Startup Summit: o que os “forasteiros” trazem para o ecossistema de inovação em Santa Catarina

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Startup Summit: o que os “forasteiros” trazem para o ecossistema de inovação em Santa Catarina

Empreendedores e executivos de empresas de tecnologia que trocaram Rio e São Paulo por Florianópolis contam como e por que foram atraídos à cidade

Empreendedores e executivos que trocaram Rio e São Paulo por Florianópolis contam como e por que foram atraídos à cidade. Foto: Elis Pereira/Divulgação

O carioca Anderson Valverde trocou a cidade natal por Florianópolis há um ano e meio. A adaptação foi fácil porque, na Ilha, ele não sente falta do mar e nem precisou trocar de emprego. No início de 2017, o diretor de RH, Administrativo e Jurídico do Peixe Urbano foi uma das 50 pessoas que se mudaram para a nova sede da empresa, na SC-401. Desde que se instalou em Florianópolis, atraído pelo menor custo tributário da cidade em comparação com outras capitais, o Peixe Urbano contratou 350 pessoas e e gera por ano cerca de R$ 30 milhões para os cofres do município. Deste total, grande parte dos novos funcionários não são da cidade (alguns até de outros países), o que amplia o contingente de “forasteiros” no ecossistema de inovação em Santa Catarina e que foi tema de debate durante o Startup Summit, que reuniu cerca de 2 mil pessoas em Florianópolis.

Formado em Ciências da Computação mas com atuação na área de Marketing, Luiz D’elboux veio há dois anos de São Paulo para trabalhar na Hostgator, uma das maiores empresas de hospedagem de sites e presença digital do mundo, que fez de Florianópolis seu QG na América Latina há 10 anos. “Viemos para cá em função da mão de obra altamente especializada. E desde a mudança a empresa começou a crescer de maneira acelerada em função dessa qualidade. Eu mesmo fiquei muito impressionado com o que se tem aqui no estado”, acrescenta.  No ano passado, a empresa investiu R$ 4 milhões em nova sede na cidade, que centraliza as operações de toda a América Latina.

Quem também está colocando a capital catarinense como novo endereço é a aceleradora ACE Startups, que inaugura oficialmente seu espaço no dia 13 de setembro. Segundo o diretor de Marketing, Felipe Collins, a grande participação de startups catarinenses nos últimos processos de seleção mostrou a necessidade de estar mais perto do ecossistema e conhecer pessoalmente os empreendedores. “Queremos retribuir para a comunidade, também financeiramente, trazendo capital e auxiliando as empresas que precisam de recursos a captar cheques maiores”, resume.

Para o diretor do Peixe Urbano, a primeira experiência positiva com Florianópolis veio em um contato com o poder público. “Quando eu fiz uma pesquisa sobre ISS na prefeitura do Rio, demoraram dois meses para me responder. Em São Paulo, foram 45 dias. Em Floripa, me responderam em três horas”, lembra Anderson.

Depois que a maior plataforma de ofertas locais se instalou no Techno Towers, outros fatores, como a qualidade de vida na cidade e a conexão com o ambiente empreendedor, começaram a aparecer. “Tinha um desenvolvedor que morava em Porto Alegre e há dois anos eu queria levar pro Rio de Janeiro. Mas ele só topou vir pra empresa quando a gente se mudou pra Florianópolis”, comentou. O custo operacional, em comparação com o padrão do Rio e São Paulo, também caiu sensivelmente, em especial o aluguel do espaço, três vezes menor do que nas maiores cidades do país.

Satisfeito naquela que considera a “melhor cidade do mundo”, Anderson brinca que não quer fazer muita propaganda da região. Mas o desconhecimento do ecossistema catarinense em outras regiões é algo que os “imigrantes” querem mudar: “temos que repercutir o que acontece aqui, pois em São Paulo muita gente não faz ideia de que as empresas podem vir pra cá e prosperar. Se levarmos a mensagem podemos atrair mais talentos”, opina Luiz, da Hostgator.

Reportagem: Fabrício Rodrigues, scinova@scinova.com.br