Conexão RS: Semana Caldeira 2025 une educação criativa, IA e novos modelos de negócios

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Conexão RS: Semana Caldeira 2025 une educação criativa, IA e novos modelos de negócios

Evento em Porto Alegre retratou as transformações nos ecossistemas de inovação, mostrando a necessidade de articulação global

Quarta edição do evento em Porto Alegre foi um retrato das transformações em curso nos ecossistemas de inovação, mostrando a necessidade de articulação global entre os ambientes tech. / Fotos: Divulgação


[03.10.2025]
Por SC Inova + Ecosystems 

Porto Alegre recebeu nesta semana, durante a quarta edição da Semana Caldeira, um retrato das transformações em curso no ecossistema de inovação: a articulação global em torno da educação criativa, os desafios práticos da adoção de inteligência artificial e o surgimento de novos modelos de negócios digitais baseados em plataformas conversacionais.

Mais de 400 startups e empresas que orbitam o Instituto Caldeira, hub de inovação com sede no Quarto Distrito, em Porto Alegre, se conectaram a líderes em uma programação que reforçou o papel da instituição como catalisador de tendências e ponte entre diferentes atores da sociedade.

Um dos pontos altos do evento foi a convergência entre o Instituto Caldeira, o TUMO Center for Creative Technologies e a Latin America Leadership Academy (LALA). O objetivo: posicionar Porto Alegre como referência no desenvolvimento de tecnologias criativas para jovens e criar uma agenda do Sul Global para a educação inovadora.

“Quando os jovens entram aqui, algo acende”, resumiu Felipe Amaral, diretor do Campus Caldeira, ao apresentar o plano de transformar o entorno do hub em um centro de tecnologias criativas. “Estamos só começando”, disse, reforçando que a ambição é tornar Porto Alegre um polo conectado globalmente.

A experiência internacional do TUMO, presente em cidades como Paris e Buenos Aires, foi reforçada por Kabir Sethi, diretor regional que participou do encontro. “Adolescentes amam aprender, mas odeiam estudar. O desenho precisa respeitar essa verdade. O Caldeira é o primeiro lugar onde eu abriria um TUMO amanhã”, afirmou.

Já a LALA, que já impactou mais de 3.200 jovens em 20 países, trouxe a força de sua comunidade continental. “Precisamos nos tornar melhores em dizer: nós precisamos de vocês. Árvores isoladas não viram floresta. O que sustenta é a comunidade”, disse o cofundador David Batista.

Criar uma cultura de educação inovadora depende do desenvolvimento de tecnologias criativas e atração de jovens. / Foto: Divulgação Instituto Caldeira

IA: OTIMISMO E DESAFIOS

A Semana também foi palco para a apresentação de duas pesquisas sobre adoção de IA, conduzidas por Dell e Intel em parceria com o Instituto Caldeira. Os resultados mostraram que a tecnologia já está amplamente presente em empresas de todos os portes, mas ainda enfrenta entraves em governança de dados e maturidade organizacional.

“Quase 98% das empresas disseram que já conseguem perceber uma melhoria de até 49% quando aplicam IA no dia a dia” afirmou Roberta Knijnik, diretora de marketing e vendas da Intel para a América Latina.

A pesquisa feita pela Dell destacou o protagonismo das startups. “As startups são as que mais adotam IA hoje em dia. 87% disseram que usam esporadicamente, de modo integrado ou até desenvolvem ferramentas para outras empresas” relatou Marcelo Pereira, líder de PMEs na Dell Brasil.

O debate mostrou que, mais do que tecnologia, a transformação exige cultura digital e preparação de dados. “Não existe uma onda. Se é uma onda, nós é que estamos criando ela”, afirmou Márcio Aguiar, diretor executivo da NVIDIA para a América Latina. Para ele, a IA deve ser encarada como “50% humano e 50% máquina”, sempre como ampliação — e não substituição — das capacidades humanas.

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WHATSAPP: INFRAESTRUTURA PARA NOVOS NEGÓCIOS

Outro destaque da Semana foi a palestra de Guilherme Horn, head do WhatsApp para mercados estratégicos, que mostrou como o Brasil se consolidou como laboratório global para a plataforma. “Hoje já temos empresas que funcionam 100% dentro do WhatsApp, atendendo clientes, vendendo produtos e recebendo pagamentos sem sair do app”, destacou.

O conceito das chamadas “startups nativas no WhatsApp” vem ganhando força, permitindo que novos negócios dispensem sites e aplicativos próprios. A simplicidade da jornada dentro do mensageiro, combinada a automação, bots e pagamentos integrados, tem atraído tanto empreendedores quanto investidores.

“O número de negócios que nasceram no WhatsApp aqui é único. É daqui que saem muitos aprendizados para a plataforma no mundo”, afirmou Horn. Recentemente, a empresa anunciou a criação de um hub de startups no Brasil, consolidando ainda mais o papel estratégico do país na inovação digital.

Criado para reposicionar Porto Alegre no mapa da inovação, o Instituto Caldeira se consolidou como hub de impacto, articulando corporações, startups e a sociedade em torno de agendas estratégicas. A Semana Caldeira reforçou essa vocação: conectar tecnologia, criatividade e juventude para gerar soluções locais com alcance global.

Como resumiu Felipe Amaral: “Se o amanhã começa quando a porta abre para os jovens, o nosso desafio é abrir muitas portas a partir do Sul.”