Santa Catarina integra projeto nacional para produção de ímãs de terras raras

Iniciativa com apoio do Instituto SENAI de Inovação de Joinville marca avanço na autonomia tecnológica do Brasil; centro instalado em Minas Gerais reúne 28 empresas e seis instituições de C&T. / Foto: Sebastião Jacinto Junior (Divulgação)

[FLORIANÓPOLIS, 30.05.2025]
Redação SC Inova, com informações da FIESC 

O Brasil deu um passo relevante rumo à autonomia na produção de insumos considerados estratégicos para setores como energia limpa e mobilidade elétrica. Inaugurado em Lagoa Santa (MG), o Centro de Inovação e Tecnologia para Ímãs de Terras Raras (CIT SENAI ITR) é a primeira unidade do hemisfério sul com laboratório-fábrica voltado à produção de ímãs e ligas a partir de elementos de terras raras.

Santa Catarina participa da iniciativa por meio do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura e Processamento a Laser, de Joinville, responsável pelo desenvolvimento de tecnologias industriais aplicadas à cadeia produtiva.

Segundo o diretor regional do SENAI/SC, Fabrízio Pereira, a atuação catarinense conecta o polo local de inovação ao esforço nacional por uma indústria menos dependente de insumos importados. “O projeto contribui com a soberania tecnológica nacional e, sobretudo, com a indústria. A participação catarinense é estratégica, especialmente no desenvolvimento e aplicação de tecnologias industriais avançadas”, destaca Pereira.

A nova estrutura será a base do projeto MagBras, que reúne 28 empresas e seis instituições de ciência e tecnologia, entre elas o Instituto de Joinville. O pesquisador-chefe do Instituto SENAI catarinense, Luís Gonzaga Trabasso, esteve presente na inauguração do centro, realizada no dia 22.

Com aproximadamente 23% das reservas conhecidas de terras raras no mundo, o Brasil ainda possui uma cadeia produtiva incipiente. A consolidação de um ciclo completo de produção — da mineração à manufatura — é vista como elemento-chave para fortalecer a indústria nacional e reduzir a dependência de mercados como o chinês, responsável por mais de 80% da oferta global desses insumos.

Além da infraestrutura voltada ao processamento e à produção de ligas e ímãs, o CIT SENAI ITR conecta diferentes centros de competência do SENAI em áreas como química, metalurgia e meio ambiente, articulando soluções de inovação e sustentabilidade em rede.