. De tão comum, aliás, essa palavra mágica conseguiu ironicamente se transformar no seu exato oposto: no padrão, no lugar-comum, no status quo. 

No mundo pré-pandêmico, falar em transformação bastava para saciar a ansiedade de executivos e acionistas sem que fosse necessário efetivamente mergulhar no sempre traumático processo de autorrevolução. 

Até que o mundo entrou em colapso. Mercados trancafiaram-se em casa protegendo-se de um inimigo tão pequeno em tamanho quanto gigante em poderio biomilitar. Consumidores assustados passaram a adotar critérios muito mais severos na escolha de produtos e serviços. Gestores se viram forçados a dissecar suas operações na busca por silos de ineficiência e oportunidades de inovação. 

E o mundo, portanto, finalmente deixou para trás o já batido discurso de transformação para caçar maneiras práticas de mudar, de melhorar, de se superar para conseguir sobreviver. 

A palavra de ordem, agora, é essa: sobrevivência

Porque os tempos em que bastava fazer mais do mesmo ficaram para trás: mais do mesmo é – e, a partir de agora, sempre será – insuficiente. Em ambientes selvagens de mercado como aqueles em que estamos começando a viver, predadores surgem de todos os cantos – seja em forma de multinacionais buscando novos territórios para expandir ou de pequenas startups cuja agilidade e praticidade garantem produtos e serviços muito mais em conta para todos os públicos.

E não há melhor propulsor para a transformação do que a agonia da necessidade de sobrevivência. Esse, talvez, seja um dos únicos efeitos colaterais positivos desse vírus tão nefasto: arrancar-nos definitivamente da zona de conforto e empurrar-nos, sem dó, para o movimento de transformação efetivo, prático, real. 

Mas há como se transformar sem risco? Em uma palavra dolorosamente direta: não.

Mudar, afinal, significa deixar para trás o conhecido por uma aposta no desconhecido. Não esperar surpresas, problemas ou entraves pelo caminho, portanto, é de uma ingenuidade imperdoável. Mas há, claro, como trilhar esse caminho inevitável da mudança com riscos menores: contratando transformação como um serviço. 

Transformation as a Service

Transformação como um serviço (TaaS) não é exatamente um conceito novo, mas é perfeito para os nossos tempos. 

Sua definição é óbvia: a contratação de serviços de transformação oferecidos por companhias que se especializaram nisso. Atuam como guias de empresas de todos os portes, ajudando-as a deixar para trás o status quo, a lidar com seus elefantes na sala e a implementar novas formas de conexão com seus públicos. Tudo com a agilidade que os novos tempos exigem. 

E isso inclui desde a compra de métodos ágeis para conceber, prototipar e testar novos produtos, serviços ou mesmo unidades de negócio em menos de uma semana até a reorganização da força de trabalho em modelos de home office. É considerado todo um conjunto de melhores práticas que envolvem tecnologias de produtividade, aspectos jurídicos e até mesmo questões psicológicas.

Na prática, o propósito de TaaS é simples: transformar o próprio conceito de transformação, tirando-o do seu habitual gerúndio infinito, onde perambula em uma espécie de futuro que nunca chega, e estruturando-o em pacotes de serviço tangíveis, com começo, meio e fim. 

Em tempos tão dinâmicos como os nossos, quem não precisa disso? 


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Ricardo Almeida é Key-Account Director da BriviaDez, empresa digital de comunicação com unidades em Florianópolis e Joinville